Numa conversa de retrospectiva política e biográfica, Ana Catarina Mendes revela que a primeira resposta do PS ao maravilha populista na direita não foi unânime nem evidente. Pelo contrário, a conta socialista que resistiu a reagir ao ataque de André Ventura à comunidade cigana em Loures porque não queria conceder-lhe uma dimensão pátrio.
E deixa uma recado: “Ventura mudou seu exposição. O fim já não é a comunidade cigana. É a comunidade LGBTQI+, as mulheres, os migrantes”. E junta-lhe uma promessa solene: “Combaterei sempre a injustiça que é a discriminação do outro, que é a reparar contra a sua pundonor”.
Thiago Pereira Santos
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Porquê inspiração, aponta três mulheres uma vez que exemplo de referência: Madeleine Albright, Simone Weil e Hannah Arendt, todas sobreviventes ao tempo do Sacrifício. “As três defenderam uma base geral de democracia, de combate ao ódio”, refere. Para Ana Catarina, o apelo à memória é mesmo o único caminho para não repetir os erros do pretérito ‒ e tanto a sua experiência uma vez que mãe uma vez que a de ministra com a pasta da Juventude fortaleceram essa verdade. Neta de um comunista, operário da Marinha Grande, conheceu contestatários do Estado Novo à mesa e pegou a mãe contando-lhe as canções de Zeca Afonso nas matas de São Pedro de Moel.
Não tenciona criticar a Justiça, ou assim o diz, mas apresenta uma interpelação a todos os democratas. “O que deve ser a Justiça? Um Estado democrático não é comportável com humilhações na terreiro pública, com insinuações que não são provadas”, reflete, com os casos mais recentes uma vez que tecido de fundo. “Indigna-me que alguém por ser suspeito não esteja represado as 48 horas legais, mas 21 dias para ser ouvido”, admite, referindo-se ao processo ligado ao governo regional da Madeira.
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Deixa críticas aos políticos e jornalistas que “perdem mais tempo a dar repercussão à gritaria [no parlamento] do que a soluções de políticas públicas que transformam a vida das pessoas”, mas mantém a esperança. “Cinquenta anos depois, a sociedade portuguesa é estruturalmente democrata, estruturalmente europeísta”, acredita. E as suas memórias da política, apesar de tudo, “são felizes”. “Às vezes sou criticado por camaradas de partido meus por ser relaxado emotivo, mas não sei fazer política de outra maneira”, sorri.
Porquê mulher no mundo da política, confirme que há muito por fazer: “Quando fui para o secretariado pátrio da JS, havia uma presidente de província mulher: era eu. 25 anos depois, continuamos com unicamente uma mulher presidente de província no Partido Socialista”.
A caminho das eleições, a SIC Notícias apresenta ‘Os Protagonistas’. Da direita à esquerda, dos senadores aos estreantes, Sebastião Bugalho entrevista uma série de personalidades da política pátrio até ao dia em que todos serão, mais uma vez, chamados a sufragista. Até lá, os programas serão apresentados, os debates serão travados e um país percorrido. Pelo caminho, realmente entenderemos quem são nossos protagonistas? Se os políticos não são todos iguais, o que têm em geral entre eles? Que poder tem, não os políticos, mas os que passaram pela política? Todas as terças-feiras um novo incidente.
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