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Depois da cidade de Pristina, no Kosovo, em 2022, a Manifesta rumou à metrópole de Barcelona, o maior território onde teve de se implantar, em trinta anos de existência. Cada edição desta bienal de arte nómada, que fez da Europa o seu campo de exploração, é um OVNI meio experimental, meio diplomático, cujo resultado final é apenas a parte visível de um processo de contornos indistintos. A tal ponto que podemos nos perguntar: a Manifesta é realmente uma bienal de arte, ou melhor, uma espécie de cavalo de Tróia que colocaria a arte a serviço de uma engenharia urbana comprometida?
“A Manifesta é uma incubadora de mudança social e urbana, que utiliza a cultura para criar novos espaços públicos. Nossas intervenções simbólicas visam abrir perspectivas”confirma Hedwig Fijen, presidente, diretora e fundadora deste evento único. Na origem de cada aventura, uma cidade recorre à fundação holandesa, sediada em Amesterdão, motivada pela oportunidade de dar destaque ao seu território, mas também pela oportunidade de ser ajudada a projetar-se melhor no futuro.
A Manifesta é, portanto, antes de tudo um método: desde o diálogo inicial se tece toda uma rede de encontros e intercâmbios com as comunidades locais para revisitar o passado, compreender as necessidades e questionar a dinâmica cultural e urbana de uma cidade. Uma vez estabelecida esta varredura dos problemas de um território, a estrutura orquestra uma jornada artística sob medida, que examina o espírito e as possibilidades dos lugares através da poesia das obras contemporâneas.
Dezesseis locais em doze cidades
Desta vez o convite veio, há três anos, da equipa da então presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, da esquerda radical. A colaboração foi então um tanto frustrada pelas últimas eleições, em 2023, e pela chegada de um novo prefeito, o socialista Jaume Collboni, que herdou o projeto. Com um orçamento já comprometido pela cidade de 5,2 milhões de euros (de um total de 8,9 milhões, com outros financiadores públicos, patrocínios e bilhética).
“A ideia era pensar coletivamente a periferia desta cidade pressionada pelo turismo desde os Jogos Olímpicos de 1992 e delimitada por dois rios, o mar e a montanha”resume Fernando Paniagua de Paz, coordenador dos municípios participantes do projeto. O desafio desta edição catalã foi, portanto, mapear um território sujeito a um passado industrial que poluiu as águas, a uma extensão do porto que deslocou a foz de um rio em 3 quilómetros, à seca e às inundações ligadas às alterações climáticas.
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