Março 20, 2025
Ayrton Senna: 30 anos de saudade, 21-3-1960 – 01-5-1994

Ayrton Senna: 30 anos de saudade, 21-3-1960 – 01-5-1994

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Hoje, dia 1 de Maio de 2024, completam-se 30 anos da morte de Ayrton Senna. Uma data que indica um dos dias mais tristes da história da F1. Tanta coisa foi já dita sobre Ayrton, tanta coisa já se escreveu sobre Ayrton, que por vezes se fica sem saber o que mais expressar.

Por isso, recuperámos um texto que, na sua versão original, nunca tinha sido publicado anteriormente em papel. Valeu para quando foi escrito – no dia em que ele faria 50 anos. Vale o mesmo agora e há-se ser assim para sempre.

Ayrton Senna foi, é, o melhor piloto de todos os tempos. Dizem os que ainda hoje o adoram e os que continuam a detestá-lo. Os grandes homens têm destas coisas: são capazes de provocar paixões e ódios do mesmo tamanho.

Ayrton Senna foi um destes Homens, com H grande. Ame-se ou odeie-se, o que ninguém pode desmentir é que Senna foi um mágico. Hoje completam-se 30 anos da sua morte, no GP de San Marino, na famigerada (e hoje inexistente) curva de Tamburello, em Imola.

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Não sei se Ayrton Senna foi mesmo mágico. Unicamente falei com ele uma única vez, já lá vão mais de 20 anos, para lhe pedir uma entrevista. Aconteceu no Estoril, num término de tarde ventoso e fresco; ele tinha completado de transpor das boxes, eu estava no “paddock”, à sua espera. Ele apareceu, atirou com a porta (ou o vento fechou-a com demasiada força…) e encaminhou-se para a “motor home” da McLaren.

Abordei-o – nessa profundidade ainda era fácil chegar à fala com um piloto de F1, mesmo um do calibre de Senna – e pedi para falar com ele. Parou, olhou para mim e disse qualquer coisa que soou porquê “Rosto, vai ter que esperar!”. Penso que nem sequer me viu – falou e desapareceu em dois saltos, dentro do camião. Depois de uma hora ao vento e cada vez mais enregelado, fui-me embora. Nunca mais falei com ele ou, sequer, fiquei alguma vez tão perto dele.

Por isso, fiquei sem saber se ele era mesmo mágico. Talvez se falasse com ele, o olhasse nos olhos e ficasse a conhecê-lo melhor, percebesse isso. Assim, nunca consegui ter a certeza. Tinha, no entanto, outra certeza: era um piloto excecional. E ainda hoje a mantenho – e porquê gostaria de o ter visto desafiar, com armas idênticas, outros monstros sagrados, porquê o Michael Schumacher ou o Fernando Alonso!

Talento nato

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Esta secção já toda a gente conhece: é uma breve história da curso do Mágico, de vitória em vitória, até ao Olimpo dos Pilotos. Ayrton Senna da Silva nasceu paulista, no bairro de Santana, rebento de Milton da Silva, rico empresário e proprietário de terras. Na escola, Ayrton, que padecia de alguns problemas de coordenação motriz, era bom aluno em ginástica, arte e química, mas não percebia muito muito as coisas da matemática e do… inglês.

Um dia, tinha ele quatro anos, o pai deu-lhe um pequeno “kart”, feito por si e que tinha sido rejeitado pela sua filha mais velha, Viviane. O petiz adorou a experiência… e os seus problemas de coordenação desapareceram porquê por milagre. Sensível ao precoce e inesperado dom do seu caçula, Milton da Silva acabou por ser o principal impulsionador da curso de Ayrton. Curso que, é evidente, passou pelo exigente crivo que é a escola

do “karting” – e passou com saliência: desde o início, o irrequieto Ayrton demonstrou a sua veia de vencedor. Logo na sua primeira prova solene, a 1 de Julho de 1973, humilhou os seus rivais, quase todos mais velhos e experientes: foi a sua primeira vitória solene. No “karting”, Senna conquistou o título no Campeonato Sul-Americano, em 1977 e, em 1980, foi Vice-Vencedor do Mundo.

Nesse ano, agradeceu todo o suporte ao seu pai e fez as malas para a Europa, com a sua jovem e recente esposa, Liliane Vasconcelos. Em Inglaterra, alugou um “bungalow” próximo da pista de Snetterton e depressa se adaptou ao clima e aos monolugares, que descobriu portanto. E de tal forma essa adaptação foi conseguida, que venceu os campeonatos RAC e Townsend-Thoreson, de Fórmula Ford 1600, porquê piloto solene da Van Diemen.

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Depois, regressou ao Brasil, cedendo às pressões da família mas, logo de seguida, voltou as costas ao Brasil, regressando à Europa. Aceitou um invitação que lhe tinha sido feito por uma equipa para passar na Fórmula Ford 2000, mudou o nome para exclusivamente Ayrton Senna (esquecendo o “da Silva”, que considerou muito generalidade…) e, nesse ano de 1982, sagrou-se Vencedor britânico e europeu da categoria.

