Março 20, 2025
O último ato suicida de Francis Ford Coppola

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Era o filme mais esperado do anoa realização de uma cruzada quixotesca de mais de quarenta anos de reescritas, refinanciamentos e filmagens abortadas, uma delas em meados do 11 de setembro. Megalópolea grande quimera de Francisco Ford Coppola, já é uma verdade. O Seção Solene da 77ª edição do Festival de Cinema de Cannes Esta quinta-feira, acolheu a primeira exibição desta utopia – ou distopia, agora veremos – de um dos nomes fundamentais da história do cinema. Megalópole Será provavelmente o último trabalho – o realizador já completou 85 anos – da patriarca de duas sagas: dos Coppolas -Sofia, Gia, Nicolas Cage e outros- e dos bad boys disso Novidade Hollywood que mudou as regras da indústria nos anos sessenta. O título, Megalópolis, sublinha a intenção do diretor de oferecer uma obra de arte totalidade, gigantesca, megalomaníaca, desproporcional aos parâmetros atuais, quando a normalidade cinematográfica se constrói sobre blockbusters multimilionários que fariam qualquer um chorar. DW Griffith.

No processo de construção do seu MegalópoleCoppola saiu 120 milhões de dólares dos seus bens pessoais – teve que vender as suas famosas vinhas porque ninguém queria produzi-las -, da sua saúde e provavelmente da sua sanidade. No início do mês, sua esposa, Eleanor, também faleceu, conforme resumo trágico da subida às montanhas da loucura do diretor, emulando seu Capitão Willard de Apocalipse agora.

Tem muito cantiga de ci(s)nepermanecer Megalópoleuma representação do queda do poderio americano que percorre o filme extra-cinematograficamente: Coppola, por fim, é um dos pilares da contracultura norte-americana, que acabou se tornando cultura convencional. Novamente o Utopia transformada em distopia. Depois de uma abordagem política, de uma revolução popular e de uma cultura ocidental que enfrenta o seu colapso, esta Megalópole Wagneriano oferece um último ato em que a salvamento vem através do paixão. No papel está tudo muito, mas não na tela.

Coppola, num ato de rebelião, teimosia, paixão kamikaze e coragem, quis decorrer detrás dos seus moinhos de vento, uma vez que já fez Terry Gilliam com Quixotee escadeirar com seu grande ópera de ficção científica que – guardando as suas dimensões – se assemelha muito a um primeiro filme: uma vontade de descrever tudo, de evacuar todas as ideias e pensamentos e discursos ao mesmo tempo, uma voracidade transformada em palavrório. Muito se fala dos filmes testamentários dos grandes diretores, mas pouco se fala sobre o vestuário de que normalmente, embora erráticos, são impregnados de um estranho vigor formal, de uma premência de experimentação desenfreada, talvez uma vez que forma de provar que ainda estão vivos, que se sentem vivos, por mais que tentemos enterrá-los. É melhor ser um misterioso perturbado do que um fóssil, parecem pensar.

A forma uma vez que Coppola tem tentado se conectar com o momento atual é através da proposta de uma utopia uma vez que selecção à queda daquele poderio americano, que réplica da crise económica e de valores da República Romana. Já na primeira sequência de Megalópolevigarista Adão Motorista caracterizado com um penteado no estilo patrício romanoCoppola estabelece o código estético e iconográfico do filme, repleto de alusões ao mundo clássico, particularmente ao Conspiração catilina no ano 63 AC, quando Roma. Uma democracia pervertida pelos interesses da fidalguia acaba se transformando em populismo, revoltas e morte. Mais ou menos o resumo do primeiro procuração de Donald Trumpobserva o filme.

Novidade York é apresentada uma vez que um espelho da Roma antiganum momento de declínio provocado por uma oligarquia distanciada do povo e entregue a um fúria hedonista. Entre essas elites dominantes destaca-se César Catalina (Adam Driver), um construtor-playboy com a capacidade de parar o tempo e que, aliás, criou um novo material de construção para substituir o aço e o concreto que é transparente e que, aliás, é o meio para edificar uma utopia em que todos os homens e mulheres cresçam e se eduquem em paridade e simetria com o planeta: Megalópole. Não é muito clara a utilidade do superpoder do arquiteto, que aparece e desaparece, uma vez que uma pequena anedota de natureza sem valimento. As múltiplas reescritas do roteiro se fazem sentir quando há franjas que ficam soltas, esquecidas, sem utilidade.

