- Responsável, Verônica Smink
- Papel, BBC News Mundo, Argentina
Pouco depois de completar seus primeiros seis meses no poder, o presidente da Argentina, Javier Milei, obteve nesta quinta-feira sua primeira vitória legislativa, com a aprovação pelo Senado da chamada Lei de Bases.
O pacote legislativo deve agora retornar à Câmara dos Deputados – que o aprovou em abril – para aprovação, já que os senadores introduziram algumas alterações, e lá será discutido se ele será reconhecido com as alterações feitas no Senado ou ficarão com o versão original aprovada há alguns meses.
A votação, que durou até a madrugada de quinta-feira, estava empatada em 36 votos, mas o voto em prol da vice-presidente Victoria Villarruel levou à aprovação do pacote legislativo.
Mas enquanto dentro do Parlamento se discutiam os pontos da lei, lá fora centenas de pessoas protestavam. Alguns manifestantes atiraram pedras, garrafas e coquetéis molotov, e dezenas de pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia.
A Lei de Bases, juntamente com uma reforma tributária que o Senado votará a seguir, representa as bases sobre as quais o presidente libertário pretende realizar uma reforma liberal do país sul-americano.
“A partir de 38 deputados e 7 senadores, com grupos terroristas atacando o Congresso, tendo que mobilizar as Forças de Segurança em resguardo da democracia, com a estirpe política resistindo e operando até o último momento, e tendo que recorrer ao desempate do Vice-Presidente do da Pátria, Victoria Villarruel, esta noite é um triunfo para o povo prateado e o primeiro passo para a recuperação da nossa grandeza”, dizia um enviado emitido pela Morada Rosada.
O Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos -seu nome completo- é uma versão reduzida da chamada “Lei Omnibus” que o governo Milei apresentou ao Congresso no início do ano, logo em seguida tomar posse.
Embora o governo tenha reduzido seu tamanho de mais de 660 artigos para murado de metade, em fevereiro a maioria na Câmara dos Deputados rejeitou os artigos principais, levando Milei a ordenar a retirada do projeto parlamentar, que voltou ao marco zero.
Depois vários meses de negociações, o novo pacote, que contém 232 artigos, foi reconhecido pelos Deputados no final de Abril, e recebeu agora a aprovação da Câmara Subida, dando origem a que se torne a primeira legislação que o governo libertário consegue autenticar.
Cá contamos as quatro maiores mudanças que as novas regras trarão.
1. Poderes delegados
Uma das chaves mais importantes da Lei de Bases do Governo é que ela confere ao presidente poderes extraordinários por um ano, ao declarar “a emergência pública em material administrativa, económica, financeira e energética”.
Isso permitirá que Milei tenha, até meados de 2025, competências que normalmente correspondem ao Poder Legislativo.
Assim, poderá resolver sobre essas questões sem passar pelo Congresso.
No entanto, não será um poder inteiro.
Para conseguir a aprovação da lei, o Executivo aceitou algumas limitações, uma vez que o compromisso de não intervir ou dissolver murado de 15 organizações públicas.
Entre eles está o Banco Pátrio de Dados Genéticos (BNDG), que armazena informações sobre pessoas desaparecidas, a término de instaurar a provável filiação de crianças sequestradas e apropriadas durante a ditadura.
Também duas organizações ligadas à espaço: o Serviço Pátrio de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) e o Instituto Pátrio de Tecnologia Industrial (INTI).
Outrossim, o governo comprometeu-se a prometer financiamento às organizações incluídas no Projecto Pátrio de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Durante o período de poderes delegados O presidente pode legislar por meio de decretosque deverá logo ser controlada pela mesma Percentagem bicameral legislativa que controla os decretos de premência e urgência.
2. O RIGI
Ele Regime de Incentivos ao Grande Investimento (RIGI) É uma das propostas mais polêmicas da Lei de Bases.
