Março 19, 2025
Dia da Moca: Por que fazemos pegadinhas?

Dia da Moca: Por que fazemos pegadinhas?

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As pegadinhas são comuns nos quartéis, mas também nos campi universitários, nos campings, nos escritórios e nas festas. Mesmo no mundo da ciência. Mas por que gostamos de pregar peças em infelizes desavisados, nos divertindo pelas costas? E por que há mais pegadinhas do que o normal em determinadas épocas do ano (Carnaval, 1º de abril)?

1º de abril e Carnaval. Para debutar, as piadas precisam de uma estrutura que as justifique. As melhores são proporcionadas em feriados porquê Carnaval (“toda piada é válida”), Réveillon, 1º de abril (“Dia da Moca”), Halloween (“travessuras ou travessuras?”). São oportunidades para reiterar que a folia é uma exceção permitida em determinados períodos (“Uma vez por ano é permitido enlouquecer”). Na verdade, a tradição das brincadeiras nasceu na antiguidade para comemorar a renovação das estações, em que o “velho” deve morrer para dar lugar ao “novo”, portanto até as normas e hierarquias sociais são derrubadas. A sua versão moderna consiste em tartes atiradas aos políticos: para lhes lembrar que, tal porquê nós, estão expostos às misérias da vida.

As piadas dos gregos e romanos. As pegadinhas, portanto, são um fenômeno social velho. Servem para fortalecer os vínculos, valores e jerarquia de um grupo, para sancionar comportamentos incorretos ou para reduzir quem tem muito poder. E, às vezes, para desenredar novos aspectos da veras. A piada, na verdade, está conosco há milênios: o Decamerão (1350) de Giovanni Boccaccio conta vários, mas segundo os críticos Ulisses já pode ser considerado um pândego porque enganou Polifemo dizendo-lhe que seu nome era “Ninguém”. E a literatura grega e romana está repleta de personagens brincalhões (mormente servos), que inspiraram o promanação dos bufões e das máscaras de Arlequim e Pulcinela. No entanto, não é fácil definir uma piada. Para Moira Marsh, antropóloga da Indiana University Bloomington e autora de Praticamente brincando é «uma forma de jogo unilateral. É um roteiro em que um fim (a vítima) é manipulado, empurrado para expressar ou fazer um pouco fundamentado em uma crença equivocada”: no exemplo do navegante, a procura por um tom inexistente. “Você está sempre brincando às custas de alguém”, ressalta Marsh. «O objetivo é originar desconforto mental ou físico, mas não necessariamente angústia; constrangimento, mas não necessariamente humilhação; tristeza, mas não necessariamente mortificação.”

O propósito das pegadinhas. Resumindo, as pegadinhas são transgressoras, pois tratam as pessoas porquê marionetes, sem a sua permissão.

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São porquê piadas encenadas: o efeito cômico é oferecido pela presença paralela de dois roteiros, um aparente e outro real, que é revelado no final, dando sentido à piada. Mas com uma diferença: nas pegadinhas, os brincalhões e os espectadores riem mesmo já sabendo o final, a única incerteza é quando o miragem será desvelado e quais serão as reações da vítima. Imaginá-los é metade da diversão para um pândego. Qual é o propósito das pegadinhas? O antropólogo Keith Basso, da Universidade do Novo México, chama-os de “uma pequena peça de moralidade”. Na verdade, muitas vezes uma pegadinha é concebida “para enviar uma mensagem de sanção de um grupo”: a piada é uma oportunidade de dar uma prelecção a alguém que a merece.

A mansão de botão de Lucio Battisti. Assim porquê o jornalista Franco Zanetti, que criou o site de notícias musicais em 1996 Rockol.it: «Durante dois anos», disse ele, «os jornais leram os nossos artigos sem nos citarem porquê manancial. Portanto, no dia 1º de abril de 1998, criamos um furo falso: Lucio Battisti, em seguida diversas recusas das gravadoras, publicaria seu novo álbum no site luciobattisti. com, que realmente abrimos. E seria intitulado A mansão de botão». O título já era uma pista reveladora: ao retirar o apóstrofo e mudar o acento tornou-se O únicoque em dialeto romano significa o roubo, o miragem. Somente uma impressora do Corriere della Seradurante a sensação do jornal, porquê entusiasta de quebra-cabeças, percebeu que as letras iniciais dos 12 títulos do álbum, lidas sucessivamente, formavam a escrita primeiro de abril e corrigiu o item. Mas todos os outros jornais caíram na embuste, anunciando o álbum inexistente de Battisti. «Nem desta vez a equipa editorial recebeu pedidos de verificação, o que teria evitado alguns números pobres», dizem os editores da Rockol.it. «Pelo contrário, assistimos a tentativas cómicas de apropriação das notícias, de modo que supostos furos se transformaram em bumerangues».

