Robert Fico foi o vencedor das eleições realizadas no pretérito sábado na Eslováquia com 23% dos votos, mas terá de recorrer a aliados para formar governo. Nascente político veterano, que já foi primeiro-ministro duas vezes (2006-2010 e 2012-2018), mostrou a sua oposição ao suporte militar à Ucrânia, apesar de a Eslováquia ser membro da NATO e da União Europeia.
Antimuçulmano, o partido “social-democrata” de Fico, Smer-SD, quase foi expulso do Partido Socialista Europeu (S&D) em 2015, depois de o portanto primeiro-ministro ter dito que a Eslováquia só aceitaria refugiados cristãos.
Um ano depois, Robert Fico declarou que o Islão não tinha lugar no seu país porque, na sua opinião, os migrantes “mudam o índole” da pátria. Neste sentido, nas eleições parlamentares de 2016 preparou uma campanha focada na imigração com mensagens uma vez que “vamos proteger a Eslováquia”.
No entanto, ao contrário de outros líderes populistas xenófobos, uma vez que Viktor Orbán, da Hungria, Robert Fico não nega publicamente a União Europeia. Na verdade, em 2009 – durante o seu procuração – a Eslováquia aderiu à zona euro e ao espaço Schengen. Afirmou recentemente que “a orientação da política externa da Eslováquia não mudará” com ele no Governo porque “estamos na União Europeia”.
Sim, ele mostrou a sua recusa em concordar o povo ucraniano com comentários uma vez que “A Eslováquia tem coisas mais importantes com que se preocupar do que a Ucrânia” e, segundo a BBC, disse a vários jornalistas que não planeia enviar “um único munição” para Kiev. Segundo a prensa eslovaca, o Núcleo de Comunicações Estratégicas da Ucrânia (Spravdi) incluiu Robert Fico numa lista de propagandistas pró-Rússia.
Robert Fico renunciou em 2018 em seguida o assassínio do jornalista Jan Kuciak
O recente vencedor das eleições na Eslováquia já renunciou ao incumbência de primeiro-ministro em 2018, em seguida o assassínio do jornalista Jan Kuciak, que investigava casos de devassidão política envolvendo membros do partido de Robert Fico, o Smer-SD. Uma vez que já contou Newtral.es, o documentário O assassínio de um jornalista (Filmin) faz um bom relato dos protestos que derrubaram Fico em seguida a morte do repórter.
Segundo a prensa eslovaca, no dia 9 de março, dezenas de milhares de eslovacos saíram às ruas de Bratislava naquela que é considerada a maior revelação do país desde a queda do comunismo em 1989.
Uma vez que explicou ao Newtral.es o professor de História e Cultura Russa da Universidade de Granada (UGR) Simón Suárez, o suporte da sociedade eslovaca a Robert Fico nestas eleições deve-se ao aumento do extremismo em praticamente toda a Europa. Neste caso, “tanto a extrema esquerda uma vez que a extrema direita, apesar de serem dois setores muito diferenciados politicamente, têm uma visão mais próxima dos ideais de Putin”, afirma o perito.
De momento, uma das felicitações que Fico recebeu é a do ultranacionalista húngaro Viktor Orbánque lhe disse que “ansia” por trabalhar “com um patriota”.