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A notícia foi recebida com certa surpresa. Embora o seu nome não apareça na lista de candidatos à sucessão de Ismaïl Haniyeh, morto em Teerão a 31 de julho, Yahya Sinwar foi nomeado para o substituir à frente do gabinete político do Hamas na terça-feira, 6 de agosto.
Horas antes, ainda parecia que o chefe do Conselho Shura do Hamas atuaria como líder interino, à luz das divisões internas entre a linha dura e os moderados. Segundo Osama Hamdan, porta-voz do Hamas, entrevistado pelo canal Al-Jazeera após o anúncio, a escolha de Yahya Sinwar é um consenso: “Quem lidera hoje é aquele que liderou as batalhas por mais de 305 dias e segue firme no terreno. »
“Uma aposta ganha para Sinwar”
Líder do Hamas na Faixa de Gaza e mentor dos ataques sangrentos de 7 de Outubro, Yahya Sinwar encontra-se agora à frente do seu corpo político e, na realidade, confirma o seu estatuto como a personalidade mais poderosa da organização. “A mensagem enviada a Israel é muito clara: o Hamas não está mais lá para brincardecifra Tahani Mustafa, analista do cenário político palestino da ONG International Crisis Group. Yahya Sinwar tem a reputação de ser difícil nas negociações. Ao nomeá-lo, o Hamas mostra que já não há qualquer questão de compromisso. »
A escolha de Yahya Sinwar, alvo de um pedido de mandado de detenção por parte do Tribunal Penal Internacional, ilustra a dinâmica de radicalização em funcionamento no seio do movimento. “É uma aposta vencedora para Sinwar que, entre outras razões, lançou-se em 7 de outubro para reforçar a sua posição dentro do Hamas”, explica Hugh Lovatt, investigador do programa do Médio Oriente e Norte de África no Conselho Europeu de Relações Exteriores: “Além do seu reduto em Gaza, Sinwar nunca esteve sozinho na tomada de decisões dentro do Hamas. Ele foi controlado por outros poloneses, incluindo Saleh Al Arouri e Ismaïl Haniyeh. Ao matá-los, Israel enfraqueceu enormemente a ala moderada e deu liberdade a Sinwar. Esta não é a primeira vez que as ações israelenses radicalizaram o movimento. »
“Gaza lidera o caminho”
Para o analista político palestino Nour Odeh, a nomeação de Yahya Sinwar “coloca agora Gaza na vanguarda, não só dos acontecimentos no terreno, mas também da dinâmica do movimento, e isto envia um verdadeiro sinal quando se trata de negociações de cessar-fogo: é Gaza que lidera a dança”.
Congeladas desde o assassinato de Ismail Haniyeh, as negociações sobre o acordo poderiam ter repercussões negativas, embora Osama Hamdan tenha dito que Sinwar permaneceria envolvido nas discussões. “O problema nas negociações não é a mudança dentro do Hamas”, disse ele à Al-Jazeera, culpando Israel pelo seu fracasso. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nunca demonstrou muito entusiasmo em relação a eles, com membros dos serviços de segurança a acusá-lo abertamente de os ter torpedeado.
Escondido nos túneis da Faixa de Gaza, onde tenta escapar ao exército israelita que o tornou o seu alvo número um, Yahya Sinwar terá de negociar à distância, com meios de comunicação relativamente limitados.
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