Ao segundo dia, o NOS Alive foi o Festival Dua Lipa – Observador #ÚltimasNotícias

Durante hora e meia, o concerto obedeceu a um milimétrico guião, com coreografias executadas com precisão e interações com o público singelas. Havia quem esperasse pelo menos uma mudança na indumentária, mas tal não aconteceu. A artista manteve-se com o bustiê e calças quentes brancos da marca francesa Courrèges e limitou-se a sobrepôr ao coordenado um colete do mesmo tom aquando da balada Feliz por você — de longe o ponto mais inferior do concerto, com um público desconhecedor da melodia.

O alinhamento não teve surpresas, em tudo semelhante ao da atuação de Madrid, um par de noites antes. Tônico de ginástica, de Bob Sinclar, funcionou porquê breve interlúdio, aquecendo para Temporada de treinamento e logo Um ósculomelodia originalmente cantada em dueto com Cavin Harris, que culminou numa explosão de corações vermelhos de papel (numa profundeza em que os festivais apregoam práticas de sustentabilidade, onde parám — ou, neste caso, porque não páram — os confete?)

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Ilusão, Quebre meu coração e uma poderosa Levitando cantadas a plenos pulmões pelo público sucederam-se antes de desaguar numa melancolia. Dua Lipa arriscou-se no português para expressar um zopo “Um grande ósculo para vós” e logo quis falar sobre inclusividade nos festivais, isto porque o concerto foi aproveitado para uma iniciativa que resulta da parceria entre o Nos Alive e a Access Lab, que proporcionará, através de tecnologia 5G, “uma experiência multissensorial completa”, lê-se no enviado.

“Se essas paredes pudessem falar / diriam ‘Basta’”, cantou eeu Estas paredesuma melodia ligeiramente menos acelerada do que a maior segmento das restantes. A julgar pelo público, intergeracional, diverso, ninguém está pronto para expressar Suficiente (“Basta”, em português) a Dua Lipa. É a quarta vez que a artista passa por Portugal. A estreia aconteceu no Meo Sudoeste, em 2017, ano do seu primeiro e homónimo disco, do qual só se ouviram dois temas neste NOS Alive: Ser aquele e Novas regras. Voltou em 2022, já com regimento de mega estrela, a Braga e a Lisboa, no Meo Estádio.

No palco do Passeio Marítimo de Algés, os cabelos vermelhos esvoaçavam na hora da despedida — falsa, simples. O que seria de um concerto de Dua Lipa sem recta a Houdini? Mas o bis trouxe também Físico e Não comece, me avise. No final, até lume de artifício houve. Uma megaestrela estouro não faria menos do que isso.