Março 23, 2025
100 dias de governo Milei “restringido” trouxe à Argentina ajuste fiscal com custos sociais – Observador

100 dias de governo Milei “restringido” trouxe à Argentina ajuste fiscal com custos sociais – Observador

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O Presidente prateado, Javier Milei, completa esta terça-feira os primeiros 100 dias de um Governo restringido pela escassez de leis aprovadas no Parlamento e desafiado a mostrar benefícios do esforço de um ajuste orçamental com custos sociais, segundo analistas.

“Depois de muitos anos, temos na Argentina um governo que tenta resolver os problemas, sem retardar soluções nem soluções as decisões antipáticas para debaixo do tapete. É um governo com um diagnóstico correto e com um objetivo simples, mas com problemas de implementação devido à sua hiper minoria no Parlamento”, afirma à Lusa o economista Luis Secco, diretor da consultora Perspectiv@s Económicas.

“Vejo a opinião pública e o mercado disposto a concordar o governo porque, pela primeira vez, um governo aponta a minguar o déficit orçamental, mas para estabilizar a economia e voltar a crescer, gerando empregos, o país precisa de uma mudança de regime que o Parlamento lhe nega. Sem medidas, apresentamos uma mudança de regime incompleta com um projecto de estabilização parcial. Por enquanto, pagam-se os custos e não aparecem os benefícios”, adverte Secco.

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Milei chegou à Presidência com 55,7% dos votos, somente 10% do Senado e 15% da Câmara de Deputados. Devido à sua minoria parlamentar, ainda não conseguiu subscrever uma única lei.

“Oriente é um governo muito cobiçoso, reformador e com objetivos maximalistas, alguma coisa que surpreende pela assimetria com o seu poder real em termos institucionais, territoriais e legislativos. Milei tem uma vontade política muito decidida, mas esbarra em sua personalidade agressiva e de confronto. Pelos seus modos e pela sua inexperiência política”, indica à Lusa o engrandecido investigador político Sergio Berensztein.

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“É um Presidente que se tornou o seu principal travanca”adianta.

No primórdio de fevereiro, antes da iminente roteiro na Câmara, decidiu retirar do debate o pacote de leis denominado “lei ómnibus”, devido aos 664 artigos iniciais. Na semana passada, o Senado reprovou um decreto com 366 medidas, deixando os instrumentos de governo à mercê da decisão da Câmara de Deputados.

Segundo Milei, essas milénio medidas iniciais de reformas do Estado e desregulamentação da economia representam somente 25% das previsões. “Restam outras três milénio medidas à espera”, avisou.

Porém, se ainda não conseguiu nenhuma lei, também praticamente não perdeu capital político nem pedestal popular, apesar da maior inflação do mundo neste momento.

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Desde que se juntou em dezembro pretérito, o governo Milei acumula uma inflação de 71,3%consequência de uma desvalorização inicial de 120% e da liberalização de preços, muitos dos quais congelados durante o governo anterior de Alberto Fernández, apesar da inflação acumulada de 1,020%.

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“Entre as razões dessa aparente incongruência vemos que uma secção do eleitorado repudia o sistema político e vê na frescura e na valentia do oração presidencial um atributo positivo. Também há um cansaço social com a política tradicional e uma parcela significativa da população que compreende as dificuldades atuais porquê a legado do governo anterior. Essa compreensão baseia-se em que todos sabiam que os primeiros meses seriam difíceis, com custos significativos”, interpreta Berensztein.

“Os participantes de Milei sabiam que seria assim. Uma vez que candidata, Milei nunca mentiu. Sempre disse que teria um ajuste e que teria muita inflação no princípio. Por isso, Milei manteve o pedestal da opinião pública, apesar dos custos de medidas antipáticas”, relembra Luis Secco.

No entanto, durante a campanha, Milei promete usar uma “motosserra” porquê símbolo do golpe nos gastos públicos, prometendo que, desta vez, o ajuste seria pago pelo que labareda de “linhagem política”, uma escol do poder que mantém privilégios à custa do Estado. Porém, até agora, mais da metade do esforço veio do efeito de diluição de atualizações e reformas.

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Sob promessa de volver o déficit orçamental anual de 6,1% em 2023, Milei conta porquê vitória um superávite financeiro nos dois primeiros meses do ano. “A situação de déficit orçamental zero é inegociável”, garante o Presidente.

Segundo a consultora Empiria, com base nos dados oficiais, a média dos meses de janeiro ficou tapume de 7% inferior dos limites de pobreza, evidenciando a perda generalizada de poder de compra. Nos últimos três meses, os preços de produtos básicos ficaram supra dos praticados na Europa ou nos Estados Unidos, com o desempenho dez vezes menores na Argentina.

“Se a inflação não diminuir de forma clara, provavelmente o pedestal [a Milei nas sondagens] cai porque as pessoas vão sentir que todo o sacrifício fez sem obter os benefícios. Quanto mais a inflação resistir, mais problemático será”, aponta o economista Luis Secco.

O Presidente procura dilatar os tempos, prometendo à sociedade que, “desta vez o esforço vai valer a pena”, enquanto muda de estratégia. O fracasso inicial com medidas ambiciosas sem negociação prévia com o Parlamento sugerido ao estranho a preço do “jogo de cintura” político com governadores e legisladores, antes de reenviar os projetos de lei.

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“Milei precisa mudar sua atitude, delegando e adotando maior flexibilidade. Tem de entender que ceder não significa um dispêndio reputacional. Nenhum concórdia pode ser fechado com esse intensidade de preocupação”, afirma Sergio Berensztein.

“Se Milei tivesse adotado essa postura antes, talvez tivéssemos três ou quatro leis prioritárias aprovadas. Em vez disso, temos uma economia em recessão, uma queda do poder de compra que leva a pensão e pressão social. Acredito que o governo ainda tem chances de conseguir um projecto econômico mais sustentável, mas não temos limite para isso e já começamos a surgir demorais preocupantes”, observa Luis Secco.

“A pergunta dos agentes econômicos da população em universal é quanto isso aguenta. Nós, economistas, não sabemos por quantos meses vai resistir a paciência social, nem mesmo o próprio Milei sabe”, questionou Luis Secco.

“Não sabemos é qual é o limite da tolerância social”, concorda Sergio Berensztein.

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