Março 21, 2025
a viagem sonora e visual de Patti Smith e do Soundwalk Collective – Observador

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Esse projeto nasceu portanto um diálogo íntimo que se mantém até hoje. Depois de Nico (cantora e atriz alemã) e do disco que daí surgiu, “Killer Road” (2016), os dois criadores centraram as suas atenções nos poetas franceses. Entre 2017 e 2021, colaboraram na geração de “Perfect Vision”, um tríptico de álbuns inspirados na obra de Antonin Artaud, Arthur Rimbaud e René Daumal e, finalmente, consegui reunir os materiais de pesquisa para conseguir uma novidade visão e perspectiva de si mesmos e da sua arte. Gravados, respectivamente na serra Tarahumara, no México, no planalto abissínio da Etiópia e no topo dos Himalaias, na Índia, os três discos alicerceram-se na teoria de que cada paisagem contém memórias adormecidas que são testemunhos da passagem humana. “Evidence” é o capítulo final desta proeza.

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Sem um objetivo definido, salientam os criadores, a mostra exploração operática a noção de se poder produzir “um espaço infinito e íntimo”, ao qual se pode avultar a questão: “até onde é que podemos ir?”. Cabe a cada visitante fazer o seu próprio trajectória e formular a sua resposta. “Segmento do processo está assente nesta teoria de não saber o que podemos encontrar. Tudo é provável. É um ato de escutar e deixar que essas ligações venham, naturalmente, pararem à superfície”, salienta Stephan Crasneanscki.

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Para produzir esta “proeza místico” em Lisboa, realça a curadara, foi necessário reformular a disposição dos objetos na sala, mas mantendo o mote “de se produzir uma experiência no meio do museu”. Dessa forma, pretende-se indemnizar também o foco de cada visitante que depois da luz e das paredes brancas, se digna a entrar num espaço escuro e imersivo. Estamos, finalmente de contas, num lugar solitário, descrito pela própria Patti Smith numa melodia que ouvimos nesse vagabundear: “In a room like no other/ In the solitary cell/ Clouded with light/ Sitting straight at his length / A burgeoning flame, a flor/ O principal dentro do vazio/ O excremento da tristeza divina”.

“Desta forma, a exposição distende a visitante cronometrada para a uma temporalidade alargada e difusa chegar composta de passados ​​e presentes – ou melhor, integra-nos num presente partilhado por todos os seres, vivos ou mortos, que se encontram nesta viagem multidimensional. Estas paisagens sonoras são ‘mundos desesperados’, para usar a bela sentença cunhada por Stephan Crasneanscki, que acompanhou os passos de Daumal, Artaud e Rimbaud com o propósito de reconstruir os caminhos percorridos pelos três poetas e explorar os lugares das suas viagens, cada uma das quais realizadas num hiato ou ponto de viragem das suas histórias e obras individuais”, pode ler-se no texto que Chloé Siganos assina sobre a mostra.

Num dos seus aspectos mais importantes, encontramos uma enorme parede de investigação, numa justaposição de arquivos pessoais de Crasneanscki e Smith e documentos relacionados com expedições feitas por Daumal, Artaud e Rimbaud. “É eficiente um planta do processo. Não tem a pretensão de ser uma obra de arte, mas sim a explicação do nosso trabalho, seja das viagens do Stephan, porquê das leituras e desenhos que desenvolvi no meu atelier. Por outro lado, conte muito sobre estes poetas e sobre a formosura e o caos na vida que cada um deles sentiu”, completa Patti Smith. Muitas outras referências se juntaram a esta conversa contínua entre o fundador do Soundwalk Collective e o responsável de “Just Kids”. Pode-se falar dos ecos com o trabalho de cineastas porquê Alejandro Jodorowsky e Peter Brook, de músicos porquê John Lennon ou Bob Dylan, mas também na relação com escritos religiosos e nas referências a diferentes períodos históricos. Uma vez mais, essa jornada de possibilidades é infinita.

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