O juiz do caso Koldo, Ismael Trigueiro, recusou esta segunda-feira, pela segunda vez, invocar Begoña Gómez, esposa do Presidente do Governo, porquê testemunha. A petição partiu em ambas as ocasiões da associação ultra Liberum, envolvida no caso de depravação porquê denunciação popular. O juiz, de concórdia com os critérios da Procuradoria Anticorrupção, concluiu em despacho hoje emitido: “Os dados oferecidos são mera informação jornalística não verificada”.
A atividade da associação Liberum começou na pandemia com ações judiciais massivas de oposição às medidas de contenção do vírus, desde o passaporte COVID à vacinação. Nos últimos anos, apresentaram, sem sucesso, diversas ações judiciais contra líderes políticos e juízes por imporem e endossarem restrições sanitárias. Vários advogados portanto ligados ao Liberum também tentaram, sem sucesso, que o Tribunal Constitucional impedisse a vacinação de mais de 20 menores.
Duas semanas em seguida as prisões da operação Delorme, Liberum solicitou pela primeira vez o prova de Gómez porquê testemunha. O Ministério Público denunciou e o juiz concordou em distanciar a prática desse procedimento. A associação recorreu e a Anticorrupção voltou a se posicionar contra, com a concordância final do juiz.
Liberum, segundo o promotor, incorporou informações jornalísticas sobre os supostos esforços da esposa do presidente para importar máscaras e respiradores da China e que, para isso, ela se reuniu com o empresário Víctor de Aldama, chave na trama de Koldo, e com o CEO da Globalia, Javier Hidalgo.
Uma das informações prestadas pela Liberum e citada pelo procurador afirmava que estes contactos de Begoña Gómez ocorreram “coincidindo com a operação de resgate da Globalia (e da sua companhia aérea Air Europa) com 616 milhões de euros de fundos públicos”, embora a Anticorrupção aponte que esta informação foi publicada “em diferentes meios digitais”.
O procurador lembra, em primeiro lugar, que os factos são diferentes, concretamente as adjudicações de organismos públicos para compra de máscaras e outros materiais médicos. E acrescenta: “Se na documentação do processo, muito porquê nas investigações realizadas pela unidade policial responsável pelas investigações – a Unidade de Polícia Judiciária da Guarda Social vinculada à Procuradoria Anticorrupção – quaisquer dados ou aparece elemento que indica eventual conhecimento ou mediação [de Begoña Gómez]ainda que de forma específica, em fatos que de alguma forma possam estar ligados a alguma das vicissitudes ocorridas em todas as ações relativas aos contratos investigados, a resposta é não.
“A única coisa que existe sobre esta questão”, acrescenta o procurador Carlos Pastor, “é mera informação jornalística não verificada, da qual se depreende que a senhora Begoña Gómez pode ter tido uma relação com um dos investigados, Víctor de Aldama, que também é não é verdade.” Não é revelador de mais zero, especula-se que poderão ter sido questões relacionadas com os contratos de adjudicação de fornecimento de máscaras.”
Relativamente à documentação apreendida no decurso das detenções e buscas, o procurador Anticorrupção explica que, na falta de estudo, a sua relevância limita-se neste momento ao facto de ser muito mas que “vamos ver a relevância que tem em relação aos fatos que inicialmente constituem o objeto deste processo.”
Na semana passada, um juiz de Madrid aceitou uma denúncia do pseudo-sindicato Manos Liminas contra Begoña Gómez com base numa série de publicações jornalísticas, pelo menos uma farsa comprovada. O Ministério Público recorreu desta recepção para tramitação perante o Tribunal Provincial de Madrid.