O português foi vaiado pela maioria dos torcedores na hora da substituição, mas o Sul dedicou um esquina a ele
O rasgo – se é que é mesmo um rasgo – acontece aos 78 minutos, quando Pioli decide refrescar o ataque e labareda Leão ao banco para substituí-lo por Okafor. É aí que acontece o que você não espera: vaias. Mas muitas vaias, aproximadamente de três dos quatro lados do Meazza. Não se trata de desaprovação irregular, cá e ali, mas de decibéis que atingiram um nível importante.
assobios
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A primeira pergunta que surge na galeria de prelo, e também entre os assentos do Segundo Vermelho, é: mas foram os apitos para Rafa ou para Pioli que afastaram alguém que em tese tinha potencial para colocar a partida de volta nos trilhos? A pergunta é legítima porque se a resposta for a primeira, a coisa não pode passar despercebida e adquire um claro peso: Leão já foi vaiado no pretérito pelo San Siro, mas nunca com essa intensidade. Sensação? Aqueles apitos foram mais para ele do que para Pioli (ou talvez para ambos), no final de uma das atuações mais monótonas de sempre do português, proporcionalmente à influência do jogo. Nunca no jogo, nunca um lampejo, e nem mesmo a sensação de que ele queria tentar. Resignado a escadeirar na parede levantada por um surpreendente El Shaarawy que protegeu Celik dos ataques do camisa 10 rossonero.
rumo
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A certa profundidade do segundo tempo Maignan também gritou e gesticulou para ele por não ter escoltado o recomeço dos Giallorossi. Mike foi até a ingressão da superfície para dificultar, sem obter reação. Quando ele saiu de campo sob vaias (saindo muito vagarosamente, apesar do placar de 0 a 1: isso também pode ter incomodado a torcida), a curva interveio. Sud cantou o refrão para Rafa, para não fazê-lo se sentir sozinho e não deixar que esse mau desempenho gerasse uma pena plenária. Mas foram apitos que devem ter deixado a sua marca nos portugueses, que não se juntaram ao resto da equipa no final do jogo inferior da curva. Simples que muitas vezes oriente é o rumo de quem tem números superiores aos demais, de quem é chamado a salvar a pátria porque há jogos em que o vencedor deve ser decisivo. Mas também há uma fatia não tão pequena da população rossonera envolvida que coloca Rafa de qualquer maneira na caixa do eterno incompleto. Onde é normal fazer a diferença e não é permitido errar. Só para constar, antes desta partida ele havia registrado três gols e duas assistências nas quatro partidas anteriores. Em suma, ele não era um fugitivo. Entretanto, nos últimos dias esperava disputar mais duzentos jogos pelo Milan, mas episódios de proporções porquê o desta noite deixam uma certa inquietação.
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