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No comando da frota de sua associação, o ativista ambiental americano-canadense de 73 anos assediou, abalroou, sabotou e afundou dezenas de navios de pesca comercial. Métodos polêmicos, que lhe renderam diversos processos judiciais e a reputação de pária entre os seguidores da não violência.
Ao abrigo de um mandado de detenção internacional do Japão, o fundador da ONG Sea Shepherd, já detido na Holanda em 1997 e exilado em alto mar entre 2012 e 2014, repete que nunca fez mal a ninguém. Tóquio, porém, acusa-a de ser responsável pelos danos e feridos a bordo de um navio baleeiro japonês em 2010, na Antártica.
A vida desta fera negra dos pescadores mudou em junho de 1975, durante uma expedição do Greenpeace contra um baleeiro soviético. “O dia em que olhei no olho deste cachalote moribundo no Oceano Pacífico Norte”, escreveu ele em 2023.
“Eu fiz uma promessa a este grande Espírito da Água que erradicaria a caça às baleias durante a minha vida.”
A luta continuou fora do Greenpeace, uma ONG que ele cofundou em 1971.
“Watson tendia a defender o fim da não-violência”, diz Rex Weyler, no seu livro, que imortalizou o seu camarada ajoelhado nas costas do cetáceo que lhe tinha virado a vida.
– “Ecoterrorista”? –
No entanto, “o Greenpeace não podia se dar ao luxo de perder a estatura moral da satyagraha, da não-violência absoluta”, segundo o termo sânscrito usado em particular por Gandhi, acredita o fotógrafo. O conselho de administração da ONG excluiu Watson por 11 votos a 1.
O marinheiro mudou de rumo e fundou a Sea Shepherd (“Pastor do Mar”) em 1977, para lutar de corpo e alma contra a caça furtiva de peixes. Ele será afastado em 2022, após brigas internas, deixando-o com sentimento de traição. Vários ramos da associação, incluindo o francês, ainda o apoiam.
Com a Sea Shepherd, Watson realizou operações espetaculares em alto mar na Sibéria, Islândia, Noruega, Ilhas Faroé e Japão… salvando milhares de cetáceos e chamando a atenção para as atividades ilegais dos baleeiros com imagens chocantes.
Em 45 anos de ação, o capitão teria afundado mais de dez barcos e atacado pelo menos o mesmo número.
Táticas “piratas” ou mesmo “ecoterroristas”, segundo os críticos.
“Absurdo”, defendeu-se no Telegraph em 2009. “Para mim, um ecoterrorista é alguém que semeia o terror no ambiente natural, como uma frota de caçadores de baleias equipados com arpões com pontas explosivas que entram num santuário baleeiro para matar mil baleias.
Formado em comunicação pela Universidade Simon Fraser, no Canadá, o homem que convidou Brigitte Bardot para uma expedição em 1977 para divulgar o massacre de bebês focas sabe como chamar a atenção para as causas que defende.
– Comunicador feroz –
“Conseguimos mais com a sua visita do que em três anos de ativismo”, disse Watson numa entrevista de 2016. “Foi quando percebi que precisávamos trazer celebridades, porque são meios de comunicação”.
Pamela Anderson e Pierce Brosnan, entre outros, ajudam a transmitir a mensagem da associação, assim como a série televisiva “Whale Wars” (“Justicier des Mers” na versão francesa), transmitida pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2008. onde Watson, em seu próprio papel, aparece como um líder intransigente e combativo.
Uma força de caráter construída desde a infância.
Nascido em Toronto (Canadá) em 1950, o mais velho de sete filhos, perdeu a mãe aos 13 anos.
Desde então “algo secou nele”, confidenciou sua irmã.
Depois de uma briga com o pai, ele saiu de casa aos 15 anos. Ele ingressou na Guarda Costeira e embarcou em um navio de carga norueguês.
Em 1969, participou da gênese do Comitê Don’t Make a Wave, lutando contra os testes nucleares perto da costa do Alasca, grupo por trás da fundação do Greenpeace. Uma longa carreira como ativista pode começar no exterior.
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