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Outro 25 de novembro

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* O responsável faz segmento da comunidade de leitores de La Vanguardia

Escrevo enquanto ouço as réplicas do oração de posse de Pedro Sánchez, enquanto os locutores da rádio opinam sobre as palavras de um ou outro deputado. Ouço sem remunerar juros excessivos porque não paladar da tensão que permeia o Congresso e o país. Dia posteriormente dia um grupo de pessoas manifesta-se em frente à sede do PSOE contra a amnistia, contra Pedro Sánchez, com bandeiras espanholas.

Escrevo enquanto a guerra no Médio Oriente continua, enquanto ainda há bombardeamentos, há falta de materiais nos hospitais, há pessoas raptadas, a rafa, o terror, a desolação espalham-se…

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Escrevo enquanto vejo os olhos daquelas crianças, daquelas que vivem esse horror. Qualquer dia eles nos perguntarão as razões deste genocídio. Eles vão exigir de nós respostas e não teremos zero, porque não há zero que justifique uma guerra.

Escrevo enquanto a guerra na Ucrânia, embora pareça que não, continua o seu curso, o curso imposto pelos beligerantes. Ainda há refugiados na Europa, mulheres e crianças que foram autorizadas a fugir, que foram acolhidas longe das suas casas.

Escrevo enquanto as canoas continuam chegando à ilhéu do Hierro, a praia da restinga abriga centenas de olhos cheios de terror e esperança.

Escrevo enquanto em muitos países as mulheres são forçadas a deter segmento ou a totalidade de si mesmas, uma vez que fantasmas que percorrem o espaço público. Onde não podem estudar, viver livremente, uma vez que cidadãos de segunda classe, filhotes de animais, úteros ambulantes que podem ser alugados, vendidos, comprados, destruídos…

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Hoje é 15 de novembro, os dias estão cada vez mais curtos, o indiferente não chega, as pessoas discutem nos cafés e nas tabernas. Mesmo em moradia, aquele lugar onde tudo deveria intercorrer em tranquilidade, não concordamos. O estrondo não nos deixa ouvir.

Escrevo enquanto sinto que tenho o compromisso pessoal de falar do 25 de novembro, dia contra a violência de gênero. E isso me deixa com preguiça, me deixa com raiva e um tédio obscuro toma conta de mim.

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Sei que voltaremos a concentrar-nos nas Câmaras Municipais, nas Delegações, sei que voltaremos a usar fitas violetas, sei que em alguns locais haverá espetáculo. Gritaremos, cantaremos, mulheres e homens, conterrâneos e políticos de esquerda, de direita, de meio ou sem ideias. Cada um dará o seu oração, a sua opinião condenando a violência….

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Até à data, mais de 50 mulheres foram assassinadas levante ano em Espanha. 1.234 vidas desde 2003, quando os assassinatos começaram a ser contabilizados. Vidas destruídas com as famílias que chorarão por elas, com crianças órfãs, com vítimas de violência indireta.

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Nascente ano tivemos, uma vez que sempre, violência contra nós: nas casas, na rua, no futebol, na política. Eles continuam a nos machucar, embora estejamos cada vez mais fortes, eles continuam a nos massacrar, a nos estuprar, a nos subjugar, a zombar de nós só pelo roupa de sermos mulheres.

Nascente ano tivemos, uma vez que sempre, violência contra nós: nas casas, na rua, no futebol, na política.

Ontem à noite na TV vi que na primeira fileira alguns dos reunidos contra a anistia usavam bonecos infláveis ​​diante de Ferraz com um slogan que dizia: “Estes são os ministros do PSOE”.

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Houve mais slogans, mais rudes, mais dolorosos que não transcrevo porque tenho vergonha. E porque felizmente “ainda não estou curado dos horrores”, isso também é violência, e é a semente onde germina mais violência.

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O oração de posse continua seu curso, agora a maioria dos partidos levantará a bandeira da paridade. E teremos mais uma vez um 25 de Novembro tingido de violeta.

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