Hot News
C’é seu fruto Sidiki Diabaté, ele próprio músico, quem o anunciou nas redes sociais: o artista maliano Toumani Diabaté faleceu esta sexta-feira, 19 de julho, aos 58 anos, na Clínica Golden Life, onde esteve vários dias internado em Bamako, especifica Le jornal do Mali. E todos os músicos do mundo estão de luto porque a sua kora percorreu o planeta e acertou com tantos outros músicos, dos cubanos à Björk, e dos seus compatriotas uma vez que o grande Ali Farka Touré, com quem ganhou dois prémios Grammy, pelo álbum “In the Heart of the Moon” e depois “Ali et Toumani”. Ou mesmo Cheikh Tidiane Seck. Mathieu Chédid, que muitas vezes trabalhou com ele e tocou com ele, dedicou uma belíssima música Manitoumani onde Fatoumata Diawara também cantou.
Tínhamo-nos encontrado com ele em inúmeras ocasiões, para a France Culture, e para um livro sobre artistas de Bamako, produzido com a fotógrafa Christine Fleurent, e do qual cá está um excerto aquém.
” Aquele ! Sim, definitivamente é ele, com a mão curvada sobre o braço do instrumento, o peito ligeiramente predisposto e o olhar voltado para dentro, em direção ao som que produz. Fotos de Toumani Diabaté aparecem na tela do computador de Christine Fleurent, roubadas durante um experiência neste sítio do bairro Ouolofobougou Bolibana, próximo ao cinema Babemba. […]Leste é Toumani quando ele joga. Eu sei, já o vi várias vezes em concerto, o silêncio é inteiro na sala, que já não existe realmente; só há som, mel, cristal, gotas de chuva… O artista é um deus da kora. Toca uma vez que três músicos ao mesmo tempo nesta harpa-alaúde de vinte e uma cordas, propriedade da África Ocidental, e mais particularmente do poderio Mandingo. Devemos a Toumani Diabaté o primeiro álbum solo de um tocador de kora: “Kaira”.
“Em 2006, em Paris, o Louvre convidou a ganhadora do Prêmio Nobel Toni Morrison para “habitar” o museu à sua maneira. Escolheu o tema “Estranho em morada” e, para a secção músico, convidou, entre outros, Toumani Diabaté. Para leste lugar histórico, Toumani trouxe a sua cultura Mandingo, de setecentos anos. (..) Rebento de Sidiké Diabaté, já rei da kora no Mali, e do cantor Néné Koita, Toumani é um griot uma vez que se fosse de pai para fruto no seu próprio povo. “músico rabi griot”, explica ele, “e gavinha de uma fluente que remonta ao século XVIII… Se a África Ocidental fosse uma pessoa viva, o griot-djeli seria o seu sangue. » A imagem é possante, mas Toumani não para por aí, misturando seu sangue com o dos outros. Uniu forças com o grupo flamenco Ketama, o bluesman Taj Mahal e os músicos cubanos do Buena Vista Social Club. Isso é evidenciado pelo nome que escolheu para seu grupo, Orquestra Simétrica. Significa “complementaridade”, porque o papel do griot, e mais precisamente do griot-djeli, é estabelecer a informação entre as pessoas, e não unicamente a nível histórico.
“O Boulevard da Independência”, título de um dos seus álbuns, é o de uma artéria que conduz Bamako a todas as antigas regiões do grande poderio Mandingo, do qual Toumani reforma a espírito músico abrindo as portas da modernidade. O artista soube suprimir distâncias e movimentar montanhas para fabricar encontros e trazer outros para a sua morada, em Bamako. O produtor inglês Damon Albarn, ou a cantora islandesa Björk, “apaixonou-se pela kora…”, disse-me. Uma vez que eu, de Toumani. Eu teria escrito a maior secção dessas linhas em sua companhia, e na de seu rabi, Ali Farka Touré, ouvindo seu álbum conjunto, “In the Heart of the Moon”, que pode ser redescoberto infinitamente uma vez que um grande clássico universal. Desde a morte de Ali Farka, Toumani preservou activamente a sua memória, adiante de uma instalação e do festival que se realiza todos os anos na localidade natal do maior guitarrista do Mali, Niafunké. O seu encontro marcou o reencontro entre o Setentrião do Mali, o de Ali Farka, e o Sul do Mali, o de Toumani: dois “estranhos em morada”, conversando.
Uma noite, no Casino de Paris, para o lançamento do segundo álbum que reúne Toumani e Ali Farka Touré, que conseguiu gravá-lo apesar da sua doença avançada, o Sr. Matthieu Chedid subiu ao palco uma vez que ator convidado. Desta dupla unindo a guitarra de um jovem músico gálico com a kora de um griot maliano contemporâneo surgiram acordes divinos, no auge das notas vindas do coração da lua, do coração da lua. ” (Extrato de Novembro em Bamako )ed. Edições Bec en l’air-Cauris.
Siga-nos nas redes sociais:
Hotnews.pt |
Facebook |
Instagram |
Telegram
#hotnews #noticias #AtualizaçõesDiárias #SigaHotnews #FiquePorDentro #ÚltimasNotícias #InformaçãoAtual