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Enquanto a maioria da classe política elogiava a coragem desta jovem, que desafiou a polícia moral em Teerão, a deputada ambientalista parecia colocar no mesmo nível a luta das mulheres iranianas e a das mulheres que desejam usar o véu em França.
A ambigüidade não passa mais. Em reacção ao vídeo amplamente divulgado nas redes sociais de uma estudante iraniana – despida em sinal de protesto contra a obrigação do uso do véu – detida no sábado em Teerão pela polícia moral, grande parte da classe política francesa saudou a coragem desta jovem. Notadamente a direita e a União Nacional (RN), que a viam como um forte símbolo na luta contra o islamismo. Contudo, um comentário quebrou esta quase unanimidade: o da ecologista Sandrine Rousseau.
Embora ela tenha expressado apoio “às mulheres iranianas, às mulheres afegãs, a todos aqueles que sofrem a opressão”, o deputado parisiense exaltou muito desajeitadamente em X o livre arbítrio das mulheres, independentemente da sua situação única: “Nosso corpo, e tudo o que colocamos – ou não – para vesti-lo, nos pertence.” Vista quase cinco milhões de vezes na rede social em apenas algumas horas, a publicação foi alvo de críticas. Tanto de figuras políticas como intelectuais, que acusam a ecofeminista de colocar no mesmo nível a luta das mulheres iranianas contra o regime dos mulás desde 2022 e a das mulheres que desejam usar o véu em França.
Assim que a reação do ecologista foi publicada, sua colega macronista Aurore Bergé não se incomodou: “Vergonha, náusea”. “Esta jovem assume todos os riscos para nos mostrar o caminho para a liberdade e a emancipação. Merece mais do que uma capitulação ao islamismo ou pequenas acomodações que representam tantas derrotas. zombou do deputado renascentista de Yvelines. Do lado direito, a senadora LR Valérie Boyer denunciou uma “tweet infame” e um “feminismo com geometria política variável”. “Em nenhum caso um embelezamento, mas um instrumento de opressão misoginal, de apartheid sexual”castigou o governante eleito de Bouches-du-Rhône.
“Uma abjeção e um cuspe”
Paralelamente à esfera política, vários líderes da sociedade civil e dos meios de comunicação social levantaram a voz. É o caso da comediante do France Inter, Sophia Aram, que denunciou uma “vergonha”ou a ex-presidente do movimento secular “Printemps Républicain” Amine El Khatmi: “Uma abjeção e uma cusparada na cara de todas as mulheres que, de Cabul a Teerã, arriscam suas vidas enfrentando seus algozes islâmicos.”
Parte do mundo cultural também ficou agitado. Como a franco-iraniana Marjane Satrapi, conhecida por seus quadrinhos Persépolis, que expressou raiva no Instagram. “Todo mundo tem o direito de ser estúpido, mas neste caso é melhor ficar calado”feriu este artista. Lembrando que Sandrine Rousseau foi fortemente vaiada há dois anos, no primeiro comício parisiense após a prisão e morte da jovem Mahsa Amini por causa de um véu mal gasto: “Você falou e todos vaiaram você porque alguns dias antes você havia declarado que o véu é um adorno da mulher. Em todos os lugares você explicou que foi vaiado por ser mulher. (…) Se você foi vaiado é porque você foi burro.”
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