Outubro 1, 2024
“Paco e eu não fizemos música por paixão à arte, mas por urgência”

“Paco e eu não fizemos música por paixão à arte, mas por urgência”

Pepê de Lúcia (Algeciras, 1945) sai entusiasmado de mais uma entrevista e não é necessário nenhum aquecimento prévio ou perguntas típicas para quebrar o gelo. A Taberna Ardosa de Chamberí respira nostalgia e serve de envolvente para falar de tradição e flamenco. Bem no bar, seu possessor enxuga as lágrimas em seguida ter presenciado a conversa anterior entre o cantor e Javier Navarro, do Strim. Pepe de Lucía termina o último gole de vinho branco e o estalajadeiro vem ipso facto reabastecer o copo. Um flamingo não pode ter sede.

Pepe de Lucía não está cansado e há alguns dias revive a puerícia. Acabou de vir à tona Pepito e Paquito, álbum que revela uma série de gravações musicais rudimentares dos irmãos De Lucía. Paco tinha 11 anos e Pepe 13. Um tesouro escondido durante meio século em forma de bobinas velhas, guardadas dentro de uma lata de mesocarpo de marmelo. A bizarra história de um documento sonoro que nos leva a uma quadra de necessidades e engenhosidade para evadir da pobreza através da arte. História viva Espanha: “Sou cantor, compositor e produtor. Vivi o e para o flamenco e desenvolvi muitas pessoas”, diz orgulhosamente Pepe de Lucía, sentado num banco do tradicional espaço madrileno.

Pergunta: Que história, Pepe.

Responder: A lata ficou guardada na morada de Reyes Benítez, nosso segundo pai. Um varão longe do moeda, do egoísmo e da ostentação e que nos amou loucamente. Ele mudou de morada e seu fruto Quique gravou aquela fita. Depois de todos esses anos, as fitas deterioraram-se e algumas músicas foram perdidas.

Pepe de Lucía é o protagonista necessário de Pepito y Paquito. Seu quina é puro desprazer, paixão e fulgor. É compreensível de onde veio a espanto e o apreço que gerou sua potência vocal nos primeiros anos de curso. Aos 13 anos é provável perceber a posição privilegiada que alcançou no flamenco tanto acompanhando Paco porquê em diversos projetos solo.

O paradoxo ocorre que Pepito e Paquito É o primeiro álbum que Pepe e Paco gravaram juntos e, por sua vez, o último de suas longas carreiras flamencas. Para Pepe representa também um toque final a alguém que sempre dedicou paixão, carinho, orgulho e reverência, testemunhando em primeira mão o sucesso do seu irmão mais novo. Ao mesmo tempo, ele reivindica sua própria figura no quina flamenco com uma voz pessoal e comovente, transmitindo emoções cruas e honestas.

P: Qual foi a sensação de ouvir as gravações novamente?

R: É um tanto inexplicável. Eu não conseguia confiar que eu era aquele garoto que canta. Já fazia tanto tempo que não me lembrava dele cantando tão muito naquela idade. Havia muitas crianças que cantavam lindamente naquela quadra; Porém, não houve crianças que cantaram 39 palos. Também não havia crianças para tocá-los. Ao ouvir as gravações, senti a urgência de que todos fizessem isso. Que passou a fazer segmento da Livraria Pátrio, mas também serviu porquê pedagogia flamenca.

P: Isso ajudou você a reviver um tempo esquecido?

R: Desde o momento em que você nasce, você revive a vida a cada minuto.

Paco de Lucía foi morto pelo libido de ser o melhor

P: Que diferenças existem entre trovar quando moço e porquê adulto, entre fazê-lo por paixão à arte e por obrigação?

R: Nunca cantamos por paixão à arte. Cantamos por paixão à inópia. De crianças e adultos. Tem sido assim durante toda a minha vida. Por urgência, por precariedade e para cuidar da sua família.

P: Uma vez que era La Bajadilla, bairro onde você cresceu?

R: Um bairro cigano. Nós somos felizes. Lembro-me de ver meu irmão ensaiar. Fiquei muito feliz em vê-lo. Ele ensaiou e eu toquei. Eu o incentivei a vir comigo, mas ele preferiu o violão a tocar na rua. “Papai me pediu para continuar ensaiando e eu vou permanecer”, disse ele. “Escapa”, ele perguntou. Mas zero. Ele sempre ficou.

P: Você se sentiu mais atraído pela rua.

R: Sempre foi evidente para mim que seria um traficante e sabia que Paco seria um gênio.

P: Qual foi o papel dos seus pais?

R: Sem eles, nunca teríamos sido artistas. O que está evidente para mim é que Paco teria sido o melhor naquilo a que se dedicaria.

P: Quando você ouve Paco tocando violão aos 11 anos, você já vê aquela genialidade?

R: Eu sempre soube que seria. Ele dominou o violão de uma maneira única. Uma vez que isso doeu. Aquelas alegrias maravilhosas…

P: Quanto custa talento e quanto custa trabalho?

R: Paco era muito talentoso. Ele era uma pessoa relaxada, calma e tranquila. Um varão humilde e um artista que sempre quis se aprimorar. E esse dom de querer sempre ser o melhor através do trabalho foi o que causou sua paragem cardíaca. Ele foi vítima de sua própria responsabilidade.

P: Os guitarristas são enigmáticos e introvertidos?

R: Somos todos introvertidos devido ao temor do palco e à incerteza. Paco sempre perguntava se ele tinha jogado muito. Nem ele, sendo um gênio entre os gênios, tinha certeza se havia se saído muito depois de uma apresentação. Eu disse a ele por que ele perguntou isso se ele sempre jogou muito muito. Ele era introvertido, porquê Camarón de la Isla eu era menos. É por isso que foi ele quem mediou entre eles.

P: Uma vez que era a relação entre os dois?

R: Eles tinham muito reverência um pelo outro. Lembro que, se Camarón não gostasse de alguma coisa que Paco estava fazendo, ele vinha me racontar. Logo, pedi ao meu irmão que repetisse um determinado terço porque poderia ser feito melhor. “Vamos deixar assim, é muito lícito”, disse Paco. Camarón logo me fez gestos novamente para obstinar.

P: A América Latina tem sido um vista muito importante em suas carreiras. Que reflexão você faz desta relação cultural entre duas partes de um mesmo mundo separadas pelo Oceano?

R: Olha essa linda mulher que acabou de passar por cá (Pepe aponta para o companheiro). Eu a conheci na Argentina há 32 anos. Isso foi graças à música. A música leva você ao paixão.

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