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Alerta de spoiler! Embora este alerta não seja de muita utilidade. É no próprio título da série que sua essência se revela. Começou como um thriller comum, a história de Mundo não existe transforma-se graciosamente, delicadamente, também impiedosamente, numa meditação irónica, minando os fundamentos da realidade e da sua representação. Embora falemos de assassinato e investigação, segredos enterrados há décadas, a emoção que esses quatro episódios proporcionam tem mais a ver com a vertigem estética do que com a adrenalina própria dos thrillers. Talvez seja menos violento, mas mais raro e precioso.
Diante de sua tela, Adam Vollmann (Niels Schneider) leva a vida profissional de jornalista na era digital. Por ele passam as tragédias e histórias absurdas que distribui aos assinantes do site que o utiliza, sem que nada consiga tirá-lo de sua catatonia. Até que toma conhecimento de uma notícia ocorrida em Guerches-sur-Isoire, cidade (fictícia) do norte do país mineiro, onde uma adolescente foi assassinada, sem dúvida por um professor de tênis chamado Axel Challe. Adam Vollmann diz ao seu editor que ele mora na região e conhece o suspeito número um. Mal enviado (especial), Adam falha em todos os seus deveres jornalísticos, devolvendo seus papéis com atraso, quando os devolve, interferindo na existência dos protagonistas do assassinato. Eles não obedecem mais às regras do gênero, a começar pela mãe da vítima, Mmeu Montes (Anne Rotger), que não hesitou em batizar a filha Lola.
Motivo do apagamento
Com os seus montes de escória transformados em colinas ajardinadas, as suas povoações limpas da fuligem, Guerches surge como uma cidade cujo passado se reduz a uma série de sinais indecifráveis para os contemporâneos. Este motivo de apagamento permeia todo o Mundo não existe. O próprio Adam já foi chamado de Corentin. Ele experimentou um intenso amor juvenil por Axel Challe e foi perseguido por seus colegas estudantes. A armadura de indiferença e músculos que Niels Schneider (que obviamente se beneficia da inscrição em uma excelente academia) opõe ao mundo parece primeiro quebrar quando o passado se manifesta, seja na forma de encontros com seus torturadores de ontem ou conversas com a esposa de Axel, Sarah (Maud Wyler, que leva o sarcasmo ao nível de uma grande arte).
Mas em vez de trazer de volta o verdadeiro Corentin, como diriam as regras habituais de um cenário, a viagem a Guerches provoca uma nova desintegração no jovem. Incapaz de cumprir sua missão de jornalista formulada por sua hierarquia (“você está lá para denunciar, não para investigar”), ele não consegue mais juntar os pedaços de sua adolescência. Os outros fazem isso por ele, que por sua vez o acusam de ter deixado a mãe morrer e de ter incendiado a escola.
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