O RIGI prevê benefícios fiscais, aduaneiros e cambiais por 30 anos, além de firmeza regulatória e proteção contra abusos do Estado, para projetos superiores a US$ 200 milhões, a término de incentivar grandes investimentos, nacionais e estrangeiros, no longo prazo.
Destina-se a setores considerados estratégicos para o desenvolvimento do país, uma vez que força, cultura, mineração (incluindo extração de lítio) e infraestrutura.
Los Projetos abrangidos pelo RIGI poderão receber isenções ou reduções fiscais e facilidades administrativas para aprovação e implementação de projetos.
O governo considera o RIGI uma utensílio fundamental para atrair capitais que possam impulsionar a economia argentina.
Segundo ele, as constantes crises econômicas e padrões -ou o incumprimento da dívida- fizeram com que os investidores desconfiassem da Argentina, pelo que são necessários incentivos especiais para os atrair.
Mas os críticos dizem que isso dará às grandes empresas uma vantagem significativamormente as multinacionais, e isso prejudicará as pequenas e médias empresas (PMEs) argentinas, que hoje geram 70% dos empregos.
A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner alertou que o RIGI levará à exploração dos recursos naturais argentinos pelas mãos de empresas estrangeiras, gerando “uma economia extrativista sem valor confederado” e estabelecendo um “colonialismo, versão do século XXI”.
“Isso condenará mais uma vez os argentinos ao desemprego, que já começa a ser visto e vai se aprofundar”, disse ele em exposição em maio.
3. Privatizações
A Lei de Bases permitirá ao governo colocar algumas empresas estatais à venda.
Porém, nem todas serão empresas do setor público, uma vez que propõe o projeto original apresentado por Milei.
Muito longe disso, das murado de 40 empresas que estavam “sujeitas a privatização” na proposta inicial, unicamente duas, Intercargoque fornece serviços aeroportuários para companhias aéreas, e Vontade Argentina SA (Enarsa), responsável pela prospecção e aproveitamento de jazidas de hidrocarbonetos e pelo transporte e armazenamento de combustíveis, poderá ser privatizada.
Enquanto isso, Aguas y Saneamientos Argentinos SA (Aysa), os trens Belgrano Cargas y Logístico SA, a Sociedad Operadora Ferroviaria e Corredores Viales estão sujeitos à licença privada, ou seja, estão abertos à incorporação de capital privado, conforme o projeto.
Tanto a petrolífera estatal Yacimientos Petrolificadores Fiscales (YPF) uma vez que a companhia aérea de bandeira, Aerolíneas Argentinas, continuarão a pertencer ao Estado, assim uma vez que os meios de notícia públicos (Rádio e Televisão Argentinas).
4. Reforma trabalhista
A Lei de Bases contém diversos artigos que buscam modernizar o regime trabalhista e incentivar o incremento do trabalho privado formal, que está estagnado há mais de uma dez.
A norma oferece benefícios para empregadores que regularizarem seus trabalhadores.
Mas, ao mesmo tempo, elimina sanções contra o trabalho “informal”, retirando a remuneração peculiar que hoje recebem os empregados não devidamente cadastrados.
Segundo o governo, esta flexibilização levará mais empresas a contratar pessoal, uma vez que, atualmente, muitos empresários têm receio de contratar novos colaboradores devido à possibilidade de enfrentarem um processo laboral que pode levar uma PME à falência.
No entanto, o Meio de Pesquisa e Formação dos Trabalhadores Centrais da Argentina (CIFRA-CTA) alertou que “Ao reduzir o dispêndio da violação da lei, o cumprimento efetivo é desencorajadoportanto esta modificação tenderá a aumentar o trabalho não registrado.”
Por outro lado, cria-se uma novidade figura do trabalho: o trabalhador independente com colaboradoresque permite ao empregador contratar até cinco pessoas na categoria de “monotributistas”, que não tenham relação de sujeição, o que, segundo os críticos, aumentará a instabilidade no trabalho.
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