Pensar em Barcelona e em futebol leva as nossas mentes a associar desde logo ao principal clube da cidade e a sua mansão, o Camp Nou, mas, por estes dias, os adeptos portugueses, e mais propriamente portistas, vão poder vislumbrar e saber um outro lar catalão, que está a servir de «mansão emprestada» – saiba o porquê – ao vencedor espanhol esta idade.
Falamos do Estádio Olímpico Lluís Companysem tempos publicado unicamente porquê Estádio de Montjuïc ou Estádio Olímpic de Montjuïc – mudou de nome em 2001, para honrar Lluís Companys, idoso presidente do Governo Catalão, que foi executado no vizinho Fortaleza de Montjuïc, em 1940, pelo regime de Franco -, originalmente construído em 1927, projetado pelo arquiteto Pere Domènech i Roura, para a Exposição Internacional de 1929 na cidade e para substanciar a candidatura da cidade a receber os Jogos Olímpicos de 1936, que acabaram por ser atribuídos a Berlim, na Alemanha, face à eclosão da famosa Guerra Social espanhola.
Foi inaugurado a 20 de maio de 1929, com pompa e situação, e a protocolo de inauguração incluiu o primeiro jogo internacional solene de râguebi entre Espanha e Itália (que terminou com a vitória espanhola por 9-0) e um encontro de futebol entre a seleção catalã, que venceu 4-0, com golos de José Samitier (2), Martí Ventolrà e Manuel Parerae os ingleses do Bolton Wanderers.
É ponto geral de atração numa cidade por si só enxurro de vida, até porque não se encontra longe do núcleo da cidade, incluindo a 14 minutos a pé da famosa Nascente Mágica de Montjuic, conhecida pelo seu espetáculo de luzes, música (com destaque para o momento em que se ouve Freddie Mercury a trovar a música «Barcelona») e chuva – o espetáculo foi encerrado durante o verão devido à seca sentida em Barcelona.
Nas décadas seguintes, o Estádio Olímpico de Montjuic foi sendo mansão de diversos eventos desportivos, incluindo os Jogos do Mediterrâneo – evento multidesportivo organizado pelo Comité Internacional dos Jogos do Mediterrâneo (CIJM) -, em 1955, e, inclusive, a única final da história da Despensa del Rey a opor os dois rivais da cidade, o Barcelona e o Espanyol, em 1957, que culminou na vitória blaugrana por 1-0.
O tempo, no entanto, não foi seu colega e a sua menor utilização na dezena de 70 levou a uma elevada deterioração da sua estrutura, o que não impediu de servir porquê Pomar, pasto para as equipas de Fórmula 1 no Grande Prémio de Espanha, quando o giro escolhido foi o de Montjuic. Porém, a dezena de 90 trouxe-lhe novidade vida, novamente graças aos Jogos Olímpicos, e, desta vez, para «permanecer.»
Barcelona sediou Jogos Olímpicos de 1992 @Olympics.com
É que Barcelona foi a cidade escolhida para receber a edição de 1992 dos famosos Jogos Olímpicos, onde participaram um totalidade de 169 países, incluindo Portugal, que não conseguiu lucrar qualquer medalha na mesma, apesar dos 102 atletas (incluindo a mítica Rosa Mota), divididos por 17 modalidades, que levou no seu transitório.
Porém, o estádio foi mesmo destruído, preservando partes das fachadas originais, e reconstruído para as Olimpíadas e Paralímpicos, o que mudou um pouco o seu escorço, em relação ao que se estava originalmente habituados. Desde aí, tem servido de «mansão emprestada» por diversas ocasiões e para diversas equipas, de diferentes modalidades, incluindo o Espanyol, de 1997 a 2009, e os Barcelona Dragons, equipa de futebol americano extinta em 2003, até 2002.
Hoje, nesta idade de 2023/24 (e provavelmente em toda a idade de 24/25), volta a servir de mansão emprestada, desta vez para o principal clube da região, o Barcelona, e será cá que os culés receberão, esta terça-feira, 28 de novembro, o FC Porto, num jogo de extrema relevância para as contas do grupo dos Dragões.
O envolvente promete, até porque o estádio tem lotação para tapume de 60 milénio pessoas.