Março 23, 2025
“Ler o roteiro de ‘Maio Dezembro’ me deixou muito desconfortável”
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Um drama cativante, encenação virtuosa… Todd Haynes relembra seu perturbador encontro cara a cara entre uma atriz e a mulher condenada por peculato de menor, a quem ela deve interpretar.

Julianne Moore interpreta uma mulher que tem um relacionamento amoroso com um menino pré-adolescente (Charles Melton) e acaba formando família com ele após seu encarceramento.

Julianne Moore interpreta uma mulher que tem um relacionamento amoroso com um menino pré-adolescente (Charles Melton) e acaba formando família com ele após seu encarceramento. Foto François Duhamel – Assassino

Por Frédéric Strauss

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 18h.

Óoriginal e magistral, Maio dezembro foi lançado nos cinemas em janeiro passado. O ferozmente independente Todd Haynes é livremente inspirado na história real de uma professora de matemática americana, que foi condenada à prisão na década de 1990 por ter tido relações sexuais com um de seus alunos, um estudante do ensino médio. Em Maio dezembroexpressão que designa um casal marcado por uma grande diferença de idade, Natalie Portman interpreta uma atriz que vem conhecer a escandalosa professora, interpretada por Julianne Moore, com o objetivo de interpretá-la nas telas. Uma situação ainda mais estranha pela verdadeira audácia estética, assinatura de Todd Hayne, seguidor de uma sofisticação visual que também ilustrou com Carol (2015). No Festival de Cinema Americano de Deauville, o diretor nos esclareceu sobre sua visão e suas escolhas.

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O encontro de duas atrizes

O cenário de Maio dezembro foi escrito por Samy Burch, achei notável. Fiquei imediatamente impressionado com a moderação que ele deu a esta história tão volátil. Quando conheci Natalie Portman, ela me lembrou Julianne Moore. Ela se sentia atraída pelas mesmas coisas, uma certa indeterminação nas emoções, um certo desconforto. E ela queria brincar com as expectativas do espectador que a veria, Natalie Portman, no papel de uma atriz chamada Elizabeth Berry. Então me perguntei se Julianne Moore gostaria de interpretar o papel de Gracie, a mulher que Elizabeth Berry conhece para contar sua história. Natalie Portman e Julianne nunca trabalharam juntas. Foi a oportunidade perfeita.

Uma câmera cara a cara

Tive a impressão, ao ler o roteiro, de que estávamos observando um mundo à distância. Queria respeitar esse sentimento de retraimento e traduzi-lo através da encenação. Por exemplo, em cenas onde há espelho, é a câmera que ocupa o lugar do espelho e as atrizes simplesmente atuam de frente para a lente. Achei que as pessoas, na melhor das hipóteses, achariam esse processo interessante. Mas não detectaram nada, ficaram simplesmente cativados pelo que viram!

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Um alerta musical

Ao ler o roteiro de Maio dezembro, Eu disse para mim mesmo: “ Isso me deixa muito desconfortável. E não sei o que pensar sobre isso, mas gostei! » Esse sentimento me trouxe de volta à música composta por Michel Legrand para O Mensageiro (1971) por Joseph Losey. Essa música está em primeiro plano, desde os créditos. Imediatamente coloca o espectador em alerta e dizemos a nós mesmos: “Espere um segundo, o que vai acontecer?” Algo vai acontecer, o que vai ser? » Há essa sensação de estar em guarda. Quando estávamos filmando cenas sem diálogos, eu tocava a música no set. Todos estavam imersos nisso.

O valor do zoom

Nunca fiz um filme que não usasse zoom. É um artifício puramente cinematográfico, único no seu género. Ninguém pode ampliar um objeto com os próprios olhos, apenas a lente da câmera pode. Em Maio dezembro, o uso do zoom permitiu dar à encenação a contenção que procurava. O zoom teve o efeito de limitar o uso de fotos de rastreamento. O único que realmente armamos acontece no final do filme, depois do último encontro cara a cara entre Julianne e Natalie. Quando usamos e abusamos de determinados processos, eles perdem o sentido. Precisamos devolver todo o seu valor à linguagem cinematográfica, principalmente ao zoom!

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