

A Marcha de Alcântara é a vencedora da edição de 2024 do concurso das Marchas Populares de Lisboa, de quem desfile aconteceu na noite desta quarta-feira, 12 de junho. Alcântara arrecadou ainda as categorias especiais de Melhor Coreografia, Melhor Cenografia, Melhor Desfile na Avenida e Melhor Figurino.
“Por mais que corra a tinta, Alcântara é o bairro com mais pinta” foi o tema escolhido pela Marcha de Alcântara, a vencedora deste ano. O tema era inspirado na arte de pintores e artistas que encontram no bairro de Alcântara um espaço para se expressarem. No concurso desde 1932, Alcântara representou, nos seus marchantes, o pintor vanguardista, que capta os tons de azul do firmamento de Lisboa e do Rio Tejo. O responsável da Marcha de Alcântara, organizada pela Sociedade Filarmónica Alunos Esperança, era Francisco Pereira e o porta-estandarte era Marcos Nunes. Os ensaiadores foram Mafalda Matos e Vítor Kpez.
Renato Godinho foi o figurinista e cenógrafo. O ator Pedro Granger e a jornalista Ana Sofia Cardoso foram os padrinhos desta marcha, que teve ainda porquê mascotes Maria do Carmo Pessoa e Leandro Ramos. As marchas inéditas foram ‘Alcântara, obra-prima de Lisboa’, e ‘O Pintas do Pintor’, ambas de David Ferreira e Jorge Ramos (letra) e João Aborim (música). A terceira marcha apresentada foi ‘Alcântara vem Trovar’, com letra de Silva Nunes e música de Jorge D’Ávila.
Marvila e Alfama ficaram em segundo e terceiro lugares, respetivamente
O pódio das Marchas Populares de Lisboa de 2024 fica completo com a Marcha de Marvila (segundo lugar) e Alfama (terceiro lugar). A primeira apresentou o tema ‘Nas asas do presságio, Marvila relembra a tradição!’, que recorda o imaginário dos corvos que acompanham a barca com os sobras mortais de São Vicente. Numa homenagem aos marchantes, chegados ao bairro vindos de várias zonas do país, os figurinos percorriam os trajes dessas terras e as coreografias recuperavam os ritmos do folclore vernáculo e de várias culturas portuguesas. A Marcha de Marvila, organizada pela Sociedade Músico 3 d’Agosto de 1885, teve porquê responsável Marco Silva e Alexandra Silva porquê porta-estandarte.
O cenógrafo e figurinista foi Paulo Miranda e o ensaiador Paulo Jesus. Os padrinhos foram o cantor Matay e a atriz Luciana Abreu e os mascotes Liana Silva e Guilherme Pinto. Para além da Grande Marcha, que em 2024 é o tema ‘O Tejo Enfim’, e que é entoado por todas as marchas a concurso, Marvila desfilou ainda ao som das marchas inéditas ‘Peregrinos e Romeiros’, de José Vala Roberto (música e letra) e ‘Chegou Marvila!’, com letra de João Medeiros e Mariana Peres e música de Fernando Ramos. A terceira marcha apresentada foi ‘Olha o Grilo’, tema apresentado no concurso de 1964, e da autoria de Joaquim Frederico de Brito (letra) e Frederico de Brito e Ferrer Trindade (música).
Alfama lembrou os marinheiros
Já Alfama, desfilou sob o tema ‘Meu Paixão Navegador’, que trouxe ao desfile as alegrias e tristezas das vidas que se cruzam no cais: a resiliência e o paixão dos que ficam e esperam o revinda dos que partem, e o espanto dos que chegam a Lisboa. A Marcha de Alfama foi organizada pelo Núcleo Cultural Dr. Magalhães Lima e teve porquê responsável João Ramos e Madalena Ramos porquê porta-estandarte. Vanessa Rocha foi a ensaiadora e Nuno Lopes o responsável pelos figurinos e cenografia.
Os padrinhos foram a fadista Raquel Tavares e o apresentador João Baião, e os mascotes Lorena Pereira e Ângelo Fernandes. As marchas inéditas foram ‘Lá Vai Ele!’, de Raquel Tavares (música e letra), e ‘Navegador Enamorado’, de Maria do Rosário Pedreira (letra) e Raquel Tavares (música). A terceira marcha apresentada foram ‘Tá Mar’, de 1935, escrita por Raul Ferrão e composta por Frederico de Brito.
