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Na noite de sábado, 26 de outubro, para domingo, 27 de outubro, a França mudou para o horário de inverno. Uma mudança importante para o nosso relógio biológico, que também pode ter efeitos nocivos à saúde, alerta o Inserm.
Fadiga, sono difícil, moral baixo… Na noite de sábado, 26 de outubro, para domingo, 27 de outubro, os franceses mudaram para o inverno. Enquanto alguns gostaram particularmente de dormir mais uma hora – às 3 da manhã, na verdade eram 2 da manhã – outros já estão sentindo os efeitos da mudança de horário.
Fundado em 1976, este dispositivo, que ocorre sempre no último domingo de outubro, tinha como objetivo original poupar energia, adequando os horários das atividades diárias às horas de sol e, assim, reduzir o tempo de iluminação artificial à noite.
Se para a maioria das pessoas a mudança de horário não tem impacto na vida quotidiana, vários estudos científicos demonstraram que esta mudança tem impacto no nosso relógio biológico e, portanto, tem efeitos significativos na nossa saúde.
Distúrbios do relógio biológico
Entre as consequências nefastas da mudança de horário, encontramos nomeadamente distúrbios do sono, fadiga e alterações de humor. O Instituto Nacional do Sono e Vigilância (INSV) regista também um aumento no número de acidentes de viação, enfartes do miocárdio e estados depressivos. Então, como podemos explicar o impacto da mudança de horário na nossa saúde?
Quer se trate da transição para o verão ou para o inverno, a mudança horária induz sistematicamente um deslocamento de uma hora em relação ao nosso relógio biológico, denominado sistema circadiano.
Concretamente, quase todas as funções do corpo estão sujeitas ao ritmo circadiano, ou seja, a um ciclo de 24 horas. Assim, a perturbação deste ritmo pode ter consequências tanto no sono como no metabolismo, no funcionamento do sistema cardiovascular ou no sistema imunitário.
Além disso, não somos todos iguais no que diz respeito à mudança de horário. “As crianças pequenas e os idosos têm maior probabilidade de sentir efeitos negativos, mas o mesmo acontece com os adolescentes, os trabalhadores noturnos e todos aqueles que sofrem de distúrbios do sono”, aponta o Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (Inserm). .
Horário padrão versus horário de verão
Segundo o Inserm, a mudança de horário não tem o mesmo impacto no organismo, seja na mudança para o horário de inverno ou na mudança para o horário de verão. Este último seria mais complicado de suportar dada a perda de uma hora de sono e o facto de o relógio biológico ter de ser adiantado uma hora.
Os efeitos da mudança para o horário de verão seriam ainda mais acentuados pela falta generalizada de sono da população francesa, estimada em 60 minutos por dia, de acordo com o barómetro de 2022 do Instituto Nacional do Sono e da Vigilância.
Outra dificuldade, lembra o Inserm, durante o dia geralmente acumulamos um atraso de 10 minutos no nosso ciclo de 24 horas. Porém, de facto, a transição para o horário de verão exige que o nosso corpo avance o seu ritmo em uma hora, o que acentua ainda mais os esforços do nosso corpo para tentar recuperar o atraso e provoca de facto um estado de cansaço geral.
Para “inverno permanente”
Em 2019, a Comissão Europeia propôs uma diretiva para pôr fim às mudanças sazonais de horário. O texto previa que cada estado-membro da União Europeia decidisse se deseja permanecer permanentemente no horário de verão ou no horário de inverno.
56% dos cidadãos europeus afirmaram ser a favor da “hora de verão permanente”, enquanto 32% afirmaram preferir a hora de inverno. Diante desses resultados, porém, a comunidade científica pede cautela.
“Se mantivéssemos o horário de verão durante todo o ano, acordar no inverno e dormir no verão seria de fato mais difícil”, alerta o Inserm.
“No dia mais curto do ano, 21 de dezembro, o sol nasceria em Paris às 9h41, em vez de 8h41 (horário de inverno, nota do editor)”, continua o Instituto. No entanto, “um nascer do sol muito tardio neste inverno teria um impacto negativo na saúde dos franceses”.
Exposição à luz e esporte recomendado
O trabalho do Centro de Pesquisa em Neurociências de Lyon comprovou a importância da exposição à luz no ciclo circadiano. Uma dose diária de luz solar em horários específicos, como ao acordar, por exemplo, melhoraria o sono, a secreção de melatonina, o reflexo pupilar, a atividade cerebral ou mesmo a temperatura e o sistema cardiovascular.
Portanto, seria preferível que os cientistas mantivessem o horário de inverno. “O pôr do sol ocorreria em média 4 horas mais tarde no verão do que no inverno, em vez de 3 horas com a mudança de horário atual, e induziria a uma hora de dormir mais cedo e a um sono mais prolongado, o que seria benéfico para a nossa saúde”, garante o Inserm.
Para reduzir os efeitos da mudança de horário, o Instituto Nacional do Sono e Vigilância recomenda respeitar o ritmo do sono, expor-se à luz do dia pela manhã, praticar atividade física regular e privilegiar uma atividade tranquila à noite.
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