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César Coppola é confrontado com uma espécie de magnata chamado Crasso, interpretado por Jon Voight; com Franklyn Cicero, prefeito de Novidade York (Giancarlo Esposito)que odeia a fantasia do projeto e quer manter seus privilégios no status quo, e com uma espécie de rebento do papai peculiar que é encarnado por um Shia LaBeouf mais desencadeado do que nunca (e isso já era difícil), um personagem difícil de qualificar, uma exacerbação da vaidade e da vulgaridade contemporâneas. Julia Cícero cruza o caminho de César (Imagem: Divulgação)Nathalie Emmanuel), filha do prefeito, uma ‘socialite’ em procura de sentido para sua vida. Também aparece lá Rossio Aubrey uma vez que Mulher mortífero retrógrado, um personagem quase tão perturbador quanto LaBeouf. Ou um tanto assim. Porque, daqui em diante, é o trabalho difícil de cada telespectador tente conectar as milhares de ideias que Coppola propõe num solilóquio no mínimo desconcertante.

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Aubrey Plaza é Wow Platinum em ‘Megalópolis’. (Festival de Cinema de Cannes)

O retrato caricaturesco, cômico e ‘preto’ O retrato que Coppola faz das elites americanas lembra Dick Tracy (1990), de Warren Beatty, pelo grotesco de seus personagens e pelo contra-senso das situações. Também se conecta com Santo Motores (2012), de Leos Carax, nessa vocação expressiva transgressora. Mas o que Coppola pretende uma vez que sátira resulta em paródia e, em muitas ocasiões, os dispositivos narrativos inusitados parecem mais o resultado da cortes de orçamento e a premência de resolver as tramas com pressa do que com uma proposta linguística muito pensada. Há uma sensação de quebra-cabeça em que secção das peças se perdeu, de uma varanda com vista para o caos.

Megalópole Tem tudo o que o cinema pode oferecer -até um momento performativo na sala-; Existem momentos musicais, existem tomadas, existem thrillers. Existe o expressionismo teutónico e existe o existencialismo moderno. Há cartazes soviéticos, há recortes de jornais, há telas divididas, há animações, há uma tela preta, há teatro filmado, há efeitos especiais muito ornamentados e também imagens documentais. Mas não há ordem que guie o testemunha em sua procura por um significado, um léxico, uma tradução.

Num experiência – filme ou qualquer tipo – você experimenta ideias para chegar a alguma peroração. Em Megalópole As propostas são muitas, mas as conclusões são incontestáveis. Ele leitmotiv desta ópera de ‘ficção científica’ de Coppola é o tempo (uma vez que insiste repetidamente seu protagonista, o tempo se perde, o tempo voa, o tempo se esgota, citações banais e exageradas), mas ele está tão rodeado de orgulho que acaba soterrado em tanto estrondo.

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Mais um momento de ‘Megalópolis’, o último filme de Francis Ford Coppola. (Festival de Cinema de Cannes)

A aspecto na tela é aquela ninguém além de Adam Driver sabe exatamente o que está fazendo. A proposta fotográfica flutua e muda sem uma intenção expressiva clara, a montagem é arrítmica e anticlimática e os atores pululam pelos palcos desorientados, tanto quanto o testemunha. Megalópole É imprevisível porque não está recluso aos códigos habituais e, uma vez que uma garoto com TDAH, porque quer abranger tudo e tudo agora. Coppola reafirma a teoria de que Megalópole é seu último grande filme, Moby Dick. E há um tanto de maravilhosamente trágico nessa imolação, naquela cruzada extemporânea em que Coppola decide aventurar os seus bens, o seu esforço e o seu tempo – estes últimos muito mais valiosos porque são irrecuperáveis ​​- para superar a si mesmo, o último grande travanca. Toda utopia desmorona em utopia, repetem, e Megalópole é outro exemplo disso.

Era o filme mais esperado do anoa realização de uma cruzada quixotesca de mais de quarenta anos de reescritas, refinanciamentos e filmagens abortadas, uma delas em meados do 11 de setembro. Megalópolea grande quimera de Francisco Ford Coppola, já é uma verdade. O Seção Solene da 77ª edição do Festival de Cinema de Cannes Esta quinta-feira, acolheu a primeira exibição desta utopia – ou distopia, agora veremos – de um dos nomes fundamentais da história do cinema. Megalópole Será provavelmente o último trabalho – o realizador já completou 85 anos – da patriarca de duas sagas: dos Coppolas -Sofia, Gia, Nicolas Cage e outros- e dos bad boys disso Novidade Hollywood que mudou as regras da indústria nos anos sessenta. O título, Megalópolis, sublinha a intenção do diretor de oferecer uma obra de arte totalidade, gigantesca, megalomaníaca, desproporcional aos parâmetros atuais, quando a normalidade cinematográfica se constrói sobre blockbusters multimilionários que fariam qualquer um chorar. DW Griffith.

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