Classificações especiais
As Marchas de Alcântara e Marvila conquistaram o prémio de Melhor Coreografia, Melhor Cenografia e Melhor Figurino. Alfama conquistou ainda esta última categoria, muito porquê o de Melhor Letra, a par com a Marcha do Tá do Pina. A Melhor Musicalidade foi para a Marcha da Madragoa e a Melhor Constituição Original foi para os temas “Há sarau na Bica”, da Marcha da Bica e “Welcome! Muito-vindos à Mouraria!”, da Marcha da Mouraria. Por término, o Melhor Desfile na Avenida foi atribuído à Marcha de Alcântara.


Para além da prestação na Avenida da Liberdade, as 20 marchas a concurso e as três extraconcurso (Voz do Operário, Mercados e Santa Moradia), desfilaram ainda, no primeiro fim-de-semana de junho, no Altice Redondel, onde estiveram presentes murado de 20 milénio espetadores. No totalidade, esta celebração coletiva dos bairros da cidade – entre marchantes, padrinhos e madrinhas, porta-estandartes, mascotes, aguadeiros, músicos (cavalinho), ensaiadores, responsáveis pelas coletividades e a organização – envolveu mais de 1600 participantes, acrescentou a EGEAC em nota de prensa.
Dança do Dragão e Marcha das Escolas abriram o desfile
Nesta edição das Marchas Populares, estiveram ainda presentes 30 elementos da Associação Universal Desportiva de Macau Lo Leong (grupo convidado), que interpretaram a Dança do Dragão, de forma a lembrar o 25.º Natalício do Estabelecimento da Região Administrativa Peculiar de Macau. Seguiu-se a Marcha Infantil das Escolas de Lisboa, que levou 43 pequenos marchantes, escolhidos por sorteio, à Avenida. Esta marcha foi apadrinhada pela vereadora com o pelouro da Ensino da Câmara de Lisboa, Sofia Athayde, e pelo ator António Machado.
Também participaram os casais de Santo António, que formalizaram a união durante o dia, nos casamentos religiosos, na Sé de Lisboa, e nos civis, nos Paços do Concelho. Todas as Marchas cantaram “O Tejo Enfim”, a constituição vencedora do concurso Grande Marcha de Lisboa deste ano. As 20 marchas em competição foram avaliadas pelo júri, presidido por Albano Ginja e formado por Rita Spider (Avaliação da Coreografia), Fernando Alvarez (Avaliação da Cenografia), Ana Paula Rocha (Avaliação do Figurino), Carlos Leitão (Avaliação da Letra), Rui Massena (Avaliação da Música) e Leonor Padinha (representante da EGEAC).
Carlos Moedas e Luís Montenegro marcaram presença no desfile
Neste evento, esteve também o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que frisou que “nascente é um momento único para a cidade. É um dia que mostra a identidade de uma Lisboa que acolhe todos e eu tenho um enorme orgulho em ser presidente desta cidade, na qual tenho investido tanto, porque esta é uma cultura que nos torna mais lisboetas”.
Também, esteve também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, escoltado pela esposa, que disse ainda, que a presença nas Marchas de Lisboa é o culminar de “três dias a comemorar a portugalidade. Esta é uma sarau de Portugal, mas também de identidade, cultura e tradição. Fico muito satisfeito por se comemorar estas tradições”.
Concurso das Marchas Populares de Lisboa 2024 – Classificações Finais:
1.º Marcha de Alcântara
2.º Marcha de Marvila
3.º Marcha de Alfama
4.º Marcha da Bica
5.º Marcha de Carnide
6.º Marcha da Madragoa
7.º Marcha do Tá do Pina
8.º Marcha do Bairro da Boavista
9.º Marcha de São Vicente
10.º Marcha da Penha de França
11.º Marcha do Bairro Tá
12.º Marcha do Fortaleza
13.º Marcha dos Olivais
14.º Marcha da Perdão
15.º Marcha do Lumiar
16.º Marcha da Mouraria
17.º Marcha da Bela Flor-Campolide
18.º Marcha de Santa Engrácia
19.º Marcha da Baixa
20.º Marcha de Belém