Brincalhões e vítimas. A pegadinha teve sucesso porque foi feita sob medida para as vítimas: «A habilidade do pândego», explica Marsh, «consiste em harmonizar as pegadinhas para que explorem os hábitos, fraquezas e personalidades dos alvos. Quanto mais apertado for o ajuste, melhor será a piada.” Segundo a lógica da piada, na verdade, as vítimas não recitam um roteiro: são simplesmente elas mesmas, exibindo inconscientemente seus defeitos para que os outros possam zombar delas.

Quando respondem a estímulos falsos (porquê o proclamação de Battisti), mostram-se porquê realmente são: «Eles personificam a vácuo entre a forma porquê se veem e porquê os outros os veem. A auto-ignorância é a origem do ridículo: rimos daqueles que se acham melhores, mais inteligentes ou mais fortes do que são”, observa Marsh. Algumas vítimas são escolhidas porque são irritáveis ​​ou desagradáveis, outras porque têm privilégios dos quais outras são excluídas.

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Faceta boa, jogo ruim. Já as pegadinhas nos casamentos introduzem a emoção do inesperado nas festas que os cônjuges gostariam de controlar em todos os aspectos. As brincadeiras eróticas (um bolo em formato fálico ou a chegada de uma stripper) constrangem os noivos ao invocar a atenção para seus atos sexuais: uma forma de reiterar que a privacidade deles é menos importante que o grupo. Em todos estes casos, a única forma adequada de a vítima reagir à piada é fazer uma faceta boa e concordar a humilhação lúdica sem perder a perspicuidade e a pundonor, sob pena de marginalização. Reconhecer a própria credulidade (“caí nessa”) “melhora a imagem da vítima, que demonstra ter um siso de humor saudável, e atenua a transgressão dos brincalhões, transformando a agressão em forma de carinho”, diz Marsh novamente .

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Na veras, todas as pegadinhas ensinam a mesma prelecção subjacente: que “qualquer comportamento habitual feito maquinalmente, sem pensar, com base na crédito em amigos ou na domínio, leva a um comportamento tolo”, acrescenta Marsh. «O controle de nossas vidas é na verdade um autoengano. As vítimas de uma piada não são pessoas ativas, mas sim pessoas manipuladas que seguem um roteiro criado por outros. Uma vez que um peixe mordendo a isca.” É precisamente desta imagem que deriva a sentença “Primeiro de Abril”, para escolher aqueles que engolem uma história falsa e se deixam fisgar.

O falso Modiglianis. Às vezes, uma pegadinha pode deixar cicatrizes que duram para sempre. Uma vez que os críticos de arte ridicularizados por uma das piadas mais sensacionais do século pretérito quando. Em 1984, em Livorno, o Museu de Arte Moderna Villa Maria celebrou o 100º natalício do promanação de Amedeo Modigliani. A diretora do Museu, Vera Durbè, para verificar uma mito segundo a qual o artista havia jogado algumas esculturas inacabadas no Fosso Reale por estar insatisfeito com o sucesso, mandou dragar o via para encontrá-las.

Na verdade, foi uma jogada publicitária, que inspirou três estudantes de Livorno a pregar uma peça: esculpiram uma cabeça ao estilo Modigliani e atiraram-na para a vala. A piada foi além das previsões: a notícia da invenção correu o mundo e muitos críticos de arte famosos (exceto Federico Zeri) julgaram-na autêntica. Quando os meninos saíram para revelar a piada, mostraram os pontos fracos do mundo da arte: os críticos, os “professores” atribuíram a si mesmos uma domínio para julgar a autenticidade das obras que na veras “é impossível de possuem”, comenta Francesco Mangiapane, semiólogo da Universidade de Palermo. E eles permaneceram desacreditados.

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sinceridade e imaginação. A piada, portanto, pode ser um ato transgressor de sinceridade: porquê a moço que, no narrativa de fadas de Hans Andersen As roupas do imperador, ele disse «O rei está nu!» quando o viu desfilar com o “tecido muito ligeiro” (invisível para os estúpidos, mas na verdade inexistente) feito de folia por dois bandidos. Outras vezes, porém, uma farsa imaginativa pode se transformar em veras. Uma vez que aconteceu com o empresário Richard Branson, que em 1º de abril de 1989, a bordo de um balão de ar quente em forma de disco voante, pousou à noite em um campo em Surrey: foi circunvalado pelo tropa britânico, que acreditava tratar-se realmente de um OVNI. A escrita estava naquela esfera Virgin Galactic Airways, uma empresa inexistente: Branson a fundou anos depois e, em 2021, tornou-se a primeira empresa do mundo a levar civis ao espaço em um voo suborbital. Piadas são um ponto sério.

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