Ano e meio depois de entrar na história do ténis mundial porquê o mais jovem número um do ranking, Carlos Alcaraz registou mais um recorde de precocidade ao tornar-se, aos 21 anos, no mais jovem tenista (masculino) a disputar finais do Grand Slam nos três diferentes pisos: quadras durasrelva e terreno batida. Mas, só depois de triunfar no US Open (2022) e em Wimbledon (2023) é que o espanhol irá ter a possibilidade de disputar a final de Roland Garros e satisfazer a profecia que há muito apontava Alcaraz porquê sucessor do compatriota Rafael Nadal sobre o pó de tijolo parisiense. Ao contrário do que se passou em 2023, o tenista de El Palmar soube mourejar com a pressão para vencer o rival Jannik Sinner, um ano mais velho, numa intensa guerra que superou as quatro horas. E vai agora, realizar um sonho de rapaz.
“Lembro-me de vir da escola para mansão, a percorrer, para vincular a tv e ver os jogos de Roland Garros. Sempre quis colocar o meu nome na lista de jogadores espanhóis que ganharam leste torneio. Não unicamente Rafa, mas também Ferrero, Moyá, Costa…”, contou Alcaraz, em seguida espancar Sinner, por 2-6, 6-3, 3-6, 6-4 e 6-3. Ao estrear-se em finais no Grand Slam gálico, o hodierno número três do ranking ultrapassou Andre Agassi, Bjorn Borg, Nadal e Jim Courier que também disputaram finais de maiorais nas três diferentes superfícies, já depois dos 22 anos.
“Sempre quis ser um dos melhores do mundo e para sê-lo tinha de ser bom em todos os pisos, porquê Roger, Novak, Rafa e Murray. Considero-me um jogador que adapta muito muito o seu estilo em cada superfície. Cresci a jogar em terreno batida, mas sinto-me mais confortável em quadras duras”, revelou Alcaraz.
A mais jovem meia-final do Grand Slam desde que Andy Murray (com 21 anos) derrotou Rafael Nadal (22 anos) no US Open de 2008 teve muitos momentos de tensão, ao ponto de ambos terem sofrido de cãibras, no início do terceiro set. Alcaraz recordou-se da meia-final do ano pretérito, com Novak Djokovic em que cedeu à valia do momento. “Temos de lutar, suportar e gostar de suportar. Essa é a chave”, frisou o sexto espanhol neste século a qualificar-se para a final. Mas Alcaraz quer repetir os feitos dos compatriotas Manolo Santana, Anders Gimeno, Sergi Bruguera, Carlos Moyá, Albert Costa, (o seu treinador) Juan Carlos Ferrero e Rafael Nadal, que ergueram a Taça dos Mosqueteiros. Para já, Alcaraz vai satisfazer o sonho de rapaz e jogar a final de Roland Garros, com Alexander Zverev (4.º).
Na quarta meia-final que disputou em Roland Garros, o germânico logrou finalmente conseguir a final, ao derrotar, por 2-6, 6-2, 6-4 e 6-2, o norueguês Casper Ruud (7.º), minguado por um problema estomacal. “O primeiro set foi muito rápido e eu sabia que tinha de ser muito mais hostil. No terceiro set, vi-o a mexer-se mais vagarosamente, mas as excelentes pancadas continuavam lá”, disse Zverev, ainda no court Philippe Chatrier, de onde confessou ter boas e más memórias, referindo-se à grave lesão sofrida cá em 2022.
Outra recordação menos boa foi a da sua experiência anterior em finais do Grand Slam, no US Open de 2020, em que liderou por dois conjuntos e um quebrar de vantagem e esteve a dois pontos de lucrar. “Não estava pronto, não tinha maturidade, talvez fosse muito novo para me aperceber da ocasião; agora tenho 27 anos, já não sou uma rapaz, e se não for agora quando será?”, questionou Zverev.
Leste sábado (14 horas em Portugal) realiza-se a final feminina, entre a detentora do título, Iga Swiatek (1.ª) e a estreante em finais de maioraisJasmine Paolini (12.ª) – que também irá disputar, no domingo, a final de pares femininos.