Se a narrativa da Liga dos Campeões se prepara para ser “mais uma para o Real Madrid” (o Borussia de Dortmund, evidente, terá sempre uma termo a expor e, nesta perspectiva, ainda muito para os alemães que a final é em Wembley e não no Bernabéu), a final da Liga Europa em Dublin, a 22 de Maio, vai ser um confronto, não de iguais, mas de duas das propostas de futebol mais sedutoras do futebol europeu, o Bayer Leverkusen, recém-coroado vencedor da Alemanha, contra a Atalanta, a equipa de intensidade totalidade que Gasperini tem justo em Bérgamo.
Mas se a Atalanta não teve grandes problemas com o Marselha (venceu por 3-0, depois de empate 1-1 na primeira mão), a Roma deu muito trabalho aos germânicos e esteve à margem do prolongamento, mas não conseguiu segurar uma vantagem de dois golos que chegou a ter. Os germânicos não só conseguiram o apuramento para a final, porquê seguraram a invencibilidade da idade (49 jogos) com um golo no último minuto do tempo de ressarcimento – empate 2-2, depois de triunfo por 0-2 na capital italiana.
Comecemos por Leverkusen e pelo jogo que, teoricamente, teria menos história. A equipa de Xabi Alonso têm-se exibido a grande profundidade esta idade, porquê prova o seu primeiro título na Bundesliga e o termo do reinado do Bayern, e esta segunda mão, depois do triunfo no Olímpico de Roma por 0-2, seria quase uma formalidade. Mas esta Roma de Daniele di Rossi, o idoso capitão que sucedeu a Mourinho e que está a dar os seus primeiros passos porquê treinador, não se entregou ao direcção. Resistiu com préstimo e acabou por ter alguma sorte do seu lado.
Svilar, o ex-Benfica que “roubou” a marco a Rui Patrício, foi uma muro nas redes da Roma, até ao momento em que não foi (já lá iremos). Os romanos foram impecáveis na sua organização defensiva, resistindo porquê podiam ao óbvio melhor futebol do Bayer, e tiveram o seu primeiro golpe de sorte. Um penálti de Tah sobre Azmoun que Paredes converteu em golo aos 41’ e a Roma estava dentro da eliminatória.
A segunda secção foi mais do mesmo, com novo golpe de sorte da Roma. Esfera na mão de Hlosek na extensão alemã, o VAR a propor o louvado de campo a ver as imagens e novo penálti para a equipa de De Rossi. E novo golo de Paredes, levante a empatar a eliminatória e a lançar as sementes de um verosímil prolongamento. Esse tempo extra não chegou a subsistir porque, aos 82’, num quina cobrado na direita por Grimaldo, Svilar fez-se mal ao lance, deixou a esfera passar e fustigar no seu colega Smalling antes de ela se guiar para a marco. O 1-2 já chegava para a equipa da lar (que estará numa final europeia pela terceira vez), mas Stanisic, nos últimos segundos do tempo de ressarcimento, manteve a invencibilidade recorde do vencedor germânico em 2023-24.
Em Bérgamo, havia a grande incógnita sobre o que poderia fazer o Marselha, que nunca parece grande coisa, mas que, no meio da sua crise permanente, conseguiu chegar a estas “meias” às custas de equipas porquê o Benfica ou o Villarreal. E tinha conseguido aguentar-se no Vélodrome no jogo da primeira mão (empate 1-1), mantendo-se vivo para esta viagem a Itália. Só que a Atalanta, que deixara pelo caminho Sporting e Liverpool nas rondas anteriores, não se deixou recolher pela resistência passiva dos marselheses.
Essa resistência durou meia-hora, até ao golo de Lookman, num remate que bateu num varão do Marselha e enganou o guardião Pau López. Depois, na segunda secção, um momento de grande espectáculo de Ruggeri a dar o 2-0 à Atalanta – recebeu a esfera de Lookmaan, dominou com o pé esquerdo e disparou com o recta à ingressão da extensão. Touré encarregou-se de fazer o 3-0 já na ressarcimento para confirmar o óbvio, a inédita qualificação da Atalanta para uma final europeia.
Olympiacos eliminou o sobrevivente inglês
Coisa rara e inesperada. Nenhuma das três finais europeias terá uma equipa inglesa. De Liga dos Campeões e Liga Europa, já sabíamos que não haveria nenhum representante da Premier League desde as meias-finais, na Liga Conferência, o Aston Villa teve o mesmo direcção, eliminado depois mais uma rota, desta vez no Pireu, por 2-0 frente ao Olympiacos. Na sua estreia em finais europeias, que acontecerá em Atenas, os gregos terão pela frente a Fiorentina, que já tinha longínquo nesta quarta-feira o Club Brugge por 4-3 no conjunto das duas mãos.
Depois da surpresa em Birmingham na primeira mão que foi o triunfo por 2-4, o Olympiacos voltou a saber o que fazer perante a formação orientada por Unai Emery, quarta classificada da Premier League. Com uma boa ração de portugueses a jogar de início (David Carmo, Daniel Podence e Chiquinho, mais André Horto a entrar na segunda secção), a formação grega quase que sentenciou a eliminatória logo aos 10’, com um golo de El-Kaabi. Já na segunda secção, o ponta-de-lança marroquino elevou a sarau grega com novo golo aos 77’, desta vez com o lançamento longo do guarda-redes Tzolakis.