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Foi em fogo muito brando que o FC Porto somou sua primeira vitória na edição 2024/25 da Liga Europa, diante de um frágil Hoffenheim (2 a 0). O time de Vítor Bruno surgiu muito “preso”, sem capacidade de desequilibrar e com um futebol tão previsível que chegou a gerar assobios no Dragão.
Os gols de Tiago Djaló e Samu foram uma das poucas notas positivas do encontro, já que surgiram e momentos cruciais, evitando assim sobressaltos maiores. Embora ainda estejamos no início de uma nova era no emblema azul e branco (em todos os níveis), a equipe tem que dar mais se almejar objetivos mais ambiciosos.
O jogo explicado: sem brilho, sem chama, mas acabou por chegar
Quando se fala em um dos maiores clubes portugueses, é natural que a exigência seja maior. E se do FC Porto sempre esperamos exibições avassaladoras, cheias de gols e bom futebol, a verdade é que hoje não foi um desses dias.
Para quem viu o jogo desde o início, os primeiros 20 minutos foram um espelho perfeito do que viria a seguir. Muita apatia, pouca velocidade e uma incapacidade incomum de criar jogadas de perigo. Aliás, o primeiro chute veio bem no fim desse período, de Iván Jaime.
Pelo contrário, o Hoffenheim (com muito menos qualidade individual), conseguia perturbar Diogo Costa com relativa facilidade e fartou-se de ter oportunidades para inaugurar o marcador. Por trás desta aparente tranquilidade a atacar estava uma pobre pressão protista, que chegava quase sempre atrasada.
Com os minutos passando a tendência ia se acentuando, apesar de a espaços os dragões conseguirem entusiasmar ligeiramente a plateia. Este foi o filme dos primeiros 45 minutos, que tiveram um final completamente inesperado.
O árbitro nem havia dado indicação de tempo extra e o FC Porto tinha a última oportunidade antes do intervalo. Em cobrança de falta estudada, Varela simulou, Francisco Moura bateu na cabeça de Nico e a bola foi parar caprichosamente nos pés de Tiago Djaló, que conseguiu deixar o Dragão em festa com o golo inaugural.
Foi um prêmio que veio em boa hora e ajudou a acalmar as hostes azuis e brancas. Pensava-se que poderia ser um bom mote para a segunda parte, mas esse entusiasmo foi sol de pouca dura.
Em desvantagem na partida, o Hoffenheim foi obrigado a pressionar mais em cima do que estava fazendo. Embora o ritmo lento e um tanto entediante da partida tenha permanecido durante quase todo o jogo, nos primeiros minutos ainda houve alguns alongamentos.
Numa réplica dos primeiros 45 minutos, o Hoffenheim conseguia criar mais e o FC Porto parecia que estava vendo o que o jogo dava, baixando cada vez mais a intensidade, numa demonstração de que o 1 a 0 chegava para suas aspirações, com os torcedores para prever um filme que já haviam visto contra o Manchester United.
Tudo mudou aos 75 minutos. Fábio Vieira bateu para um Samu desamparado, na tentativa de aliviar a pressão germânica, e o possante atacante espanhol fez o que sabe melhor: ganhou do zagueiro na força física, saiu correndo e só parou na baliza de Baumann para fazer o 2-0 da tranquilidade.
A partir deste momento todos os portistas presentes respiraram aliviados e aí o FC Porto entrou em modo automático. Se a atuação já não estava sendo das melhores, a partir daí o nível ainda caiu mais e foi só esperar o apito final para somar a primeira vitória na Liga Europa e dar um salto na classificação até o 15º lugar.
O momento: tranquilidade surgiu na hora H
Samu fez 2 a 0 aos 75 minutos e foi o momento mais importante do jogo. O que já parecia ser um daqueles jogos em que a “bomba” que custa três pontos aparece nos acréscimos, o espanhol mostrou sua melhor versão e tranquilizou as hostes.
Além de garantir a vitória, o golo deu um empurrão na tabela classificativa que era crucial para manter as aspirações de brilhar na competição.
Os melhores: Martim e Djaló não enganam
Se a defesa era uma das preocupações na temporada passada, nesta temporada o FC Porto parece ter acertado, pelo menos nos jogadores em si. Tiago Djaló fez seu segundo jogo seguido como titular e nem está neste espaço por causa do gol. O central sempre se mostrou muito sólido na defesa e o primeiro construtor de jogo quando era para atacar.
Mostrou-se uma mais valia para o setor e certamente veio baralhar, ainda mais, as contas de Vítor Bruno.
Já Martim Fernandes é um caso ainda mais impressionante. Com apenas 18 anos, o lateral tem uma ousadia que cativa na hora de ir para cima do adversário. Ele acrescenta muito ao jogo ofensivo da equipe mas, mais importante ainda, é muito sólido na defesa.
Se já é assim nessa idade, o tempo só vai aperfeiçoar e caro leitor, ou muito me engano, ou vai ser um caso sério do futebol português.
O pior: Oportunidade desaproveitada
Embora tenha feito um grande jogo na Copa do portugal, hoje o nível foi outro e Iván Jaime não conseguiu acompanhar. Se a baixa intensidade já é um problema antigo, a incapacidade de desequilibrar é mais recente.
Nunca conseguiu criar perigo ou ser decisivo no último terço e defensivamente sempre chegou tarde aos lances, acrescentando muito pouco ao coletivo. Não por acaso foi o primeiro a ser substituído.
A aposta no ponta/meia-atacante espanhol demora a justificar e, por este andar, Fábio Vieira, Rodrigo Mora e até Vasco Sousa vão passar a perna nele.
O que disse o treinador
Vítor Bruno, técnico do FC Porto: “Não há jogos de vida ou morte, todos são importantes. Mesmo que tivéssemos vencido os dois primeiros jogos, teríamos mais cinco jogos depois deste. Ainda assim, era importante vencermos hoje tendo em conta aquilo que aconteceu no passado recente”.
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