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Há anos que é um dos alvos favoritos da extrema direita. A Assistência Médica Estadual (AME), criada em 1999, é alvo do Movimento Nacional e faz parte da direita. Segundo eles, isso incentivaria os estrangeiros a virem para a França para se beneficiarem.
Por que falamos sobre ALMA?
O novo Ministro do Interior, Bruno Retailleau, anunciou nas 20 Horas do TF1 na noite de segunda-feira que deseja transformá-lo em Assistência Médica de Emergência (AMU). “Somos um dos países que oferece mais vantagens. Não quero que a França seja o país mais atraente da Europa para um certo número de benefícios sociais no acesso aos cuidados”, explicou. Argumento já apresentado em 2019 pelo RN, quando no Yahoo, Jordan Badella propôs a abolição do AME substituída por um fundo emergencial, para “travar essas bombas de sucção de imigração que constituem o AME”.
🔴 A tensa troca entre @J_Bardella e @clemovitch em relação à assistência médica estatal:
– Uma criança doente em situação irregular, devemos tratá-la?
– Não é de graça.
– E se ele não tiver como cuidar de si mesmo?
– O atendimento gratuito aos imigrantes ilegais é uma bomba de sucção. foto.twitter.com/BkfbpZV7d8
– Yahoo Notícias (@YahooActuFR) 30 de abril de 2019
Campo em que poderia ter capacidade de atuação já que Michel Barnier afirmou na sua nomeação que “não existe tabu, nem totem, existe simplesmente a preocupação de tratar esta questão com firmeza e humanidade”. isso custa muito dinheiro, que é o da fraude fiscal, claro, mas também da fraude social”, declarou Michel Barnier no programa das 20h00 do France 14.
Por que o assunto é inflamável
Uma decisão que poderá ser a primeira fractura dentro do governo mal nomeado. A nova Ministra da Saúde, Geneviève Darrieusecq, assinou um artigo em novembro passado em La Croix para pedir a manutenção da Assistência Médica do Estado no meio do debate sobre o projeto de lei de imigração e enquanto os senadores republicanos defendiam a remoção da ‘ALMA. Esta terça-feira, a ministra Agnès Pannier-Runacher estimou que uma “remoção” da Assistência Médica do Estado (AME) “não seria aceitável”, reconhecendo que “todos os sistemas podem ser melhorados”
Para além do governo, o assunto também poderá dividir a frágil coligação governamental, tendo alguns deputados da EPR e da Horizontes já anunciado publicamente a sua oposição à destituição da AME.
Uma repressão à qual também se opõe todo o mundo médico, desde deputados como Frédéric Valletoux à ONG Médecins du monde, passando pela associação Aides e pelos sindicatos dos médicos.
O que é ALMA?
A Assistência Médica do Estado garante aos estrangeiros ilegais presentes há pelo menos três meses em território francês e com rendimentos inferiores a 9.500 euros anuais a cobertura de cuidados médicos e dentários, despesas de análise, hospitalização e intervenção cirúrgica, as relacionadas com contracepção, interrupção voluntária da gravidez e custos relativos a determinadas vacinas, bem como os associados a determinados exames, lembra Ameli.
Um relatório do Senado publicado no início de 2023 estimou o número de beneficiários do AME em 423 mil em 2022, um aumento de 43% face a 2019, para um custo total de 1,140 mil milhões de euros a pagar pelos Seguros de Saúde. Um valor que representa apenas 0,5% do total das despesas com saúde em França.
O que dizem os relatórios sobre a AME?
Os raros elementos disponíveis sobre a Assistência Médica do Estado não vão de forma alguma na direção de Bruno Retailleau ou dos críticos da AME. Em 2019, o Instituto de Pesquisa e Documentação em Economia da Saúde (IRDES) realizou uma pesquisa com mais de 1.000 estrangeiros elegíveis para AME sobre as razões para virem para França.
Na liderança aparecem razões económicas (43%), razões políticas (22%), razões privadas (14%) e finalmente saúde (10%). “Na pesquisa, ninguém nos disse ‘vim para França porque sei que existe um sistema que me permite tratar-me’”, explica Florence Jusot, investigadora associada do Irdes, à France Info. Ainda segundo este estudo, apenas 51% dos estrangeiros elegíveis ao AME seriam beneficiados. E entre os 49% que não beneficiaram dele, um terço afirma nunca ter ouvido falar dele.
“Estes resultados sugerem que a maioria dos migrantes tem pouco conhecimento do AME e nem todos têm capacidade para dominar um sistema complexo. Mesmo depois de cinco anos ou mais de residência em França, 35% das pessoas sem autorização de residência não têm o AME”, escreva os autores do estudo.
Em 2023, um relatório escrito a pedido do governo pelo antigo Ministro da Saúde socialista Claude Évin e por Patrick Stefanini, antigo secretário-geral do Ministério da Imigração e Identidade Nacional, não apoiou a remoção deste dispositivo, mas delineou caminhos para reforma.
Os dois homens escreveram em particular que “o serviço de saúde [de l’AME] se confirme” e sublinham um “risco significativo de renúncia aos cuidados”, em caso de supressão do sistema, o que “teria o triplo impacto de deterioração do estado de saúde das pessoas em causa, possíveis consequências para a saúde pública e aumento pressão sobre os estabelecimentos de saúde”. Assim, a AME permite, em particular, a prevenção do VIH, da tuberculose ou da hepatite e, assim, limitar o seu desenvolvimento e as infecções na população em geral.
Que caminhos para a reforma?
Em 2019, o acesso ao AME foi reforçado nomeadamente com a implementação da obrigação de estar em situação de irregularidade no território durante três meses.
Desde janeiro de 2021, determinados cuidados e tratamentos não urgentes estão cobertos após um período de 9 meses após a admissão no AME para qualquer novo beneficiário adulto ou para aqueles que não beneficiam do AME há mais de um ano, detalha o Seguro de Saúde em seu site.
No seu relatório, Claude Évin e Patrick Stefanini propõem diferentes caminhos para a reforma do AME: informatização do cartão de beneficiário do AME para combater as recusas de cuidados por parte dos cuidadores adiadas pela pesada gestão administrativa, estendendo-se de um a dois anos durante a sua validade, estender aos seus beneficiários a obrigação de declaração do médico assistente, ou mesmo excluir do benefício do AME pessoas sujeitas a ordem de afastamento do território por motivos de ordem pública.
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