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Em março de 2024, a pena cai para Georgie, de 32 anos. Ela é alérgica a diversos produtos presentes nos cosméticos que utiliza em seu salão de cabeleireiro e precisa parar de funcionar. “Tive eczema, quando estava em crise meu dedo mínimo era do tamanho do polegar”, conta ela ao Le Parisien, “depois tive rinoconjuntivite, tipo asma, durou quatro, cinco dias… Foi violento. »
Mesmo que não tenham sido os cabeleireiros os afetados, a ANSES (Agência Nacional de Segurança Alimentar) emitiu na quarta-feira um alerta destacando os componentes tóxicos manuseados diariamente por esta profissão. Agora desaconselha o uso dos chamados produtos “alisadores brasileiros” que contenham ácido glioxílico, um ingrediente cosmético “potencialmente tóxico”. Na origem deste alerta foram identificados “quatro casos de insuficiência renal aguda” ligados a este ácido.
Este risco para a saúde ainda não foi confirmado. Mas outros já são conhecidos. “O manuseamento de champôs, produtos de coloração, descoloração, permanente ou alisamento expõe os profissionais de cabeleireiro a substâncias químicas perigosas”, escreve o INRS (Instituto Nacional de Investigação e Segurança).
Eczema, alergias e problemas respiratórios
Encontramos assim “os alergénios, nomeadamente na coloração do cabelo, é a principal fonte de alergias cutâneas entre os cabeleireiros”, dá o exemplo da parisiense Nadia Nikolova-Pavageau, médica conselheira em saúde ocupacional do centro de riscos toxicológicos do ‘INRS. “Problemas de pele (vermelhidão, comichão, ardor, secura, eczema, psoríase, etc.), dificuldades respiratórias (asma, tosse, pieira), intoxicações” ou mesmo “distúrbios de fertilidade” também são listados como doenças profissionais pelo seguro de saúde.
O sector do cabeleireiro é “o mais preocupado entre as mulheres pela dermatite de contacto alérgica profissional”, explica Nadia Nikolova-Pavageau, ou seja, eczema, frequentemente nas mãos, mas também pela dermatite de contacto irritante que pode ser causada pela utilização de muitos irritantes, como xampus. Usados várias vezes ao dia, todos os dias, são um dos irritantes. “Na asma ocupacional fica em segundo lugar, depois do setor de limpeza”, acrescenta o médico consultor.
Problemas respiratórios podem advir de sprays e pós voláteis usados em determinados procedimentos. O PPD (p-fenilenodiamina), pó presente nos corantes, é regularmente citado. É “conhecido por ser muito alergénico”, confirma ao parisiense Erwan Poivet, conselheiro científico da Federação das Empresas de Beleza (Febea), “mas está identificado, o seu risco é tido em conta em termos de precauções, com por exemplo o demanda pelo uso de luvas e máscaras”, afirma. “Se o profissional tiver reação alérgica a um produto, outros são oferecidos”, acrescenta. Os cabeleireiros citam regularmente alternativas à base de plantas.
Georgie conta que já trocou de cosméticos diversas vezes, sem sucesso. No último ano de trabalho “o pó corante queimou sistematicamente minha garganta, abri o pote e foi instantâneo”, diz ela.
“Quando cai nas mãos, queima”
Obviamente nem todos os cabeleireiros são afetados por estas patologias. Eugénie, 31 anos e cabeleireira há 10, declara não apresentar os diversos distúrbios listados acima. Mas “tive uma colega que teve que deixar de fazer cabeleireiro, ficou alérgica” a produtos cosméticos.
Se Eugénie se protege no manuseamento de produtos perigosos, sublinha que é provável que ocorram acidentes, por exemplo com “produtos branqueadores. Quando cai em suas mãos, queima. Aprendemos a conviver com isso, faz parte do trabalho. » Destaca de passagem os progressos alcançados nos últimos anos nas substâncias utilizadas, “muito menos fortes do que antes”.
Para prevenir riscos toxicológicos, “idealmente deveríamos privilegiar a substituição por produtos menos perigosos, ter instalações ventiladas e uma sala dedicada à preparação de produtos com ventilação geral e recolha localizada”, declara Nadia Nikolova-Pavageau. Para limitar a exposição, também é bom “organizar o trabalho, para que nem sempre seja a mesma pessoa que faz os champôs, por exemplo. »
Erwan Poivet dá ênfase à formação dos profissionais do sector no manuseamento de produtos perigosos, estes “não são produtos destinados ao público em geral, é necessário ter formação regular, conhecer os cuidados habituais como o uso de máscara ou luvas”, aponta. fora. E em caso de intoxicação ou alergia procure um profissional de saúde. “Lá eles poderão estudar o caso, saber se está ligado a um produto ou outro.”
Infelizmente, tal como Georgie, alguns cabeleireiros acabam por deixar de utilizar produtos cosméticos e são forçados a abandonar a profissão. Hoje a jovem de trinta anos diz que está se sentindo melhor, mesmo que ainda sinta problemas respiratórios. Infelizmente, ela agora precisa repensar sua vida. “Não sei fazer mais nada, é muito difícil”, confidencia. Na semana passada, ela colocou seu negócio à venda e agora busca um novo caminho.
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