Março 19, 2025
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O turismo aprendiz internacional registou um desenvolvimento de 46%, entre os anos letivos 2013/2014 e 2019/2020, revela um estudo da Universidade de Coimbra (UC). Em pessoal, entre os anos letivos 2013/2014 e 2019/2020. A investigação aponta, no entanto, a existência de assimetrias nos turistas académicos internacionais, que chegaram a Portugal para frequentar o ensino superior por períodos inferiores a um ano, penalizando as instituições de ensino superior mais afastadas dos grandes centros urbanos que receberam menos estudantes internacionais em mobilidade.

No cláusula científico “Exploring Higher Education Mobility through the Lens of Academic Tourism: Portugal as a Study Case”, publicado na revista Sustainability, a equipa de investigação refere que “Portugal registou um desenvolvimento notável”, fazendo notar que “atributos uma vez que a instrução de qualidade, a segurança, o multiculturalismo, o dispêndio de vida alcançável ou as estabilidades políticas, económicas e sociais contribuíram para que Portugal testemunhasse um aumento de estudantes em mobilidade entre 2013 e 2020”, destaca a docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) e investigadora do Meio de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC, Cláudia Seabra.

Leste aumento só foi travado pela pandemia, período durante o qual foi registada uma subtracção do número de estudantes internacionais em mobilidade no país, passando de 60.679 estudantes, no ano letivo 2019/2020, para 55.137 no ano seguinte (2020/2021). “Apesar deste decréscimo, parece-nos que o impacto desta subtracção pode ter sido menos grave do que o esperado”, refere a coordenadora do estudo e estudante de doutoramento da FLUC, Dina Amaro.

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Apesar desta quebra, os “turistas académicos mostraram ser mais resilientes do que os turistas convencionais, informação que nos parece crucial para o planeamento e gestão dos destinos turísticos”, sublinha a coautora do cláusula, docente da FLUC e investigadora do CEGOT, Ana Maria Caldeira. “Esta resiliência poderá estar possivelmente relacionada com o comprometimento deste tipo de turistas com as suas ambições pessoais no que respeita aos estudos, o que supera o impacto repentino da pandemia”, acrescenta.

As autoras reforçam ainda a valor desta dinâmica da mobilidade de estudantes para o turismo no país. “Apesar de simbolizar uma pequena percentagem do totalidade de turistas que visitam Portugal, a sua valor aumentou, principalmente devido à duração média das estadias dos estudantes, que é maior do que a dos turistas convencionais”.

“Não só frequentam cursos, uma vez que também visitam o país (sozinhos ou com familiares e amigos), contactam com residentes, aprendem a língua e a cultura, tendo, assim, um impacto positivo na flutuação cultural e sustentabilidade dos destinos”

A esta veras acresce ainda que estes estudantes “não só frequentam cursos, uma vez que também visitam o país (sozinhos ou com familiares e amigos), contactam com residentes, aprendem a língua e a cultura, tendo, assim, um impacto positivo na flutuação cultural e sustentabilidade dos destinos”, realçam.

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Esta investigação considerou uma vez que turistas académicos internacionais os “estudantes sem nacionalidade portuguesa que frequentaram cursos em Portugal durante um período de curta duração (menos de um ano), que são integrados na categoria de turistas”, contextualizam as investigadoras.

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Para o efeito foram analisados dados da Direção-Universal de Estatísticas da Instrução e Ciência (DGEEC) e do Instituto Pátrio de Estatística (INE), nomeadamente informações sobre todos os estudantes matriculados nos vários cursos e ciclos de estudos oferecidos pelas instituições de ensino superior portuguesas.

“Os turistas académicos em Portugal (ou seja, os estudantes que estão no país por períodos inferiores a 12 meses) são predominantemente oriundos de outros países da Europa”, contextualiza a coordenadora do estudo.

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Já os estudantes internacionais que passam mais de 12 meses em Portugal – por norma, para frequentar ciclos de estudos completos, ou seja, cursos de licenciatura, mestrado ou doutoramento – são maioritariamente oriundos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Por conta de a estadia ser mais prolongada, não integram a mesma categoria de estudo. No entanto, o estudo revela que “entre os anos letivos 2013/2014 e 2019/2020 Portugal teve um aumento de 251% nos estudantes internacionais de ‘proporção’”, destaca Cláudia Seabra.

Relativamente aos desafios que o turismo aprendiz enfrenta e enfrentará, esta investigação labareda a atenção para “o padrão de desenvolvimento desigual pelo país, o que desafia a noção de desenvolvimento regional equilibrado”, refere Cláudia Seabra. Esta assimetria pode ser enfrentada “com medidas específicas empreendidas pelas Instituições de Ensino Superior (IES) e pelas autarquias. Por exemplo, incentivos uma vez que bolsas de estudo e descontos em alojamento podem atrair um número significativo de turistas académicos. Estratégias abrangentes para promover diversas regiões e cidades em Portugal, mostrando as suas características e atrações únicas, atrairão também um público mais extenso”, revelam as investigadoras.

São também desafios a geração de estratégias para envolver os turistas académicos nas comunidades locais e destinos de forma a contribuírem para a sua sustentabilidade. “As IES desempenham um papel crucial na promoção da sustentabilidade dos destinos académicos, incentivando e adotando práticas sustentáveis entre os seus alunos, tais uma vez que a redução do consumo de virilidade, a minimização do desperdício e a implementação de medidas ecológicas nos campus”, refere Dina Amaro.

A estudante da FLUC acrescenta ainda que “as IES e as autarquias poderiam contribuir ainda mais, promovendo parcerias com comunidades locais para prometer que o turismo aprendiz beneficie o direcção, através do incentivo na colaboração em projetos comunitários, programas de intercâmbio cultural ou iniciativas de voluntariado; incentivar os estudantes a concordar empresas, mercados e artesãos locais, promovendo produtos, serviços e experiências culturais locais. Isto, por sua vez, contribui para o desenvolvimento poupado da comunidade anfitriã”.

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“Do ponto de vista da gestão, o turismo aprendiz internacional traz vantagens competitivas para os destinos, principalmente no que respeita à mitigação da sazonalidade, à sustentabilidade e à inovação, uma vez que traz aos países pessoas, na sua grande maioria jovens ou jovens adultos, com elevados níveis de formação, durante longos períodos. Por vezes, estes estudantes podem inclusive sentenciar pela sua integração no mercado de trabalho no nosso país em áreas estratégicas”, remata Cláudia Seabra.

Leste estudo foi realizado no contextura do Doutoramento em Turismo, Património e Território da Faculdade de Letras da UC, pela estudante Dina Amaro, primeira autora do cláusula científico, e contou com a colaboração das docentes da FLUC e investigadoras do CEGOT, Ana Maria Caldeira e Cláudia Seabra.

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