De Charles Laughton de ‘This Land is Mine’ (J. Renoir, 1943) a Robin Williams de ‘Dead Poets Society’ (P. Weir, 1989), O cinema tem retratado, com uma sensibilidade não sem desenvoltura, professores comprometidos com o seu trabalho, inimigos da exprobação e, sempre, preocupados com os seus alunos. A levante grupo de educadores que acreditam que a cultura nos torna livres e independentes junta-se Antoni Benaiges interpretado por Enric Auquer numa cinebiografia que nos mostra, mais uma vez, que A Guerra Social é um tema inexaurível.
‘O professor que prometeu o mar’ transporta-nos das ondas daquele pretérito bélico às margens deste presente pacífico, para comemorar as pequenas conquistas, mas também para registar algumas lacunas. Na história pré-guerra, O olhar de Auquer, entusiasmado e pleno de valores, é tão significativo quanto os seus diálogos. E, uma vez que se não bastassem os problemas familiares, o papel de Laia Costa garante que não sejam realizadas exumações tímidas, dando nomes aos protagonistas das fotos e, em suma, classificando toneladas de papéis perdidos.
Para os preocupados com a nossa História e histórias (ainda) escondidas
O melhor: Enric Auquer, com suas mudanças de tom, olhar e gestos.
O pior: permanecer com vontade de saber mais sobre o personagem de Costa.
FICHA TÉCNICA
Endereço: Patrícia Natividade Departamento: Enric Auquer, Laia Costa, Luisa Gavasa, Ramón Agirre, Milo Taboada País: España Ano: 2023 Data de estréia: 10–11-2023 Gênero: Drama Roteiro: Francesc Escribano, Albert Val Duración: 110 minutos.
Sinopse: Espanha, 1935. Antoni Benaiges, professor de Tarragona, é matriculado na escola pública de uma pequena cidade de Burgos. Graças a um método de ensino pioneiro e revolucionário para a era, começa a transformar a vida dos seus alunos, mas também a do lugar, um tanto que nem sempre agrada a todos.