Março 21, 2025
Cá estão os próximos passos do BCE

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O incisão das taxas e os cenários do BCE. Observação de Martina Daga, macroeconomista, AcomeA SGR.

O Banco Medial Europeu decidiu reduzir as taxas de referência em 25pb, elevando assim a taxa de Depósitos para 3,75%, a taxa da Facilidade Marginal de Cessão para 4,50% e a taxa da Operação Principal de Refinanciamento para 4,25%. Depois de ter aumentado as taxas directoras em 450pb a partir de 2022 e de as ter mantido inalteradas desde Setembro do ano pretérito, na reunião de Junho o BCE anunciou o primeiro incisão. Com a inflação a tombar para 2,6% em maio de 2024, face a um pico de 10,6% em outubro de 2022, em termos reais, as taxas diretoras permanecem, portanto, positivas e em território restritivo. O BCE confirma também que vão estrear a deixar prescrever e a não reinvestir secção da carteira de títulos do PEPP para o segundo semestre de 2024 num montante médio de 7,5 milénio milhões de euros/mês, conforme anunciado anteriormente.

A decisão era aguardada pelo mercado, tendo sido amplamente divulgada pela maioria dos membros do Juízo do BCE. Dito isto, depois do primeiro incisão de hoje, permanece a incerteza sobre qual será o caminho. O BCE continua estritamente dependente de dados para mandar futuras decisões de política monetária e não expressa qualquer compromisso preventivo. As próximas decisões continuam dependentes das perspetivas de inflação, da dinâmica da componente menos volátil da inflação (inflação subjacente) e do mecanismo de transmissão da política monetária.

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O QUE DIZEM AS PROJEÇÕES DO BCE

As projeções macroeconómicas dos especialistas do BCE mostram um prolongamento do PIB mais ressaltado em 2024, em conferência com as estimativas apresentadas em março, refletindo os dados mais recentes sobre o prolongamento parcimonioso. Ao mesmo tempo, as projeções de inflação foram revistas em subida tanto para nascente ano uma vez que para o próximo. Estas estimativas poderão levar o BCE a ser mais cordato, limitando o espaço para novos cortes, uma vez que a inflação deverá permanecer supra da meta de 2%, em média, até 2026.

COMO VAI A INFLAÇÃO

A atividade económica, depois de vários trimestres de estagnação, foi retomada no primeiro trimestre de 2024, ajudada pela procura externa, mas também pela recuperação do poder de compra dos consumidores nacionais. O mercado de trabalho, de facto, continua extremamente poderoso na zona euro, garantindo um prolongamento salarial bastante sustentado que pesa em pessoal na componente da inflação ligada aos serviços. Deve, no entanto, considerar-se que na Zona Euro o processo de ajuste salarial tende a ser retrógrado e representa uma ressarcimento pela perda de poder de compra nos últimos anos. Lagarde destaca também que os indicadores prospectivos de prolongamento salarial apontam para uma desaceleração das pressões nos próximos meses. Todavia, olhando para os dados mais recentes sobre a economia da zona euro, é simples que a inflação está a estabilizar, mas a um nível superior ao objectivo do BCE de 2%. Lagarde afirma ainda que a inflação deve permanecer uniforme em torno do nível atual ao longo do ano e recuar em direção à meta exclusivamente a partir do segundo semestre de 2025.

PARA O FUTURO

Tendo em conta estas considerações, é razoável esperar que o ciclo de cortes por secção do BCE não seja particularmente ofensivo e poderá não ser contínuo, mas sim intercalado com algumas reuniões de pausa.

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