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euA campanha eleitoral americana que terminará em 5 de Novembro não terá certamente sido clássica. Esta corrida à Casa Branca foi, de facto, pontuada por uma tentativa de assassinato do líder republicano em Julho passado, e por uma mudança de candidato Democrata no final de Agosto. Embora o resultado da votação que escolherá o Presidente dos Estados Unidos entre 2025 e 2029 ainda seja incerto, um novo motivo de espanto toma conta de nós ao ver o único livro alguma vez publicado por Kamala Harris.
Esta obra, publicada inicialmente do outro lado do Atlântico em 2019 pela editora Philomel books, destina-se, na verdade, ao público infantil. Este livro ilustrado é extremamente curto, pois tem apenas cerca de vinte páginas. No entanto, constitui uma autobiografia instrutiva na qual a vice-presidente americana confidencia a influência de várias pessoas importantes da sua comitiva.
LEIA TAMBÉM O que acontecerá se houver um empate entre Trump e Harris em 5 de novembro? Evocando em tom infantil os encontros com os “super-heróis” que marcaram sua vida, este livreto analisa a importância de diversas figuras. A começar pela mãe, Shyamala Gopalan (1938-2009), nascida na Índia e veio para o Canadá e depois para os Estados Unidos para estudar medicina, o que a tornou professora-pesquisadora em oncologia.
Kamala Harris também fala de seu pai: o economista Donald Jasper Harris (nascido na Jamaica em 1938), que chegou à Califórnia em 1966, onde estudou e depois lecionou economia na Universidade de Stanford até se aposentar. Ela também cita extensamente seu avô, Painganadu Venkataraman Gopalan (1911-1988), um alto funcionário público de origem Tamil. Mas também a sua professora primária, Sra. Wilson, a quem presta regularmente homenagem nos seus discursos.
Esta pequena obra diz muito sobre o panteão pessoal de Kamala Harris, que reúne também os advogados afro-americanos Charles Hamilton Houston (1895-1950), Constance Baker Motley (1921-2005) e Thurgood Marshall (1908-1993), grandes figuras da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos na década de 1960.
LEIA TAMBÉM Donald Trump, “um fascista com perfil de ditador” O leitor poderá surpreender-se ao ver que se dá aqui tamanha importância a um livro aparentemente modesto. Mas, como declara o seu editor em França, Marc Grinsztajn, que no ano passado teve a obra traduzida por Blue Gallagher para as Editions du Cherche midi, as obras dizem sempre mais sobre o seu autor do que os discursos. “Donald Trump descreve Kamala Harris como uma mulher sem filhos e desinteressada na educação dos jovens. Este livro mostra exatamente o oposto”, diz ele.
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Para efeito de comparação, o trabalho publicado por Donald Trump A arte do acordopublicado em França pela Ergo Press em 1988 (depois republicado em 2017 pela l’Archipel), é também muito revelador sobre o candidato republicano. Além de o antigo presidente norte-americano ter confiado a escrita a um jornalista do Michigan, Tony Schwartz, Donald Trump confia a sua concepção muito pessoal de comunicação política. No centro dela está a “hipérbole verdadeira”, que consiste em torcer o pescoço da realidade para potencializar a ação. Uma técnica que a jornalista franco-americana Anne Toulouse dissecou numa obra fascinante, A Arte de “Trumping” ou como as políticas de Donald Trump contaminaram o mundo (publicado no início do ano pela Editions du Rocher).
*Meus super-heróis e eu por Kamala Harris (tradução Blue Gallagher, desenhos de Mechal Renee Roe), Le Cherche midi, 2023.
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