Novembro 17, 2024
Mattarella em Civitella in Val di Chiana: “Unidade popular em torno do antifascismo”

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“O 25 de abril é, para a Itália, um natalício de instauração: a celebração da silêncio, da liberdade redescoberta e do revinda às fileiras das nações democráticas”, assinala o Encarregado de Estado em Civitella, em Val di Chiana, onde há oitenta anos foi perpetrado um “terrível e desumano massacre nazi-fascista”, abraçando na memória respeitosa “todas as vítimas dos crimes de guerra, massacrados em 1944, no nosso território pátrio e também no estrangeiro”

(Foto de Paolo Giandotti – Assessoria de Prelo e Informação da Presidência da República)

Silêncio, liberdade, democracia. De Civitella, em Val di Chiana, onde há oitenta anos foi perpetrado um “terrível e desumano massacre nazi-fascista”, o Presidente da República lança a sua mensagem para o Dia da Libertação. “O 25 de Abril é, para a Itália, um natalício de instauração: a celebração da silêncio, da liberdade redescoberta e do revinda às fileiras das nações democráticas”, afirma o Encarregado de Estado, abraçando em memória respeitosa (porque “sem memória há não é ‘é o horizonte’) ‘todas as vítimas de crimes de guerra, assassinadas em 1944, no nosso território pátrio e também no estrangeiro’. Silêncio e liberdade, sublinha portanto Sérgio Mattarella, “que a silêncio e essa liberdade – que encontram raízes na resistência de um povo contra a barbárie nazi-fascista – produziram a Constituição Republicana, na qual todos podem reconhecer-se e que representa uma garantia de democracia e justiça, de negação firme de qualquer forma ou princípio de autoritarismo ou totalitarismo”. Valores que unem, para além das polémicas que surgem todos os anos por ocasião do 25 de Abril, porque – e cá o Presidente cita Aldo Moro – “a unidade popular é verosímil e necessária em torno do anti-fascismo, sem comprometer por outro lado a variedade e riqueza da comunidade pátrio, o pluralismo social e político, a fala livre e mutável de maiorias e minorias no jogo democrático”.

Diante do fascismo, que muito antes da guerra havia revelado “os seus verdadeiros traços brutais e desumanos, uma vez que nos lembra o próximo centenário do homicídio de Giacomo Matteotti”, não pode ter anfibologia.

Esta é a prelecção da Resistência. Mesmo assim, de facto, “muitos italianos não se submeteram à opróbrio” e, no caos que se seguiu ao trégua, “escolheram o caminho da salvamento”. Nas palavras do Encarregado de Estado, a Resistência foi “um movimento que, na sua pluralidade de pessoas, motivações, origens e pulsões ideais, encontrou a sua unidade na premência de pôr termo ao domínio nazi-fascista no nosso território, estabelecer uma novidade simultaneidade, fundada no recta e na silêncio”. Um movimento multifacetado. Muitos italianos de todas as condições e crenças, recorda Mattarella, “reuniram-se para lutar, com armas, contra o opressor e o invasor” e “lutaram claramente, com coragem, contra um inimigo esmagador em número, armas e treino”. Com uma diferença sucoso face aos seus inimigos “imbuídos do doutrinado macabro da morte e da guerra”, pois “os patriotas da Resistência fizeram uso das armas para que um dia se calassem e o mundo fosse finalmente marcado pela silêncio, pela liberdade , justiça”.

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E «hoje, num momento de grande preocupação, marcado, na Europa e nas suas fronteiras, por agressões, guerras e violência, confiamos, jacente e convincentemente, nessa esperança».

Ao lado dos partidários, o Presidente da República recorda com força “a resistência heróica dos tapume de seiscentos milénio soldados italianos que, depois de 8 de Setembro, se recusaram a servir a República de Salò, esse regime fantoche estabelecido por Mussolini sob o controlo totalidade de Hitler.” Mas o Encarregado de Estado exalta também “a resistência da população, que se rebelou espontaneamente face a episódios de brutalidade e violência, escrevendo páginas de esplêndido heroísmo de natureza social”. É a Resistência de milhares de “homens, mulheres, religiosos, funcionários do Estado, trabalhadores, burgueses”, que “arriscando a própria vida e a das suas famílias, se opuseram à ditadura e à violência sistemática, escondendo soldados aliados, apoiando a luta partidária, falsificar documentos para salvar os judeus da deportação, imprimir e difundir panfletos de propaganda”, sem olvidar as “corajosas lutas dos trabalhadores que culminaram nas grandes greves nas indústrias das cidades do setentrião”. Uma “Resistência Social”, uma “Resistência sem armas”, que viu também “o renascimento do protagonismo das mulheres, finalmente libertadas do papel subordinado que a ideologia fascista lhes atribuiu”.

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