Setembro 30, 2024
40 anos de uma TSF pirata e a estreia do Now (que já teve respostas)

40 anos de uma TSF pirata e a estreia do Now (que já teve respostas)

António Cotrim / Lusa

David Borges lembra o que era estar junto ao microfone radiofónico no dia 17 de Junho de 1984. Quatro décadas depois, há outra novidade.

“Estamos a falar de 1984: o quadro da rádio era muito restringido. Havia somente a RDP, a Rádio Renascença e grandes dificuldades a uma legislação que abrisse espaço hertziano a novas rádios”.

“Não havia de facto grandes ilusões relativamente a isso e tínhamos de forçar, de alguma maneira, que avançasse esse processo”.

David Borges lembra um primeira emissão da TSF. Foi no dia 17 de Junho de 1984, precisamente há 40 anos.

Foi uma emissão pirata. Durou quatro horas e, apesar de ser pirata, tinha sido muito anunciada nos jornais da quadra.

A teoria era óbvia: ouvir a rádio para se debater sobre a rádio.

As quatro horas de emissão foram centradas num matéria: a legalização das novas rádios.

Naquele “domingo de Verão antecipado”, uma vez que disse Fernando Alves nos primeiros segundos da primeira emissão, a primeira cooperativo da rádio portuguesa queria que o Governo lhe atribuísse uma frequência.

Um trio muito importante naquele dia foi formado por João Canedo (técnico, sonoplasta), Emídio Rangel (jornalista) e Mário Pereira (jornalista e depois gestor).

A emissão principiante teve convidados ilustres: depoimentos (gravados) do presidente da República Ramalho Eanesdo primeiro-ministro Mário Soares, de polícias, de pessoas ligadas à Justiça, de todos os partidos com assento parlamentar. Personalidades de diversos campos que deram força àquela iniciativa.

Mas com susto: “A emissão realizou-se sob muitos receios de que os serviços rádio eléctricos interferissem ou conseguissem evitar essa emissão”, recorda o fundador David Borges, na própria TSF.

No entanto, a emissão seguiu e, também por pretexto da presença de tantas personalidades naquela emissão, teve um grande impacto mediático e abriu horizontes para as novas rádios em Portugal.

Mesmo assim, lembra David Borges: “Para sublinhar a forma uma vez que os serviços radioeléctricos se empenhavam em bloquear, reduzir ou interferir na mecânica de geração de novas rádios, já com a TSF no ar e legalmente estabelecida, foi-nos atribuída uma determinada potência que não dava se calhar até ao término da rua; nós alargávamos essa potência e imediatamente os serviços radioelétricos caíam em cima dos emissores, forçando a redução da potência. Quando eles saíam dos emissores, nós aumentávamos outra vez a potência. Esse jogo do rato e do gato manteve-se muito tempo até as coisas estabilizarem”.

Hoje a TSF vai “ao término da rua e ao término do mundo”.

Início do Now

Curiosamente, 40 anos depois de uma estreia na informação social, surge outra: o meio Agora.

O novo meio televisivo, centrado na informação, pertence à MediaLivre (antiga Cofina) e é o novo meio 9 nas plataformas NOS, MEO e Vodafone.

O Now apresenta-se com a promessa de novo jornalismo, uma vez que boa manancial de informação, com noticiários curtos e permitem ao telespectador fazer escolhas esclarecidas.

Conta, entre outros, com os comentadores António Costa, Rui Rio, Fernando Medina, Perdão Freitas e D. Américo Aguiar.

Os concorrentes já reagiram: a CNNPortugal vai apresentar novos programas ao fim-de-semana, novo jornal às 19h, novo programa ao sábado sobre notícias do mundo.

Também vai ter uma maior aposta no do dedo, com novas rubricas e funcionalidades; e ainda a incorporação de lucidez sintético (IA) no suporte ao jornalismo.

A SIC Notícias também se “mexe”. Segundo o Meios e Publicidade, o meio de informação mais velho de Portugal tem agora uma campanha que recorda precisamente isso: é pioneira no país.

Também haverá novo espaço de informação e uma novidade imagem na famosa Edição da Noite – a mudança no programa começa hoje mesmo, 17 de Junho, o dia do arranque do Now (apesar de o vídeo indicar, por miragem, que só começa no dia 27).

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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