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A Inapa anunciou no domingo à noite que deverá entrar em insolvência “nos próximos dias” porquê consequência de uma “carência de tesouraria de pequeno prazo da sua subsidiária Inapa Deutschland, GmbH (“Inapa Deutschland”)”, no valor de 12 milhões de euros, “para a qual não se encontrou solução de financiamento”.
Já esta segunda-feira, a Percentagem do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação dos títulos da empresa de distribuição de papel “com o propósito de confirmar que o mercado absorve a informação divulgada pela emitente”, e os administradores da Inapa apresentaram a sua destituição. As acções da Inapa fecharam a sessão bolsista de sexta-feira a valer três cêntimos.
No transmitido divulgado no domingo, a empresa até cá presidida por Frederico Lupi, explica que não conseguiu encontrar “solução de financiamento no prazo estabelecido de congraçamento com a lei alemã” para a Inapa Deutschland, apesar de “todos os esforços atempadamente desenvolvidos pela gestão da Inapa junto de credores e dos accionistas”.
“Em peculiar junto do seu maior accionista detentor de muro de 45% do capital social, a Parpública”, salienta a empresa, que foi fundada em 1965 e entrou na bolsa portuguesa em 1980.
Assim, a Inapa Deutschland será apresentada à insolvência esta segunda-feira, dia 22 de Julho. Tendo em conta “os impactos imediatos que a apresentação à insolvência da Inapa Deutschland terá na Inapa IPG, o Recomendação de Governo da Inapa IPG [Investimentos, Participações e Gestão] reuniu-se e analisou a sua situação financeira, tendo concluído pela consequente e iminente insolvência da Inapa IPG”.
O parecer de gestão “deliberou também apresentar a Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa, o que será formalizado nos próximos dias”, esclareceu a empresa, que tem ainda porquê accionistas o Novo Banco (6,55%) e a Novidade Frase (10,85%), empresa de planeamento de investimentos de publicidade.
A empresa tem operações em dez países (Alemanha, França, Espanha, Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Turquia e Angola) e emprega muro de 1500 pessoas, das quais 204 em Portugal.
De congraçamento com o relatório e contas de 2023, a Inapa registou uma queda abrupta do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) para 33 milhões de euros, menos 62% face aos 87 milhões de euros de 2022.
Esta subtracção foi motivada essencialmente pela perda de receitas num mundo onde o peso da digitalização é cada vez maior. As receitas da Inapa totalizaram 969 milhões de euros no ano pretérito, menos 243 milhões face ao ano anterior.
“As condições de crédito mais exigentes agravaram a função financeira, contribuindo para um prejuízo líquido de 8 milhões de euros”, explica ainda a empresa, que no final de 2023 tinha uma dívida líquida de 207 milhões de euros, pese uma redução de 14 milhões de euros comparativamente a Dezembro de 2022.
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