No dia em que o Governo aprovou o lugar para a construção de novo aeroporto, no Campo de Tiro de Alcochete, nove organizações ambientalistas consideram que aquela “é a opção mais problemática em termos ambientais”, lê-se numa mensagem enviada à informação social nesta terça-feira.
O Campo de Tiro de Alcochete, juntamente com a Portela, foi a opção recomendada pela Percentagem Técnica Independente (CTI) no relatório publicado no início de Dezembro último, depois de ter medido oito localizações para o horizonte aeroporto (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém; Portela + Alcochete; Vendas Novas; Portela + Vendas Novas). Já a localização do aeroporto em Vendas Novas, a segunda melhor opção na avaliação da CTI a nível global, foi a que teve melhor avaliação do ponto de vista estritamente ambiental.
Comparado com Vendas Novas, um aeroporto em Alcochete terá um maior impacto em relação às aves, às áreas florestais potencialmente afectadas e ao risco para o aquífero do inferior Tejo e Sado. Já do ponto de vista poupado, Vendas Novas está mais longe de Lisboa do que Alcochete, e requer a expropriação de terrenos, uma limitação que não acontece em Alcochete, onde os terrenos são públicos.
Mas as nove associações ambientalistas, embora apreciem o processo de decisão e congratulem-se com o facto de a opção do Montijo porquê localização do novo aeroporto ter ficado “posta de secção”, têm reservas em relação ao que deverá ser a escolha do Governo.
“Alcochete é a opção mais problemática em termos ambientais e de ordenamento do território. Muitos elementos exigirão uma resposta que antecipamos porquê difícil a ser dada em sede de estudo de impacte ambiental”, aponta o transmitido, assinado pelas organizações não-governamentais de envolvente Almargem, ANP/WWF, FAPAS — Associação Portuguesa para a Conservação da BiodiversidadeGrupo de Estudos do Ordenamento do Território e Envolvente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Quercus, A Rocha, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e ZERO — Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Outrossim, as organizações apontam a premência de limitar as operações no moderno Aeroporto Humberto Franzino (AHD), enquanto leste funcionar, devido ao impacto que leste equipamento tem na saúde humana e no envolvente. “As medidas para o AHD continuar a funcionar até o novo aeroporto estar pronto deverão ser sujeitas a avaliação de impacte ambiental”, refere ainda o transmitido. Finalmente, a mensagem recorda a valimento de investir “numa rede ferroviária que funcione em complementaridade à rede de aeroportos”.
A decisão do Governo acerca da localização do novo aeroporto foi tomada esta tarde durante uma reunião do Parecer de Ministros. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, fez uma enunciação ao país sobre o tópico pelas 20h, profundidade em que anunciou que o novo aeroporto se chamará Luís de Camões.