Março 19, 2025
Morre o jornalista e redactor Antonio Burgos, o costumbrista que inventou Sevilha

Morre o jornalista e redactor Antonio Burgos, o costumbrista que inventou Sevilha

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Atualizada

Colunista e colunista do EL MUNDO durante muitos anos, foi uma referência do melhor jornalismo espanhol entre dois séculos.

António Burgos em 2005.
António Burgos em 2005.CARLOS MRQUEZ

Na irmandade dos costumbristas sevilhanos (que não são propriamente os sevilhanos) sempre existiu, embora esta perpetuidade possa ter nascido, tal porquê o Juan Belmonte de Chaves Nogales, esta mesma manhã, ou no sumo na véspera, a fé – naturalmente elevada à categoria de dogma – que Sevilha não pode e não deve mudar porque foi feita e acabada de uma vez por todas durante séculos, tal porquê a Buenos Aires que Jorge Luis Borges considerava “tão eterna porquê a chuva e o ar”. , e dos quais fundamento (mítico) considerou uma história, porque na sua memória não era concebível um momento no tempo em que a sua cidade, que neste caso é porquê manifestar o seu sorte, não tivesse existido.

Porquê o redactor prateado, em quem se cruzaram as linhagens dos heróis da independência e de uma saga britânica, o sabre e a livraria, Antonio Burgos Belinchn (1943-2023), redactor e jornalista, major costumbrista da ordem do Sevilha Eternaque esta manhã Ele morreu aos 80 anos em um hospital branco, que é a verdadeira cor da morte.inventou a sua linhagem – a confluência entre um pai alfaiate e uma mãe sapateira, radicado no bairro El Arenal de Sevilha, com raízes em El Viso del Alcor -, configurou um personagem (o varão de A Caixaa seção do jornal Rudimentos onde começaria a publicar seus artigos, que posteriormente transferiria para Quotidiano 16 e EL MUNDO) e acabou por inventar, contra o primeiro mandamento da própria guilda que presidiu, uma cidade imaginária – a inalterável Sevilha – que quase toda a sua geração ainda acredita ser verdadeira e que, porquê qualquer geração literária, só existe em a prosa de seus livros e a tinta de seus artigos.

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Sonâmbulo do pós-guerra, educado pelos jesuítas, repórter na Baja Andaluca, no reclamar dos anos sessentasaiu, além de dois romances –O contrabandista de pássaros, As cabauelas de agosto-, ensaios sobre cultura –Andaluzia Terceiro mundo?-, guias sobre a história íntima de Sevilha, e milhares de artigos, escritos em seu nome ou sob o pseudônimo (machadiano) de Abel Infanzán, que utilizou pela primeira vez na versão sevilhana do vetusto jornal Luca de Tena e que mais tarde seria ressuscitado na edição andaluza de EL MUNDO, na seção O Esa-30. Ele também legou uma longa namoro de imitadores, faltando os registros de sua escrita e de seu talento para inovar na prelo do franquismo tardio. Ele fez isso por um tempo a partir de um sólido conhecimento da tradição -ele se formou em Filologia Românica antes de ir para a Escola de Jornalismo-, seguindo o caminho de colunistas porquê Larra, Cavia, Azorn, Camba, González-Ruano ou Manuel Alcntarae graças à introdução de uma voz verbal, de inspiração popular, embora refreada de artifícios, na prosa de jornais que se caracterizavam pelo oficialismo, pelo decoro e pela falta de liberdade de repreensão.

A vitalidade dos seus artigos e a selecção hábil dos temas – a ruína de Sevilha, a consciência regional, os tipos e personagens do meio-dia andaluz – disparou a sua notabilidade e concedeu-lhe o privilégio de gerir – quase em regime de monopólio – o prestígio social da Sevilha solene. Burgos escreveu sobre pessoas específicas porquê um sistema para se notabilizar dos seus pares – as origens foram um sanbenito na Sevilha do pós-guerra, muito fechado sobre si mesmo – administrando, segundo a conveniência, de forma intercambiável, elogios e ridículo. Ele nunca foi um colunista de ideias ou um redactor de ideias. Nem, no sentido estrito do termo, era um intelectual, embora professasse – demonstrou-o durante o seu exílio na Suíça depois de ter sido ameaçado pela ETA – um firme compromisso com a liberdade e o andaluzismo anterior.

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Seu registro principal, supra de tudo, foi sentimental. Nenhum dos seus imitadores alcançou o domínio da linguagem, cuja génese reside na sua predileção pela verso. O primeiro livro que publicou, na verdade, foi uma coletânea de poemas: Termo no vazio (1962). Expressividade, memorialismo lírico, domínio métrico, eficiência, populismo e epifania. A fórmula teve um sucesso indubitável em Sevilha no final do franquismo e no início da democracia, com a correspondente projeção na prelo madrilena, mas depois da sua tempestuosa saída do jornal Rudimentos -sua morada jornalística ao longo da vida, depois de passar pelo jornal Informações sobre Andaluzia e colaborar com revistas A codorna,Triunfo ó Cadernos para diálogo- , de onde foi deposto do incumbência de vice-diretor por conflito com o portanto diretor, Francisco Gimnez Alemn, tornou-se sua marca pessoal única. Na sua boa vontade.

Burgosque até portanto era jornalista editorial, forjado entre as rotativas, os tipógrafos e aqueles enormes telefones com os quais se construiu o mundo e se fizeram os jornais, Descobriu as vantagens do tirocínio liberal – por conta própria – do ofício e retomou a tarefa de redactor, sem se vincular a ninguém além de si mesmo.. Demorou muito para se tornar pregador da Semana Santa em Sevilha, sobre a qual já havia escrito absolutamente tudo quando o funcionalismo Convoquei-o ao púlpito do Teatro de la Maestranza. Ele praticou (sem restrições) seu status de seita tauromáquica confessa. galeria– e gaditano de adoção.

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Seu colunismo crepuscular, nugativo diante do transcendental e solene com a anedota, Nunca deixou de ter leitores, embora sua influência tenha minguado à medida que as homenagens e premiações continuavam., porquê o título de Rebento Predilecto da Andaluzia. Zero comparável à sua glorificação porquê poeta popular na qualidade de responsável do Habaneras de Cádiz, composta com Carlos Tubo. Aquele menino de Portaceli, de short e coxas nuas, que pegou o ônibus – placa SE-21818 – na plataforma da Plaza Nueva para ir à escola com seu camarada José Ramón Fernández Surez, nunca teria sonhado com tamanha homenagem. Inventar Cdiz e Sevilha. E ser, por sua vez, inventado por ambos.

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