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De “Calippo” a “Baby Tour”: o declínio dos influenciadores #ÚltimasNotícias

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De Juliana Sorrentino





Mais cedo ou mais tarde isso tinha que acontecer, era só uma questão de tempo: Paolina, uma das duas meninas que criaram o “Calippo Tour”, engravidou durante uma das etapas em que conheceu, junto com sua amiga Ambra, admiradores escolhido na web com quem filmava o conteúdo que depois era divulgado online. No programa apresentado por Bianca Berlinguer, È sempre Cartabianca, o criador de conteúdo de 22 anos disse: “Tive relações com um influenciador e tenho convicção de que ele é o pai da criança”. É realmente difícil poder comentar a abominação de um episódio como este, mas é um exemplo do niilismo humano e de valores que enfrentamos. Não há necessidade nem vontade de nos envolvermos num moralismo estéril, nem de apontar o dedo a ninguém, mas há uma necessidade urgente de perceber onde chegámos, o que a sociedade nos oferece e quais são os modelos de referência. Não é culpando Paolina que conseguiremos remediar esse mecanismo vulgar, mas o que me preocupa é o momento em que elas e muitas meninas que tentam imitá-las, pagarão o preço em termos emocionais pelo que estão fazendo hoje, pensando que estão plenamente conscientes de seu próprio corpo e de suas intenções. O que hoje é popularidade e dinheiro fácil, amanhã nada mais será do que uma mancha indelével para a vida toda. O que essas garotas estão procurando? Prazer momentâneo? Glória? Dinheiro “sem complicações”? E então? O que eles podem alcançar? Deparamo-nos também com a própria degradação do corpo feminino, utilizado como meio de jogo, em que a procriação é um acidente e não um desejo. O grande homem é impassível por natureza; quer se elogie ou se culpe, pouco lhe importa, ele apenas ouve a sua própria consciência, disse Napoleão Bonaparte. E aqui parecemos estar bem diante daqueles que realmente não ouvem a opinião dos outros. É uma pena, porém, que aqui não haja consciência crítica e na ausência dela e do pensamento racional, só poderemos assistir à decadência de uma geração desordenada, em que muitos jovens procuram atalhos sem conhecer o dor que causarão. Estendemos a mão, pedimos escuta, porque descuidar não é a solução. Nunca é, muito menos quando há futuros pais e adolescentes à procura de si.

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