euLeonard Cohen, que disse um dia sentenciado a 20 anos de tédio por tentar mudar o sistema por dentro, ofereceu uma solução para tamanho fardo com um projecto detalhado: “Primeiro tomamos Manhattan”, cantou ele em 1988, “e depois tomamos Berlim” . Depois de ter pretérito pelo notório A Colors Show, popular plataforma internacional que expõe talentos globais — de Billie Eilish a Doja Cat, por exemplo — através de um meio do YouTube que soma mais de 7 milhões de assinantes, o português Slow J, munido de ritmo e trova, poderá até anelar ir mais longe. Logo no arranque do triunfal “Afro Fado”, álbum que foi unanimemente distinguido porquê um dos melhores lançados em território vernáculo em 2023, guiando-se ao seu progenitor, Slow J não menoriza os sonhos e explica que lá chegará o dia em que tomará a “margem de assalto”, referindo-se à Angola do seu ‘Tata’ (pai), conquista que, no entanto, não o deve travar: “Depois vou levar o mundo de assalto/ Que eu não ’tou cansado, só ’tou a eles mostrar.” Está mesmo, não restam dúvidas. Com as duas datas na Meo Estádio, a maior sala de espetáculos do país, já esgotadas não se pode proferir que a sua “lazeira de ser colosso” seja infundada. Na verdade, ele já está, porquê um dia confessou sonhar, a “fazer ao Rui Veloso o que o Ronaldo fez com o Figo”.
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