Março 19, 2025
Ano B – Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

Ano B – Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

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Contemplar a cruz, olhar o irmão

A longa leitura do Evangelho deste Domingo de Ramos convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus. Na cruz, revela-se o paixão de Deus, paixão que não guarda zero para si, mas que se faz dom totalidade.

Quantas vezes a poviléu esteve perto de Jesus! Para O escutar, para beneficiar dos seus gestos, para cruzar o seu olhar, para aprender a rezar…

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A mesma poviléu estende os mantos ou os ramos à passagem de Jesus e grita: “Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor!”

Esta gente estava pronta a considerar porquê Rei aquele que teria porquê trono uma cruz e porquê grinalda uma grinalda de espinhos?

O grito da poviléu era de saudação; alguns dias mais tarde o seu grito será de reportagem: “Crucifica-O!”

Chegou o tempo do silêncio que permite albergar o mistério, o mistério do paixão de Deus. Comemorar a paixão e morte de Jesus é abismar-se na contemplação desse paixão.

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Por paixão, Jesus veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites e fragilidades, experimentou a míngua, o sono, o cansaço, conheceu as tentações, experimentou a angústia e o pavor diante da morte; e, estendido no soalho, esmagado contra a terreno, atraído, ignorado e incompreendido, contínuo a amar.

Desse paixão resultou vida plena, que Ele quis repartir conhecimento “até ao termo dos tempos”: esta é a mais espantosa história de paixão que é verosímil descrever, a boa notícia que enche de alegria o nosso coração de crentes.

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Contemplar a cruz significa assumir a mesma atitude que Jesus substituiu e solidarizou-se com aqueles que são crucificados neste mundo: os que sofrem violência, os explorados e excluídos, os abandonados e descartados, os que são privados de direitos e de distinção.

Olhar a cruz de Jesus significa denunciar tudo o que gera ódio, ramificação, temor, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a vida por paixão.

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Viver deste modo pode levar à morte, mas o cristão sabe que amar porquê Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o paixão gera vida novidade e introduz na nossa músculos os dinamismos da ressurreição.

Que a semana começou hoje seja “santa”. Na vida trepidante que levamos, procuremos reservar em nossa agenda alguns encontros especiais que desejamos ter com o Senhor: em cada dia, viver com Ele um momento de reza, de reflexão, de incentivo; fixar as celebrações nas quais poderemos participar; Prever serviços a prestar, possíveis visitas a fazer…

Que esta semana seja “santa” nos momentos cotidianos de encontro com Jesus Cristo, sempre a contemplar a Cruz e o olhar o irmão.

Manuel Barbosa, scj

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www.dehonianos.org

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