Março 20, 2025
Morre a artista Roberta Marrero, poetisa indomável que sublimou a travesti e a cultura pop

Morre a artista Roberta Marrero, poetisa indomável que sublimou a travesti e a cultura pop

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Roberta Marrero viveu e escreveu em Madrid. Foi o que disse, essencialmente, mas no presente, a breve nota biográfica do seu último livro, a coletânea de poemas Recta à nomeação (Prolongamento você me tem, 2024). Esta sexta-feira foi conhecida a notícia da sua morte. Sua amiga e autora do epílogo de seu último livro, Inés Plasencia, informou que a justificação da morte foi suicídio e que deixou um bilhete que dizia “Senhoril todos vocês”.

Para saber a biografia de Roberta Marrero, para conhecê-la, é melhor do que ler a aba de seus livros, ou oriente obituário, é melhor ler sua obra. Roberta era um bebê verdejante. É o que ele conta em seu magnífico livro de escrita e desenhos de mesmo nome (Lunwerg Editores/Planeta, 2016). Nasceu em 2 de março de 1972 em Las Palmas de Gran Canaria, a mais novidade de três irmãos. Dois acontecimentos marcaram o seu promanação, escreve ela, um foi que ela nasceu verdejante porque engoliu “coisas que as mulheres expelem ao dar à luz” e o outro ocorrência foi que ao nascer todos disseram que era um menino, “mas não, foi um garotinha”.

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Uma de suas primeiras histórias de família e que ele conta em O bebê verdejante Tem a ver com sua tia Nina, a coveira, que reflete o paixão de Marrero pelas coisas sinistras: música obscura, cemitérios, vampiros, Jiménez del Oso, Oscar Wilde, Joy Division, Blavatsky, Bauhaus e terror. “Eu sempre fui uma gótica de coração!” ela exclamou.

E assim, gótico-hispânico, poético, eletrônico, Europop, na vanguarda do transe estava seu óptimo álbum, embora pouco publicado e inencontrável nas plataformas digitais, Simples-escuro (Susurrando, 2007), com canções tão comoventes, cantadas em sua voz profunda, uma vez que Humano, muito humano. Até aquele momento, Roberta Marrero era conhecida no cenário músico uma vez que DJ e seu álbum, que foi precedido por um epé promocional, justamente intitulado Na vanguarda do transe (Whispering, 2005), causou sensação.

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Pop salvou sua vida, uma vez que ele afirma em O bebê verdejante e isso aconteceu no dia em que viu Boy George do Culture Club na televisão espanhola em 1983: “Aquele dia foi uma revelação, uma experiência mística; Havia homens que se maquiavam e se vestiam de maneira feminina.” O sussurro em seu ouvido de estrelas pop, de Steve Strange a Siouxsie, de Marc Bolan a Pete Burns, a fez desenredar que poderia se vestir uma vez que quisesse, ser uma vez que quisesse, amar uma vez que quisesse.

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Seu primeiro livro ilustrado foi intitulado Ditadores (Edições Hidroavión, 2015). Numa recente entrevista ao elDiario.es, conduzida pelo seu colega Alan S. Portero, Roberta descreveu-o uma vez que “um livro que passou muito despercebido” no qual utilizou imagens que “a fariam findar em tribunal logo que a polícia descobri.” pessoa indicada”. O ditador Francisco Franco apareceu na capote com um laço da Hello Kitty na cabeça. “A tarar de que me atraiga la provocación, no es um tanto consciente, uso lo que uso porque me parece estéticamente interesante, bonito, no hay una intención política, aunque esa misma intención ya es hacer política, vuelvo de nuevo al punk”, explicó a artista.

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Seguindo algumas das linhas abertas em O bebê verdejante Marrero publicado em 2018 We Can We Heroes: uma celebração da cultura LGTBQ+, em que, com referência Heróis de David Bowie no título, o responsável abordou a imposto do coletivo LGTBQ+ para a cultura das últimas décadas. Na capote, uma infinidade de rostos, de Anohni Hegarty, Divine, García Lorca, Klaus Nomi ou Genesis P-Orridge, referências absolutas para ela.

Sua primeira coletânea de poemas surgiu no ano 22, Tudo era por ser queima. Poemas de cafetões, trans e travestis (Continta-me, você me tem), ali ele falava dos desclassificados e aprofundava a ferida uma vez que motivo literário. Ela o chamou de “verso suja”, uma vez que explica nesta entrevista ao El Salto, e definiu o livro uma vez que “rua” e “periferia”, onde se falava de “chulos” e “sêmen”, que na verdade é o última termo na última página. “São poemas em que se fazem alusões a canções populares, não pop, de Rocío Jurado, de Mocedades, referências a Pedro Lemebel, a linguagem de rua dos cafetões, das travestis, das navalhas”, explicou naquela entrevista.

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Marrero foi uma artista que baseou grande parte de sua arte em ser referencial, generosa com sua genealogia. “Me dá pena [lo que ha pasado con] Toda essa genealogia do indomado, que ocorre não só nas bichas, mas também nas travestis de rua, no punk, na Emily Dickinson!, que era uma mulher selvagem e se voltarmos, Santa Teresa de Jesus Ela também era uma feroz mulher. Não há problema em querer acomodar, não tenho nada contra, não precisamos ser todos desamarrados mas também não burgueses, pelo menos na forma. Pessoas indomáveis ​​continuam existindo, mas não aparecem na mídia, a gente aparece porque fala bem, porque não somos putas, é horrível assim, mas é assim, nós somos as feras boas”, disse ela a Alana S. . Portero em elDiario.es há apenas três semanas.

Direito à nomeação Foi o seu último livro publicado, num corpus em que criou e expôs muitas obras originais e foi uma artista total, indefinível apenas por uma das suas facetas. “Aqui está o meu cadáver”, diz a epígrafe da coletânea de poemas, que agora permanece como testamento e despedida, leitura obrigatória para todos aqueles que a admiravam e também para aqueles que não a conheceram. “Se você me encontrar morto / me cubra de flores, / coloque um diamante na minha boca, coloque uma atriz de ouro nos meus peitos. / Tire uma foto do meu cadáver / e coloque-a numa moldura prateada, / acenda uma vela em minha memória. / Esta noite neste mundo / vou me maquiar e pentear o cabelo com cuidado.”

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“Aqui somos mais tristes e chatos, mas no limbo dos poetas já brilha uma nova estrela”, escreveu Inés Plasencia ao anunciar sua despedida.

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