Com as bilheteiras a meio ritmo e a perspetiva de um verão difícil, o Festival de Cinema regressa na próxima semana oferecendo bilhetes a preços reduzidos para lotar as salas numa profundeza em que a guerra pela atenção do testemunha é cada vez mais acirrada.
Por quatro dias, de 3 a 6 de junho, os filmes no outdoor podem ser vistos ao preço de 3,50 euros em mais de 334 cinemas em toda a Espanha aderiu a esta iniciativa conjunta de expositores e distribuidores, apoiada pelo Ministério da Cultura através do ICAA.
Até agora, oriente ano, a frequência ao cinema tem sido de 55% face à média registada no mesmo período entre 2017 e 2019, antes da pandemia, segundo dados da Comscore Espanha, e o termo de semana pretérito foi um dos piores, apesar da estreia de ‘Furiosa’, da saga Mad Max.
Para Joaquín Vegas, diretor daquela consultoria, a principal pretexto deste declínio é “falta de teor de superior volume” (os chamados ‘blockbusters’) nesta idade do ano, devido aos atrasos causados pelas greves de roteiristas e atores de Hollywood no ano pretérito.
A federação de expositores FECE, que reúne 90% das salas de exposição espanholas, acredita o mesmo. “Faltou um filme equivalente a ‘Super Mario Bros’ que tivemos no ano pretérito.” afirmou o seu diretor-geral, Luis Gil, que considera “muito importante” que existam filmes que gerem muito interesse porque “eles se unem, têm um efeito positivo”.
Ambos falam em “período vale” nas arrecadações e apostam que os dados vão melhorar até o final do ano. “Com o festival de cinema e os títulos que chegam em junho esperamos voltar e atingir o pico de audiência”, afirma Gil.
No verão pretérito o efeito ‘Barbieheimer’ inesperado – devido ao lançamento contínuo de ‘Barbie’ e ‘Oppenheimer’ – as bilheterias dispararam. Embora Vegas tenha dificuldade em igualar oriente ano, está positivo nos próximos títulos porquê ‘Inside out 2’, ‘Gru 4’, ‘Padre no hay mas que uno 4’ e ‘Deadpool & Wolverine’.
Até agora, o caminho pós-pandemia tem sido de recuperação progressiva, sem atingir os níveis anteriores a 2020. Especificamente no ano pretérito, a audiência cresceu 29,7%, com 76,7 milhões de telespectadores em confrontação com 59,1 em 2022.
O receio de uma desaceleração existe e tendo em conta a difícil situação deste ano devido às consequências das greves, Vegas acredita que “Pelo menos combinar os dados do ano pretérito seriam bons dados.” Ninguém parece pensar em voltar aos níveis de 2019, quando foram registados quase 105 milhões de telespectadores.
“Chegar a 85 milhões seria um número satisfatório para podermos falar em recuperação, nos resta uma mordida”, diz Gil, levando em conta a mudança universal nos hábitos de consumo. “Há cada vez mais opções de lazer e a pendência pela atenção do telespectador é cada vez maior”, afirma.
Se falamos de cinema independente, a situação é um pouco dissemelhante. Enrique Costa, co-presidente da associação de distribuidores independentes ADICINE garante que para eles os primeiros meses do ano foram “ainda melhores” que no ano pretérito.
Costa prevê “um verão complicado” mas um outono/inverno “emocionante”, acabando de revir de Cannes onde a sua distribuidora, Elástica, adquiriu, juntamente com Wanda, um dos títulos mais aclamados, ‘Emilia Pérez’ de Jacques Audiard.
Em todo o caso, sustenta que “é preciso olvidar” o que aconteceu antes de 2020, “comparar-se com números de outra idade não é justo”, afirma e defende “a capacidade de adaptação” que demonstraram posteriormente a covid.
‘Anatomia de uma queda’, de Justine Triet, distribuído pela Elástica e Filmin, foi a melhor estreia de Palma de Ouro dos últimos dez anos e só foi visto nos cinemas por 400.000 espectadores. “Se conseguirmos ter filmes que atraiam, o testemunha vem ao teatro”, insiste Costa.
Entre os títulos que poderão ser vistos neste vigésimo segundo Festival de Cinema estão ‘Furiosa’ de George Miller, ele cinebiografia sobre Amy Winehouse ‘De volta ao preto’, Estreia no cinema para a família de John Krasinski ‘Amigos imaginários’, a segunda parcela de ‘Duna’, ‘Garfield’ ó ‘Godzilla e King Kong’.
Também ‘Reino do Planeta dos Macacos’, a última sensação do cinema italiano ‘Sempre teremos o amanhã’, Filme de Isaki Lacuesta sobre Os Planetas ‘Segundo premio’, ‘Nina’ de Andrea Jaurrieta o ‘Até o termo do mundo’ de Viggo Mortensen.