Teve propostas para treinar, entre outros clubes, o Ajax e o Marselha, mas o que já era mais do que um rumor, foi confirmado, nesta quinta-feira: Paulo Fonseca será na próxima temporada o treinador do AC Milan. O pregão foi feito em conferência de prensa pelo sueco Zlatan Ibrahimovic, representante do proprietário do clube vice-campeão italiano, que deixou fortes elogios ao português: “Queremos trazer a sua identidade de jogo, o seu estilo ofensivo para a nossa equipa.” A chegada de Fonseca a San Siro é mais um passo em frente de um técnico que tem construído a sua curso de forma consolidada, posteriormente um início de curso onde soube dar um passo detrás posteriormente uma má experiência no FC Porto, que serviu de “grande aprendizagem”.
Há uma semana, os elogios tinham chegado pela boca de um dos nomes grandes da história recente do AC Milan. Comentando o estado moderno do clube “Vermelho preto”, Andriy Shevchenko lembrou o trabalho de Paulo Fonseca na Ucrânia, no comando do Shakhtar – entre 2016 e 2019 conquistou três campeonatos, três taças e uma supertaça -, dizendo que o português fez um “óptimo trabalho e deixou uma marca. É uma pessoa competente e venerável”.
Agora, Paulo Fonseca recebeu o selo de qualidade de outra figura histórica do AC Milan. Com um papel importante na estrutura dos milaneses – é um dos principais conselheiros do proprietário do clube -, Ibrahimovic justificou a aposta no vetusto treinador do Lille: “Estudámos muito a situação. Definimos os critérios, pensámos muito e decidimos trazer o Paulo Fonseca, em função dos jogadores que temos, do futebol que queremos, com um estilo ofensivo e dominante. Estudámos uma vez que prepara os jogos, uma vez que treina os jogadores, uma vez que trabalha as equipas, e queremos trazer um tanto novo para San Siro. Com os jogadores que temos, acreditamos que combina muito muito. É o varão evidente. Confiamos muito nele.”
Pouco depois de ser confirmado no clube transalpino, o técnico foi citado pelos meios oficiais da equipa, mostrando-se “orgulhoso por assumir o função de treinador do AC Milan” e deixando a garantia de que vai “trabalhar para honrar” o “clube e a sua grande história”. “Juntos, vamos lutar pela primazia e ortografar um novo capítulo de sucessos que espero que possa ser festejado pelos nossos extraordinários adeptos.”
A chegada de Fonseca a um dos “grandes” do futebol italiano e europeu, coloca sobre os ombros do português uma tarefa que não será certamente fácil – o trajecto recente do AC Milan tem sido pautado por uma enorme instabilidade -, mas oriente afigura-se uma vez que sendo mais um passo em frente numa curso em que o técnico tem sabido gerir os momentos menos positivos.
Velho resguardo medial, que teve no Estrela da Amadora os momentos de maior sucesso uma vez que jogador, Paulo Fonseca iniciou a sua curso na formação do clube amadorense, trabalhando depois nos seniores em escalões secundários – 1.º Dezembro, Odivelas e Pinhalnovense -, até que teve o primeiro momento de maior protagonismo quando colocou o Desp. Aves perto da subida à I Liga, em 2011/12.
O bom trabalho no clube avense abriu-lhe as portas do Paços de Ferreira, onde conseguiu uma das maiores proezas deste século no futebol português: colocou a equipa pacense no Pague da Liga dos Campeões, posteriormente um surpreendente e histórico terceiro lugar.
O feito obtido por um jovem técnico de 40 anos, coligado à qualidade do futebol apresentado pelos pacenses em 2012/13, colocou o treinador do Barroca uma vez que um mira desejável dos “grandes” em Portugal, mas foi o FC Porto que ganhou a corrida.
Nos “dragões”, que nessa quadra perderam jogadores uma vez que Otamendi, João Moutinho, James Rodríguez ou Hulk, Fonseca até começou muito – vitória na Supertaça -, mas acabou despedido no início de Março, com o clube na terceira posição a nove pontos do líder Benfica.
Reconhecendo que tinha oferecido um passo precipitado e que não estava prestes para os “egos” de um balneário de um “grande”, Fonseca recomeçou do zero: voltou ao Paços, onde recolocou a equipa a lutar pelos lugares cimeiros.
A partir daí, tem sido uma história de sucesso, com passagens pelo Sp. Braga, Shakhtar, AS Roma e Lille, sempre com a mesma marca: resultados positivos e futebol elogiado pela qualidade.