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Há vários anos que atravessa uma grave crise económica, a ilha de 10 milhões de habitantes foi afetada desde sexta-feira por um apagão, colocando à prova os nervos dos cubanos.
Durante vários meses, os cortes de energia marcaram o dia a dia dos cubanos. Mas o apagão geral que afecta a ilha e os seus 10 milhões de habitantes desde sexta-feira, 18 de Outubro, após uma avaria na maior central eléctrica da ilha, mergulha toda a população na escuridão e, para alguns, no “desespero”.
Sexta-feira à noite, quando chegou a noite em Havana, onde as temperaturas rondavam os 30°C, a capital de dois milhões de habitantes estava iluminada apenas pelas luzes de hotéis, hospitais, restaurantes e bares privados com geradores eléctricos. As principais avenidas estavam praticamente vazias, sem transporte público nem semáforos.
“Sinto muita decepção, frustração, desespero”, lamenta Tania Ramirez, residente na capital cubana, à AFP. Ela não é a única que está tão desiludida.
O sinal de um país “no fundo do buraco”
De acordo com a NBC Newsmuitos moradores da cidade estão alarmistas. Um deles vê este gigantesco apagão como um sinal de que o país está “no fundo do poço”. Mas outra mulher entrevistada pela mídia americana, residente no bairro de Havana Velha, teme que a situação piore ainda mais. “Preocupa-me muito pensar que esta crise eléctrica possa piorar ainda mais”, confidencia.
“É aberrante”, lamenta à AFP Eloy Font, um aposentado de 80 anos que vive no centro de Havana. “Isto demonstra a fragilidade do nosso sistema eléctrico (…) não há reserva, não há nada que mantenha este país de pé, vivemos o dia a dia”, queixa-se.
Embora a ilha comunista, ainda sujeita a o embargo imposto por Washington, que atravessa há vários anos a sua pior crise económica desde a década de 1990, o governo cubano reconheceu na quinta-feira uma situação de “emergência energética” e anunciou o encerramento de escritórios e escolas para fazer face à crise.
Medidas insuficientes para evitar o apagão e que levam os cubanos a preocupar-se com os efeitos que tal corte de energia pode ter, especialmente no que diz respeito à alimentação. Betsabé Valdés, de 40 anos e mãe de uma criança pequena, está especialmente preocupada com a possibilidade de a comida na sua geladeira apodrecer ou não. “Tudo isso me machuca”, explica ela à AFP.
Governo afirma ter “uma estratégia bem definida”
“Fomos a um restaurante e não tinham nada para nos oferecer porque não havia energia. Agora estamos sem internet”, lamenta Carlos Roberto Julio, turista brasileiro que chegou recentemente a La Havana e citado pela Reuters.
Miriam Leiva, jornalista dissidente cubana, disse ao New York Times que não encontrou pão na padaria que visitou na sexta-feira: “Não sobrou nada e eles não sabem quando haverá pão novamente. falta farinha, hoje é porque não tem energia”.
“Não é só a falta de eletricidade, mas também a falta de gás e de água”, acrescenta Tania Ramirez. De cara fechada, a trinta anos afirma que a sua “geração ainda quer acreditar” na revolução castreja que governa a ilha desde 1959, “mas a nossa resiliência tem limites”, alerta.
A União Elétrica Cubana, a empresa nacional, explica que está trabalhando para restaurar a energia e o ministro de Energia e Minas, Vicente de La O Levy, garantiu ao X que o governo cubano tinha “uma estratégia bem definida” e que ele “ segui todos os protocolos para garantir que isso fosse feito com segurança.”
“As soluções parecem-me distantes” e “não está a surgir nenhuma melhoria imediata, pelo contrário”, afirma Tania Ramirez.
“Esta é uma situação que nunca aconteceu”, acrescenta Miriam Leiva. “O que é ainda pior é que eles não têm ideia de quando ou como poderão resolver esta crise.”
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