Maio 8, 2025
Quando Kurt Cobain se juntou à Sociedade dos Poetas Mortos

Quando Kurt Cobain se juntou à Sociedade dos Poetas Mortos

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Últimas horas de 10 de abril de 1994. Ao longo do dia, tapume de sete milénio pessoas vieram ao Seattle Center para se despedir de Kurt Cobain, líder do Nirvana e símbolo de toda uma geração, a sua estrela setentrião. Desde o chegada de Deixa para láseu segundo álbum, a filarmónica se tornou um pouco mais do que a ponta de lança de um movimento, o grungeque não continuaria por muito mais tempo sem seu capitão: o Nirvana não era somente o grupo de rock que vendeu mais de trinta milhões de cópias durante a noite, mas também o trio de jovens irritados e alienados que, através de músicas porquê Cheira a espírito juvenil ó Um tanto no caminho, eles criaram um espírito da era estético-cultural à sua imagem e semelhança. Para a prelo especializada, a narrativa ficou clara no momento em que Deixa para lá Deslocou Michael Jackson do primeiro lugar nas paradas de vendas. É impossível não interpretar isso porquê um sintoma de troca de guarda, porquê um choque: Adeus à frivolidade decadente do pop da MTV, olá à sinceridade raivosa do sangue novo.

Em termos sociológicos, a figura de Cobain foi interpretada porquê o padroeiro da preguiçosos, aqueles jovens de vinte e poucos anos sem trabalho ou benefícios que, oprimidos pela hipocrisia de um sonho americano em evidente declínio, decidiram desistir. O preguiçoso, o associal e o drogado tornaram-se ícones revolucionários que, tal porquê Bartleby, preferiram não o fazer. Numa das suas muitas contradições, Kurt Cobain representou, aos 27 anos, fundamentalmente essa atitude. non serviammas ao mesmo tempo havia se tornado um perfeito yuppie: casado, passeando com a filha pelos jardins de sua caríssima mansão e cumprimentando seus vizinhos, executivos da Microsoft, enquanto planeja suas grandes viagens pelo mundo. O Nirvana soube transmitir a raiva de uma geração inteira porquê nenhum outro grupo de seu tempo. E depois a indústria cultural absorveu e assimilou essa raiva até se tornar a novidade tendência, um pouco com que Cobain sempre teve sérios problemas. “Quando nos tornamos famosos na América”, confessou ele em entrevista a Jon Savage, “fiquei com pânico… fiquei apavorado por um ano e meio”. Ele veio quebrar tudo e de repente ele foi nomeado presidente das ruínas.

Foi aí que começou a perder o controlo, embora a história de Kurt Cobain tenha sido sempre, no fundo, uma história trágica de perda de controlo, um heróico autodestrutivo que passou por diferentes estações da cruz – por exemplo, aquele vestido amarelo em Headbangers’. Dança em 1991, ou aquele coquetel de champanhe e tranquilizantes que ele tomou em Roma um mês antes de seu suicídio – até que tristemente terminou em 5 de abril de 1994, deixando somente uma nota devastadora dedicada à sua esposa e filha. Nem mesmo o videoclipe de Cheira a espírito juvenilsua grande coroação porquê príncipe dos párias, ocorreu inteiramente porquê ele esperava: seu noção de “dança da líder de torcida que deu inverídico” incluiu estudantes de todas as raças, líderes de torcida não normativas e, em homenagem ao filme No barranco (Jonathan Kaplan, 1979), um incêndio no instituto. Quando viu que o diretor Samuel Bayer havia eliminado essas arestas e escalado modelos profissionais para interpretar as líderes de torcida, Cobain ficou furioso. E essa fúria se reflete no videoclipe, que ajudou a elevá-la ao status de supernova. Foi portanto que ele começou a sentir que não importava o que fizesse, o público iria entendê-lo mal. Ele nunca poderia ser ele mesmo. Seus gritos de socorro foram interpretados porquê simples excentricidades estelares, embora muitos deles viessem de um lugar extremamente doloroso (seu vício em heroína veio, em segmento, de suas tentativas de sossegar dores de estômago que se tornaram quase insuportáveis ​​no final de sua vida).

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Os seus últimos dias inspiraram um filme de Gus van Sant e uma ópera recente, mas só podemos especular o que um jovem que se sentiu tão sozinho, tão triste e tão miserável no topo do mundo pode ter sentido e pensado. “Agradeço”, escreveu ele em sua última nota, “do fundo do meu estômago ardente e nauseante”: Kurt Cobain ainda tinha a capacidade de amar, de respeitar a venustidade do mundo, mas A dor era simplesmente insuportável.. Não somente no nível físico, mas também espiritualmente. Existencial, até. Ele não pôde continuar e pronto. No Seattle Center, um grupo de fãs começou a trovar “Fuck you, Kurt”, incentivados pela própria viúva do músico, Courtney Love, que acreditava que esse gesto sintetizava perfeitamente o sentimento de insuficiência que todos ali reunidos sentiam. Muitas camisas de flanela também foram queimadas e alguém foi fotografado com cortes nos pulsos que formavam as letras “KURT”. Até hoje muitos desses fãs ainda não conseguem processar o que aconteceu mas a verdadeira arte sempre acaba abrindo caminho e hoje trinta anos posteriormente sua morte Cobain é admirado pelas novas gerações que descobriram o poder atemporal de suas letras. Os tempos mudaram, mas a raiva permanece. Vamos oferecer, portanto, a um dos mais belos membros do clube dos poetas mortos.

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