Em 1983, subiu mais um degrau, agora para a Fórmula 3, correndo com a West Surrey Racing.

Posteriormente uma primeira secção da temporada em que foi ele o dominante, encontrou em Martin Brundle um contendedor à sua profundidade, com quem duelou até ao último capítulo, em Thruxton, de forma épica, conquistando aí o seu quinto título ininterrupto na Europa, em três anos. No final da temporada, teve ainda tempo para vencer o Grande Prémio do Japão de Fórmula 3, sem incerteza a prova mais famosa e prestigiada dessa modalidade. E foi cá que deu o seu definitivo passo rumo à F1.

Finalmente, para a F1!

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Depois de um primeiro teste com um Williams, e de ter atraído também as atenções da McLaren, Ayrton Senna chegou a ser oferecido porquê notório na Brabham, ao lado do seu compatriota – e horizonte rival… pessoal – Nelson Piquet. Porém, leste teve a última vocábulo na escolha do colega de equipa e Senna viu-se constrangido a admitir um lugar na mediana Toleman, substituindo Derek Warwick. Senna pontuou logo na sua segunda corrida e, no Mónaco, prova que quase ganhou, começou a edificar a sua reputação de piloto imbatível à chuva.

No final de 1984, assinou com a Lotus e ganhou o seu primeiro Grande Prémio precisamente à chuva, no Estoril. Três anos com a equipa inglesa permitiram-lhe perceber que não era a solução ideal para chegar ao título de Vencedor do Mundo. Por isso, em 1988 passou-se com armas e uma bagagem de enorme talento para a McLaren, onde conquistou no final o primeiro dos seus três títulos. Rapidíssimo nas qualificações, ficou célebre a forma porquê geria o tempo e os nervos, arrancando para a pista mesmo nos últimos instantes, para fazer portanto uma volta-canhão, que nenhum contendedor conseguiria depois desancar.

Na McLaren, veio ao de cima a sua personalidade poderoso e a sua apetência para as lutas de caráter. Para ele, a vitória era o único objetivo. As suas lutas na pista e as picardias fora dela com o seu colega de equipa, Alain Prost, ainda hoje fazem secção da mito da F1. Em 1990 e 1991 conquistou mais dois títulos de Vencedor do Mundo, mas depois teve que se inclinar à supremacia da Williams nos dois anos seguintes.

Desiludido com a incapacidade da equipa de Ron Dennis em lhe permitir continuar a lutar pelo título, Ayrton assinou no final do ano um contrato com sir Frank Williams, o mesmo que lhe bateu com a porta na rostro dez anos antes, depois de um teste promissor. 1994 não começou da melhor forma: sem pontuar nas duas primeiras provas, Senna chegou a Imola em branco, enquanto o seu principal rival de portanto (Prost abandonou a atividade no final da temporada de 1993), Michael Schumacher, levava já duas vitórias de progressão. Por isso, era forçoso um bom resultado em San Marino – Senna seguia na frente, quando a barra da direção do Williams se quebrou o atirou, sem hipótese de correção, contra o cimento do muro de Tamburello.

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Foi término da risca para o varão e o início da mito para Ayrton Senna.

Em resumo de uma curso excecional, as estatísticas são mais simples de relatar: participou em 161 Grandes Prémios, durante 11 temporadas (GP do Brasil de 1984 ao GP de San Marino de 1994); conquistou por três vezes o título de Vencedor do Mundo, sempre com a McLaren (1988, 1990 e 1991); venceu 41 Grandes Prémios (o primeiro foi o GP de Portugal de 1985, o último, o GP da Austrália de 1993); subiu por 80 vezes ao pódio; rubricou 65 “pole positions” (recorde que ainda hoje se mantém) e 19 melhores voltas em corrida. E pronto: da frieza dos números estamos conversados. É que é preciso não olvidar que, por trás deles, está sempre um varão – neste caso, de seu nome Ayrton Senna, o Mágico.

Os 13 títulos de Senna

1974 – Vencedor paulista (Karting, categoria Júnior)

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1976 – Vencedor paulista (Karting, 100cc)

1977 – Vencedor sul-americano (Karting, 1ª categoria)

1978 – Vencedor brasílico (Karting, 1ª categoria)

1980 – Vencedor brasílico (Karting, 1ª categoria)

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1981 – Vencedor Townsend-Thoresen e Vencedor RAC Fórmula Ford 1600

(Inglaterra, 12 vitórias)

1982 – Vencedor britânico de Fórmula Ford 2000 (14 vitórias);

Vencedor da Europa de Fórmula Ford 2000 (6 vitórias)

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1983 – Vencedor britânico de F3 (12 vitórias)

1988 – Vencedor do Mundo de F1 (8 vitórias)

1990 – Vencedor do Mundo de F1 (6 vitórias)

1991 – Vencedor do Mundo de F1 (7 vitórias)

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Hélio Rodrigues, In Memoriam

Fonte

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