Março 20, 2025
Salman Rushdie: “Espanta-me que alguns jovens coloquem a liberdade de frase, que é sagrada, aquém dos seus interesses”

Salman Rushdie: “Espanta-me que alguns jovens coloquem a liberdade de frase, que é sagrada, aquém dos seus interesses”

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Atualizada

Salman Rushdie. Plumitivo. Anglo-indiano. 76 anos. 22 romances publicados. Entre elas, versos satânicos, pelo qual o aiatolá Khomeini lançou uma fatwa contra ele em 1989. Passou mais de 20 anos encurralado pelos serviços de segurança e ameaçado pelo fanatismo islâmico. Ele usou o pseudônimo de Joseph Anton (em homenagem a Joseph Conrad e Anton Chjov) para viajar secretamente pelo mundo. Ele reside em Novidade York.

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Depois de tanto tempo ele se acostumou com o prenúncio e confio que zero poderia intercorrer. Ele já havia sofrido um bom trecho de biografia forçado a subsistir uma vez que furtivo. Portanto ele veio tentando viver uma vez que qualquer outra pessoa. Mas em 17 de agosto de 2022, um jovem americano de 24 anos, Hadi Matar, radicalizou-se no Líbano, le asest 10 pualadas no início de um conversação sobre literatura na Chautauqua Institution, no Estado de Novidade York. Não havia nenhum dispositivo de segurança. Rushdie esteve a um passo da morte durante meses. Ele voltou para vivenda e começou a grafar. Agora ele faz um resumo do ataque em uma história biográfica com pouca ficção: Faca. Meditações depois uma tentativa de assassínio, publicado na Espanha pela Random House com tradução de Luis Murillo. É o relato muito preciso desses esfaqueamentos, do que aconteceu depois. E também uma cantiga de vida. E uma missiva de paixão. E um duelo. E uma faca de papel contra aço. Contra o tétano do fanatismo. Isto é.

