O porta-voz pátrio do PP, Borja Sémper, apelou esta sexta-feira, 1 de março, à “exoneração imediata” de Francina Armengol, presidente do Congresso dos Deputados, alegando que quando era presidente das Ilhas Baleares teria “comprado material de uma conspiração corrupta.” Sémper refere-se a um contrato que o Governo das Baleares adjudicou em 2020 (quando Armengol governava o arquipélago) que está agora a ser investigado no contextura do caso Koldo, que investiga a alegada cobrança de comissões ilegais por intermediação na compra de máscaras durante o pior de a pandemia.
Especificamente, o contrato a que avalanche o porta-voz pátrio do PP é um dos nove que constam de um despacho proferido pelo Tribunal de Instrução número 2 do Tribunal Pátrio em 19 de fevereiro. Ao pesquisar na Plataforma de Contratação do Setor Público você poderá acessar o registo do referido contrato e saber alguns de seus detalhes.
De negócio com O mundo, essas máscaras estavam com defeito e excediam a filtragem máxima de aerossol permitida para esse tipo de máscara. Borja Sémper denunciou que “quando leste material foi recebido, existem documentos que comprovam que o próprio Governo das Ilhas Baleares os identificou porquê material insatisfatório. Estava guardado, estava no arrecadação e entendemos que ainda está no arrecadação”, condenou o popular.
Os detalhes do contrato adjudicado pelo Governo Armengol e que está agora a ser investigado no caso Koldo
O contrato para o qual o PP pede a exoneração de Armengol teve porquê objetivo compre máscaras FFP2 no pior da pandemia. Foi atribuído a 12 de maio de 2020, embora cinco meses depois tenha sido publicada uma retificação do documento esclarecendo alguns detalhes, porquê que a compra seria financiada com fundos da União Europeia e cofinanciada com o Programa Operacional FEDER de as Ilhas Baleares 2014 -2020. Também foi justificado que o motivo da contratação foi uma “situação de extrema urgência”.
A entidade pública que adjudicou o contrato foi a Serviço de Saúde das Ilhas Baleares, que depende do Departamento de Saúde do governo regional (presidido por Armengol entre 2015 e 2023) e é responsável pela gestão dos serviços públicos de saúde do arquipélago. O governo Armengol concedeu-lhe 3.701.500 euros (impostos incluídos) o contrato com uma empresa chamada Soluções de Gestão e Suporte para Empresas SLa empresa sobre a qual gira a investigação do caso Koldo.
A contratação foi tramitada através de meios emergenciais, processo que, porquê já explicamos em Newtral.es, está regulamentado no cláusula 120 da Lei dos Contratos do Setor Público e se limita a três situações: acontecimentos catastróficos, situações que envolvem grave transe e necessidades que afetar a resguardo pátrio. Esta forma de contacto permite que os contratos sejam adjudicados de forma rápida mas com pouca transparência. Outrossim, com esta via não é necessária a realização de concurso público prévio, o que significa que a entidade contratante (Serviço de Saúde das Ilhas Baleares) escolheu diretamente o fornecedor (Soluciones de Gestión y Apoyo a Empresas SL) sem dar a opção de outras empresas interessadas competiram para lucrar o contrato.
Levante trajectória foi provável graças ao facto de, no dia 14 de março de 2020, o Governo ter pronunciado estado de rebate em todo o país para fazer face à situação de emergência sanitária provocada pela COVID-19. Levante real decreto foi posteriormente complementado pelo Real Decreto-Lei 7/2020, de 12 de março, que estabelecia que todos os contratos que tivessem de ser celebrados para satisfazer as necessidades derivadas da proteção das pessoas e para fazer face à COVID -19 seriam processados através meios de emergência.
Fontes
Plataforma de compras do setor público
El Mundo: ‘O governo arméngol escondeu que as máscaras da conspiração eram “ultrafalsas” para receber fundos europeus’
Newtral: ‘O que são contratos emergenciais e por que essa via de premiação foi usada durante o COVID-19’