Vitória de Trump, o que acontece com o bitcoin agora? #ÚltimasNotícias

“O Bitcoin deu um forte salto, então há uma crença clara de que a presidência de Trump poderia aumentar o uso e o valor do bitcoin. Embora Trump não tenha delineado nenhuma política clara sobre criptografia, seus comentários até agora têm sido muito favoráveis”, comentou Michael Field, estrategista de mercado europeu da Morningstar.

A conversa de Trump sobre a mineração de bitcoin nos Estados Unidos e o estabelecimento de um conselho consultivo sobre o ativo pode ou não se concretizar, mas uma coisa parece clara: “a hostilidade, ou o que alguns podem chamar de prudência, que a administração Biden teve em relação o bitcoin será rapidamente substituído por uma administração muito mais favorável”, explica Field.

O limite de 80.000 dólares é fundamental

“O Bitcoin atingiu novos máximos na área de US$ 75.000, embora eu gostaria de ressaltar que em termos reais, devido à inflação dos últimos anos, os verdadeiros máximos históricos estão hoje na área de US$ 80.000 e somente o alcance desses níveis confirmaria a verdadeira positividade”, comenta Stefano Bargiacchi, Head of Digital da Directa SIM, entrevistado pela Morningstar.

“A confiança dos investidores, incluindo institucionais, está presente e é alimentada pela perspetiva de consolidação do papel do bitcoin como um ativo relevante no panorama financeiro, mas o bitcoin deve confirmar a sua positividade e para isso é crucial ultrapassar os 80.000 dólares, ”ele continua.

Os touros do Bitcoin têm como meta possíveis máximos acima de US$ 75.000 nas próximas semanas, à medida que os investidores avaliam o impacto potencial de uma presidência de Trump. “Obviamente, isto não se baseia em nenhuma análise fundamental”, alerta Michael Field.

Segundo Bargiacchi, então, o impulso positivo também poderá se refletir nas ações de empresas ligadas ao setor, como Coinbase COIN, MicroStrategy MSTR e minerador de bitcoins que com um mercado potencialmente mais aberto e incentivador, poderá alcançar bons desempenhos, fortalecendo o crescimento do setor criptográfico.

“Nesse sentido, também será importante acompanhar o desempenho do Ethereum e do Solana, que são as outras duas principais criptomoedas que poderão se beneficiar da nova administração”, afirma Bargiacchi.

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A posição de Trump sobre o bitcoin

Nos últimos meses, a indústria criptográfica assumiu um papel de liderança na campanha eleitoral. O próprio Trump foi o primeiro a trazer o bitcoin para o centro do debate, declarando que queria fazer da América “a capital criptográfica do mundo”. Ele também prometeu estabelecer uma reserva nacional de Bitcoin como um “estoque estratégico”.

“Donald Trump apresentou-se portanto, durante a campanha eleitoral, como o candidato pró-bitcoin, prometendo regulamentação favorável à indústria”, explica Ferdinando Ametrano, diretor científico do Crypto Asset Lab, além de professor de Bitcoin e Tecnologia Blockchain no Universidade Milão-Bicocca. “Trump obteve assim o apoio de alguns dos mais importantes expoentes da indústria criptográfica como os gémeos Tyler e Cameron Winklevoss, fundadores da Gemini, Jesse Powell, fundador da Kraken e também David Bailey, CEO da Bitcoin Magazine, que colaborou directamente com a campanha eleitoral para definir uma política favorável ao bitcoin”.

Ametrano espera “uma institucionalização gradual do bitcoin e de outras criptomoedas. Embora critique a demagogia da campanha eleitoral – diz – é razoável esperar que as promessas feitas sejam cumpridas. Apesar das aberturas significativas feitas por Kamala Harris, a situação atual é a mais favorável ao mundo criptográfico já vista até agora.”

Trump também declarou sua intenção de “demitir” Gary Gensler, atual presidente da SEC, acusado de uma abordagem excessivamente restritiva em relação às criptomoedas.

Independentemente do que se pense sobre as criptomoedas e independentemente das opiniões políticas, como bem aponta Ferdinando Ametrano, “ter o Bitcoin no centro da campanha eleitoral americana foi um acontecimento histórico, impensável há apenas quatro anos”.

O(s) autor(es) possui(m) posições em algumas ações mencionadas neste artigo. Leia a política editorial da Morningstar.