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Você já pensou que um dia escreveria oriente livro?
Não nunca. Eu prometo. Mesmo depois do ataque, por muito tempo, não quis grafar.
Eu mudei de teoria.
Pareceu-me importante. Foi necessário, porque me era impossível pensar em outra coisa. Pensei milhares de vezes naqueles 27 segundos em que aquele jovem me atacou com a faca. Era 12 de agosto de 2022. Portanto mudei de teoria, sim. Comecei a grafar e me conectei de uma forma muito poderosa com a história do que aconteceu. Cá está.
Que relação isso tem agora com o susto?
Nenhum. Uma das consequências deste facto é que, obviamente, devo ser mais precatado. Mas cautela não é o mesmo que susto.
Ele não tem susto de ser Joseph Anton novamente [seudnimo que utiliz durante ms de dos dcadas para moverse por el mundo intentando esquivar su identidad por la amenaza del integrismo islmico]?
Muito, eu também não planejei isso. Não há a menor intenção de voltar a esse nome.
‘Cuchillo’ é uma história poderosa sobre a experiência de um ataque, sobre a iminência da morte, mas é também uma enunciação de paixão, o paixão regular para além da morte, de Quevedo. Portanto, no final, é uma exaltação da vida.
Ficarei muito feliz se me conectarem com Quevedo. Mas alguma coisa deve permanecer evidente: não estou somente contando a história de um delito e de uma experiência de quase morte. Mas eu faço uma história sobre a vida. Sobre diversão. Sobre alegria. Sobre felicidade. Sobre paixão. Porque a vida também é isso. Queria estabelecer um contraste entre a experiência do paixão e da morte. Neste livro eles têm o mesmo peso.
Isto leva à luta entre o ódio que incuba o ataque e a celebração da vivência de quem não se deixa desabar na mecânica do ódio.
Isso mesmo. Quando comecei a pensar em uma vez que grafar oriente texto, considerei que não bastava falar exclusivamente sobre agressão. Você pode enviar isso em 10 ou 15 páginas. O duelo era encontrar sua amplitude na narrativa. E entendi que o livro era sobre três pessoas: o invasor, minha esposa (Eliza) e eu. Eles representam a tensão entre o ódio e o paixão. E entendi o triângulo final uma vez que o repositório dessas duas principais razões humanas.
O invasor nasceu depois de 1989, quando o Aiatolá Khomeini emitiu a fatwa contra você por ‘Os Versos Satânicos’. E, provavelmente, você também não leu zero dele. Mas ele sentiu que tinha a missão de matá-lo.
É muito surpreendente, sim. Esse menino, nascido nos Estados Unidos, em Novidade Jersey, viajou para o Líbano e lá se radicalizou. Eu entendo essa segmento. Mas desde aquela estado até o momento em que ele decidiu tentar me matar, já se passaram quatro anos. O que acontece na sua cabeça durante esse tempo? O que ele estava fazendo? Porquê foi sua vida? Para mim é um mistério.
Você está pensando em investigar isso?
Temo que não. Quando o julgamento for convocado, ele terá que testemunhar e deslindar mais coisas do que sabe agora. Mas, ainda assim, insisto que há um mistério.
Esse mistério te seduz?
Você me interessa. E foi por isso que escrevi esse capítulo do livro, imaginando uma vez que seria. O que pensar. Que emoções você tem? No final, quis reduzi-lo à ficção, uma vez que se fosse somente um personagem de romance. Foi isso que fiz com ele, o que é uma forma de vingança muito satisfatória.
A sua ‘Faca’ quer ser uma asserção de liberdade contra o fanatismo da faca homicida?
É. Levante livro é minha arma. Mas não se pretende melindrar ninguém, mas sim entreter, ajudar a compreender. E responda a todas aquelas perguntas que só a literatura pode responder. Duelo, em suma, brutalidade.
Nem em 1989 nem em 2022 conseguiram silenciá-lo. Nos 34 anos de “pena” islâmica, ele escreveu numerosos romances. Mas será oriente o livro escrito com maior utilização da liberdade?
Eu quero pensar que é assim. Mas alguma coisa estranho acontece: a tentativa de assassínio é uma forma clara de tentar me silenciar, mas devido ao enorme interesse que oriente ataque gerou, o que conseguiram foi o contrário: que a minha voz tenha mais força, mais sonância. Portanto, não posso negar a satisfação dessa ironia.
‘Faca’ também é grafar o próprio sangue.
Sabor de pensar que todos os livros vêm do sangue dos autores, mas neste caso – o que vamos fazer – é literal.
Neste momento, há no mundo uma sensação de risco global maior do que, por exemplo, há três décadas.
