“Anora” do realizador americano, Sean Baker, venceu neste sábado, 25 de Maio, a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes. O cineasta português Miguel Gomes Miguel Gomes recebeu a Melhor Realização com “Grand Tour” e Daniel Soares recebeu menção honrosa pela curta “Bad for a Moment”.
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O 77º Festival de Cinema de Cannes atribuiu a Palma de Ouro ao filme americano “Anora” do realizador americano Sean Baker. “Anora”, o oitavo filme do cineasta americano, é uma comovente e longa-metragem que conta a história de Ani, uma jovem stripper que se morada com o cliente, rebento de um oligarca russo. O raconto de fadas moderno transforma-se quando os pais do jovem ficam a saber da notícia e decidem anular a união.
Sean Baker prestou homenagem aos ídolos David Cronenberg e Francis Ford Coppola e dedicou a Palma de Ouro às trabalhadoras do sexo “do pretérito, do presente e do porvir”.
O filme “All we imagine as light” Payal Kapadia, uma poema poética de duas mulheres rumo à confirmação dos desejos, ganhou o grande prémio. Parcialmente rodado em Bombaim, foi o primeiro filme indiano seleccionado para competição em trinta anos.
A longa-metragem “Emilia Perez” de Jacques Audiard, sobre um líder de monopólio que decide mudar de género para encontrar a verdadeira natureza foi duplamente recompensado com o prémio do júri e o prémio de melhor actriz, atribuído ao conjunto do elenco deste músico em língua espanhola: Zoé Saldaña, Karla Sofía Gascón, Selena Gomez e elenco
O prémio de realização foi atribuído ao português Miguel Gomes, por “Grand tour”, filme histórico que narra a viagem épica de de um funcionário público britânico que foge da prometida saltando de um país asiático para outro, enquanto ela tenta encontrá-lo.
Miguel Gomes recebeu o prémio das mãos do grande realizador teuto Wim Wenders, e não esqueceu outros grandes mestres da sétima arte pátrio porquê Manoel de Oliveira, que o “inspirou a fazer filmes”.
O realizador Daniel Soares recebeu uma Menção Honrosa pela curta-metragem “Ruim por um momento“.
Exibido no final do festival, o filme iraniano “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof, recebeu o prémio privativo do júri.
Rodado clandestinamente no Irão e com um orçamento irrisório, a longa-metragem conta a história de uma família dos quais pai, funcionário público, é promovido a investigador do regime, no momento em que começa um movimento popular de protesto.
O prémio de melhor actor masculino foi atribuído ao actor americano Jesse Plemons, pelo triplo papel no filme antológico de Yorgos Lánthimos,em “Kinds of Kindness”.
O filme “The Substance”, da realizadora francesa Coralie Fargeat, ganhou o prémio de melhor argumento. A reinterpretação muito pessoal do mito da eterna juventude surpreendeu a Croisette e impressionou os críticos pela mestria e originalidade. A realizadora agradeceu à actriz principal, Demi Moore, e sublinhou o orgulho que sente pelo fruto da sua colaboração.
O cineasta George Lucas foi homenageado oriente ano com uma Palma honorária que lhe foi entregue por Francis Ford Coppola.
“Armand”, de Halfdan Ullmann Tøndel ganhou a Câmara de Ouro, atribuída ao melhor primeiro filme, enquanto “Mongrel” de Chiang Wei Liang e You Qiao Yin recebeu uma menção privativo.
Por término, a Palma de Ouro de melhor curta-metragem foi atribuída a “The Man Who Could Not Remain Silent”, de Nebojša Slijepčević.
A lista completa dos vencedores da 77º edição do Festival de Cinema de Cannes
– Palma de Ouro: Anora (Sean Baker)
– Grande Prémio: Tudo o que imaginamos porquê luz (Payal Kapadia)
– Prémio do Júri: Emilia Pérez (Jacques Audiard)
– Prémio Privativo do Júri: A Semente do Figo Sagrado (Mohammad Rasoulof)
– Melhor Realizador: Miguel Gomes (Grande Tour)
– Melhor Actriz: Ensemble para Emilia Pérez (Zoé Saldaña, Karla Sofía Gascón, Selena Gomez e elenco)
– Melhor Actor: Jesse Plemons (Tipos de Misericórdia)
– Melhor Argumento: A Substância (Coralie Fargeat)
– Camera de Ouro: Armand (Halfdan Ullmann Tøndel)
– Menção Privativo Camera de Ouro: Mestiço (Chiang Wei Liang e You Qiao Yin)
– Palma de Ouro para a curta-metragem: O varão que não conseguia permanecer em silêncio (Nebojša Slijepcevic)
– Menção privativo de curta-metragem: Ruim por um momento (Daniel Soares)