O novo partido fundado por Sahra Wagenknecht defenderá a luta pela justiça social e pelo planeamento da imigração.
Por Editorial NR | 01/10/2024
Sahra Wagenknecht e a sua equipa política apresentaram o seu novo partido, ‘Sahra Wagenknecht Alliance’ (BSW), numa conferência de prelo em 8 de janeiro. A formação tem gerado grandes expectativas e vai estrear-se nas eleições europeias de junho.
Durante o evento foram apresentados os candidatos que vão participar nas eleições europeias: o ex-deputado Fabio de Masi, do Die Linke, e o idoso presidente da Câmara de Düsseldorf Thomas Geisel, do Partido Social Democrata (SPD). A coligação também planeia participar nas eleições regionais em Brandemburgo, Turíngia e Saxónia, que terão lugar em Setembro. A líder do BSW esclareceu dúvidas e confirmou que não concorrerá às eleições europeias porque pretende focar-se na política pátrio alemã.
No evento também anunciaram que o primeiro evento público do partido acontecerá no dia 27 de janeiro em Berlim.
Sahra Wagenknecht optou por romper com o que considera uma esquerda pós-moderna que abandonou a luta pela melhoria das condições materiais dos trabalhadores. Por isso, um dos pilares do BSW é a justiça social, focada em questões porquê salários, pensões, saúde e instrução.
Um dos pontos que mais gerou polêmica tem a ver com a posição do BSW em relação à imigração. Wagenknecht tem sido em prol de um maior controlo da ingressão de refugiados e migrantes no país. Ele garante que as políticas de integração na Alemanha fracassaram e alerta que não quer que se formem guetos e “sociedades paralelas” porquê as que já existem em alguns bairros de França. Refere-se aos subúrbios das grandes cidades francesas e salienta que existem “bairros inteiros” onde “a sociedade francesa já não se reflecte”.
Desta forma, o partido BSW rompe com a resguardo das fronteiras abertas feita por determinados sectores da esquerda e aposta no controlo e planeamento migratório que permite saber os fluxos de ingressão e planear os recursos sociais necessários. Wagenknecht afirma que “a transmigração e a simultaneidade de diferentes culturas podem ser enriquecedoras. Mas isso só é válido enquanto o inspiração for restringido a um nível que não sobrecarregue o nosso país e as suas infra-estruturas, e enquanto a integração for activamente promovida e muito sucedida.’
É uma posição com uma abordagem progressista que contesta o oração anti-imigração da extrema direita liderada pela Escolha para a Alemanha (AfD), que está em franca expansão em todo o país e não para de crescer eleitoralmente.
Nesse sentido, referindo-se ao progresso da extrema direita, Wagenknecht afirma que “quem fala de prenúncio à democracia confunde razão e efeito. O que prenúncio a democracia é uma política em que muitas pessoas não vêem os seus interesses representados.’
E critica duramente a esquerda moderno: “para muitos, a esquerda tem agora a ver com questões de estilo de vida ou políticas de género. Não com questões tradicionais porquê a coesão social ou a política de solução de conflitos.’