É evidente que vivemos numa idade perigosa. E extremamente violento. Parece que as pessoas recorrem à violência com mais facilidade do que há alguns anos. Não é o mesmo em todos os lugares, é evidente. Mas falando sobre o que conheço melhor, que são os Estados Unidos, posso expressar que o assassínio se tornou uma ocorrência cotidiana, quase trivial por lá. Existe uma maneira muito americana de vivenciar a violência. Eu sei do que estou falando. Pense num jovem que cresce num envolvente de extrema violência onde a possibilidade de homicídio é assumida uma vez que proveniente. Isso não vem do zero. Nos EUA existe um sério problema com o uso de armas. Muitos cidadãos lidam com eles diariamente. E em alguns casos atiram em crianças numa escola, em paroquianos numa igreja, em clientes num núcleo mercantil… Um troada pode ocorrer em qualquer lugar normal. E se você crescer nessa atmosfera, por exemplo, em Novidade Jersey, poderá concordar essa anomalia uma vez que alguma coisa geral, até mesmo proveniente.
O aumento dos slogans de ódio promovidos pela extrema direita, o extremismo de alguns discursos religiosos, o sentimento incessante de prenúncio de guerras (a invasão russa da Ucrânia e os abusos de Israel contra a população social de Gaza…), tudo junto é um caldo …
Simples, tudo isso incuba mais violência. Essa matinada permanente traz uma mensagem terrível para todos, mas nos jovens pode fomentar ainda mais danos. Não sei justamente o que está a intercorrer em Espanha, mas nos Estados Unidos muitos dos assassínios em volume que são tão desconcertantes são perpetrados por jovens, até mesmo adolescentes. Sem um entrada tão fácil às armas teríamos menos problemas.
Uma coisa leva à outra, e se Donald Trump retornar à Lar Branca?
Sou uma das cinco pessoas nos EUA que estão confiantes de que Trump perderá as eleições. Supõe-se que o tufão que Trump encarna irá devastar novamente. É verdade que tem uma poderosa base de escora dos cidadãos, mas as eleições nos EUA não são ganhas somente com o escora popular. Aliás, muitas pessoas odeiam isso. Não é tão fácil quanto você pensa. E há questões sobre as quais ele assumiu uma posição que não lhe convém. Por exemplo, a questão do monstro. É uma questão importante e muito controversa. Por motivo deste problema, um grande número de pessoas aderiu ao Partido Democrata. Isso complica seus planos. Parece evidente que o voto feminino, que é muito possante, pode beneficiar os democratas… Mas não acredite somente na minha termo porque estava convicto de que Hillary Clinton iria vencer em 2017.
A exprobação e o cancelamento também ganham mais força.
Estou muito velho neste debate. Qualquer teoria deve poder ser expressa. Qualquer. Tentar impedir que as pessoas digam o que não gostamos acaba ampliando a possibilidade de nos impedir de expressar o que queremos expressar. A exprobação é um caminho perigoso. Alarma-me que nas novas gerações alguns não lhe dêem a prestígio que tem. Cá na Espanha você sabia muito o que é exprobação. Graças a Deus, esse seu período acabou. É por isso que você valoriza a liberdade.
Quais são as questões que mais lhe preocupam?
Preocupa-me que os jovens se estejam a alongar dos valores clássicos da liberdade. Isso geralmente é feito por razões presumivelmente virtuosas.
Por exemplo?
Às vezes ouço pessoas muito jovens defenderem com valores firmes avanços muito favoráveis ​​ligados à justiça social, mas de repente acrescentam a essa persuasão a premência de restringir certos tipos de oração. Ou seja: colocam a liberdade de frase, que é sagrada, aquém dos seus interesses. Um grande erro. E muito geral. De qualquer forma: vou completar 77 anos, logo minha geração parou de grafar o horizonte há muito tempo. Mas tenho certeza de que a literatura está em boas mãos.
Em ‘Joseph Anton’, seu livro de memórias, você lamentou que algumas pessoas influentes no mundo literário não fossem tão sensíveis quanto você esperava à situação que vivia nos anos 90 e 2000. Porquê essa estado mudou?
Não quero exagerar, porque tive muito escora. Mas é verdade que houve pessoas que foram muito críticas e hostis comigo. Nesta ocasião sinto um escora mais unânime. Provavelmente porque ele estava gravemente ferido. Em todo caso, é muito excitante testar a solidariedade.
Talvez você já tenha pensado: “Seus desgraçados, viram uma vez que eu estava visível?”
Muito, acho que sempre tive razão nesse objecto.
Você lamenta que muitas pessoas saibam quem é Salman Rushdie somente por motivo da prenúncio que sofreram e do ataque?
Simples. Tenho 22 romances publicados. Passei a maior segmento da minha vida escrevendo. Talvez quem lê Faca Sem saber meus livros anteriores, fique curioso para saber mais sobre o que escrevo. Embora eu esteja cônscio de que a tentativa de assassínio ofuscou mais uma vez a minha verdade uma vez que jornalista de ficção.
Está rodeado, novamente, por um numeroso dispositivo de segurança. O pretérito voltou?
Que fique evidente que a culpa não é minha. Acho que essa implantação é excessiva. Eu não sabor de viver assim. Viva assim novamente.

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